26 de dec. de 2018

A GUARDA

PATRIMÓNIO

A importância da obra externa em Santa Cruz 
(4ª parte)   


ENCONTROS  POLIORCÉTICOS / A Guarda     

 E agora vamos ao CADIVAFOR (Catalogação, Divulgação, Valorização das Fortalezas). Ao principiar o ano de 2006 o projeto CADIVAFOR foi levado a cabo pela ESG através do seu Centro de Investigação de Construção Rural e  Ambiente -CICRA- em parceria com o Concelho de Ferrol, representado pelo CIEFAL-ICOMOS -Centro Internacional de Fortificação e Apoio Logístico do ICOMOS, sediado no Ferrol e pelo CIS-Galicia (Tecnoloxía e Deseño ), igualmente no Ferrol. Esse CICRA tinha sido criado em 1999 e aprovado em Conselho Científico em 2002. Paralelamente, ou por causa disso, o Plano Diretor Conjunto das Fortalezas do Vale do Minho/Baixo Miño mais o chamado Desenho do Programa dos Centros de Interpretação das Fortalezas do Rio Minho incorpora-se à esta dinâmica junto de outros projetos. Xunta de Galiza e INZAMAC formam também parte do INTERREG III-A.    

 CADIVAFOR fez um trabalho notável nas áreas de Identificação, Localização, Descrição e Valorização para além dos seus Subcampos de atuação. Criou-se uma Base de Dados e uma Ficha de Inventariação e o resultado inicial foi a publicação dum livro e um DVD (modelação em 3-D e realidade virtual). À partida, todos de parabéns.  Más as coisas torceram-se sem sabermos ao certo o qué se estava a passar: unidirecionalidade ou erros na conceição do projeto poderiam ser alguns indicativos prováveis; talvez a ideia de que o tal projeto não se quereria compartilhar a nível internacional. O qual é ainda mais grave e sintomático se se pretendem manter justamente papéis de atuação planetários. A poliorcética é complexa, não pode simplificar-se. Mais ainda, fazer sintetização do tratadismo militar ou das escolas europeias de fortificação, com os seus derivados coloniais, resultará pretencioso no seu tratamento uniforme ou simplificador. De facto, muitos arqueólogos não aceitam a poliorcética, nem a castellología, nem a análise isenta de uma fortaleza. 

 Aplicado ao caso de Santa Cruz, observamos na prática o escamoteamento da realidade através da própria virtualidade. Não só se fez mal à partida como também à chegada: panos de  forro, folhas de revestimento artificiais, pseudoisódomos, no baluarte da Guía e noutros tramos que não se justificam nem sequer invocando um diferendo entre o anterior e o novo. Futilidade que oculta más práticas patrimoniais como recurso ao revivalismo visual dos quatro revelins de Santa Cruz. O único mérito destes próceres foi trazer à vida” essa obra externa. Isso também tem algo de  vigarice, é como o ouro “fantasia”. 

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