6 de out. de 2018

ALMEIDA (PORTUGAL)

PATRIMÓNIO

Almeida na encruzilhada dos vaubanianos 

(11ª parte)  



ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Almeida

 Antes de mais nada, atempadamente, Encontros Poliorcéticos respeita as Normas APA  e o seu uso, as citações, bibliografías, esvaziamento documental ou, ponhamos por caso, os formatos. A sua oportunidade e garantias são indiscutíveis. Cingindo-nos a um informativo digital, tendo em conta tal natureza, podem ser obviadas perfeitamente não incorrendo em irregularidade nenhuma. Importa é a informação e a divulgação entre as  populações menos propensas à defesa do Património e ao seu conhecimento.    

 Assim sendo, vamos tratar da comparativa de Almeida com outras praças, da sua troncalidade com elas. A provada experimentação vanguardista registada neste enclave  (na interseção da Escola Jesuíta de Flandres, das Escolas Ibéricas de fortificação e das Influências Francesas) se traduz numa prática construtiva prevaubaniana que advirá nalguns dos seus elementos vaubaniana (Revelim Duplo ou Quartel das Esquadras, por exemplo). Sucessivas reformas no tempo só validam tal suposto. De facto, e a única estrela a ser reintervinda neste âmbito fronteiriço do Sul de Europa abase de obras pontuais acabamentos, etc., sempre, o quase sempre, tendo em conta os planes primigénios. Não é tarefa decorrente de guerras recentes no tempo, antes bem labor de manutenção das velhas planimetrias que perenizaram-se no tempo.    
  
Longwy tem plano em dameiro, Almeida não o tem. No Pre-carré francês, no entanto, dispomos de vilas Reformadas, Novas e Radioconcêntricas. Almeida define-se de prevaubaniana. Longwy foi construida entre o Mosa e o Mosela para intimidar à guarnição espanhola de Luxembourg, tal era a sua poliorcética. Pertence ao conjunto de postos posteriores ao Pre-carré e ligados à Política das Reuniões (anexações territoriais no Leste e Nordeste). Está inscrita como Património da Humanidade desde o día 7 de Julho de 2008, dentro da Rede de Sites Majeurs Vauban. Entre 1679 e 1690 procedeu-se ao derrubo do velho castelo e do antigo Longwy-alto. Trata-se pois duma cidadela erguida em planta hexagonal rodeada aliás pelo chamado recinto de “agglomeration” que enformará a estrela de 12 pontas. Interiormente, aglutina uma igreja, um paiol, onze casernas e cinco poços. 


 As vilas fortificadas, não raro, ficaram desprovidas de muitos dos seus lenços murários e bastiões. Somente subsistem as portas de acesso (são zonas belicamente palimpsestadas, castigadas pelas guerras europeias de fronteira). Em Longwy temos a Porte de France, visto que a de Bourgogne foi destruida em 1914; em Metz, a Porta des Allemands. Em Verdun, Portas Chausée e Chatê; em Nancy, a Porta de la Graffe e em Vaucoleurs a Porta de France. Assim, a Porta de France longovina regista um aparato escultórico assinalável, dado que acorrem a esse programa os próprios símbolos do poder absolutista francês (trofeus, Rei Sol). Temos sobre a Pilastra da esquerda um escudo ornado com um sol brilhante, 2 estandartes e 2 trompetas. Alem disso, aparecem setas e 1 espada. Na Pilastra da direita, um escudo ornado de raio (emblema de Júpiter, deus dos céus), mais 2 estandartes, 2 picas e 2 estojos para setas. Também, 1 capacete e 2 mosquetes. Acima das pilastras afinca-se o emblema de Louis  XIV, um sol. Sobre o tímpano um típico troféu  militar, sendo que o conjunto central afigurase-nos em saltacavalo.


 E assim, do particular até o  efinidor, Longwy  foi  feita “ex-professo” para uns 2.000 moradores, ocupantes de 15 hectares de terreno e defendidos por 6 baluartes. O número de moradores determina o perímetro da envoltura. O tracejado poligonal e a organização interior são um para o outro. Por outras palavras, o número populacional condiciona o perímetro e este divide-se entre a distância entre dois bastiões (com um mínimo de 240 metros, chamado “mínimo de cortina”), o que dará o número de frentes ou lados do polígono. No caso de Longwy, o polígono será mais ou menos regular segundo o relevo. A frente que bordeia a escarpa que domina o Vale do río Chiers é mais longo, embora melhor protegido.  

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