A GUARDA

PATRIMÓNIO

A importância da obra externa em Santa Cruz

(10ª parte)    

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / A Guarda

 Aquele muro-parapeito tinha vôo, inclinação e passou do aprumo ao colapso. Dizer isto é conferir uma realidade logo após três anos de desleixo. Esta envolvente casteleja precisa, já dissemos, de um outro tratamento de dimensão arquitetónica. A nudez do recinto interior contrasta com uma planimetria esquisita de flanqueamentos incertos (compensada no entanto pela obra externa que tanto admiravam os ocupantes lusos, autêntica valência defensiva) e um exterior onde assentou os seus arraiais um urbanismo aberrado que estragou a interpretação poliorcética em definitivo. Colmatando isto, a política vegetal da fortaleza tem-se revelado perfeitamente imprópria e imprudente quer nos eucaliptais,  quer nas ditas “senlleiras” que desrespeitam os alinhamentos militares (tornamos a dizer que existem parapeitos exteriores em pedra). De igual maneira, convirá fazer um novo aviso sobre a necessidade de recalço que precisam os cunhais, os canteados do baluarte da Cruz. Quem avisa meu amigo é. Uma gestão pacata, localista, alheia à Carta de ICOFORT está a possibilitar a perda de oportunidades para A Guarda. Há de facto um provado bloqueio da situação que findará no de sempre, oportunismo eleitoral. Tratar a castellología como “uma coisa qualquer” é menosprezá-la. Os socialistas são alunos avantajados nesta matéria, visto que sempre metem o pau na roda. Anos a fio, já têm errado suficientemente com o nosso castelo; devem é ser sustituidos. Caso contrário, continuaremos de candeias às avessas. É bem importante que separemos o trigo do joio nas questões patrimoniais, dado que os inaptos gerem mal aquilo que desconhecem. Pactuar ao desbarato, desde um “gabinete cultural”, uma palestra é simplesmente um acto de cinismo supino no caso que nos ocupa. Rebeca Blanco Rotea devía era mandar às favas a estes preconceituosos. 

 Como novidade, adiantar que Encontros Poliorcéticos fará um acto massivo de defesa na íntegra do Mosteiro de Oia num dos salões nobres da Universidade de Valladolid. 

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