25 de xuño de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(219ª parte)  

 

'O  Picoto'  (Monte de Santa Tegra) desde á praia de Moledo
Foto: Infogauda


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 'O  Picoto'  (Monte de Santa Tegra)  faz  parte  do imaginário  coletivo  português  e  de  um  visual  específico  minhoto.  Desde  a  'Mata  Nacional  do  Camarido'  observa-se  a  dimensão  única  deste  monte  tão  peculiar  que  se  entranha  ele  todo  noutra  realidade.  A  Eurocidade  'A  Guarda - Caminha'  dista  ainda  muito  de  ser  um  facto  constatável, designadamente  no  plano  de  investimentos;  centralizar  um  âmbito  geográfico  e  afastá-lo  da  órbita  olívica  é  tarefa  obrigada  se  o  pretendido,  precisamente,  é  criar  um  novo  espaço  internacional  ao  nível  de  'Tui - Valença'  ou  'Salvaterra - Monção'.  Os  empecilhos  postos  em  cena  por  agentes  olívicos  são  constantes,  insistentes,  face  à  despudorada  convicção  de  que  A  Guarda  é  uma  porta  aberta  à  evidentes  deslealdades  de  natureza  histórica:  a  primeiríssima,  negar  a  evidência  constatável  de  um  'Caminho  Português  da  Costa'  que  entra  pela  cidade  de  Valença,  en  confluência  com  o  'Caminho  Central  Português'.  O 'Camiño  Incerto',  'Olívico  da  Costa',  a  VARIANTE  DE  LIVRE  ESCOLHA,  etc..  (desculpe  quem  se  melindre  com  a  verdade) resultará  a  pior  maneira  de  contribuir  para  uma  outra  realidade  que  desbloqueie  um  assunto  que,  invariavelmente,  advém   OUTRO.  As  possibilidades  que  oferece  merecem  o  empenho  de  todos;  aliás,  constitui  o  grande  desafio  que  concita  vontades  e  esforços  na  Foz  do  Minho,  garantidamente. Porém,  duas  câmaras  municipais  socialistas  de  pouco  servem.   

 'O  Picoto'  exerce  um  feitiço  inegável  nas  gentes  desta  Foz  e  arredores.  Já  em  Montedor  ou  Vila  Praia  de  Âncora  é  visto  como  agradável  rareza  que  irrompe  na  fronteira  entendida  por  tal.  Em  Venade  (Caminha - União  de  Freguesias  de  Venade  e  Azevedo)  o  efeito  visual  diz  tudo.  'Picoto'  na  sua  aceção  mais  comum  e  o  cume  ou  pico  elevado  e  agudo  de  um  monte.  Atratividade  pictórica  serviu  de  referência  para  todo  o  tipo  manifestações  da  arte,  falando  deste  citado  monte.  Se  na  Guarda  representa  um  castro  endogámico,  fechado  em  si  próprio  (decorrente  das  ânsias  de  um  grupo  privado  de  Vigo  ou  da  velharia  arbitrária  da  INATEL),  nas  redondezas  atinge  valores  de  cumio-castro  internacional,  de   paisagem  universal,  de  pertença  minhota.  Valência  assumida  será  número  existente  destes  castros  no  noroeste  ibérico,  a  componente  conjunta  e  a  concomitância  cultural.      




 É  este  o  discurso  que  deve  prevalecer  (erros  visíveis  quanto  ao  plano  'REVIVE'  para  o  'Forte  da  Ínsua',  a  turistificação  da  costa  de  Oia  ou  a  ANTROPIZAÇÃO  de  um  outro  forte  em  Goião'  e  envolvente,  falam  com  certeza  mais  alto  do  que  qualquer  outra  consideração).  Foz  do  Minho  não  pode   converter-se  em  ancoradouro  de  'narco-lanchas',  em  paragem  propositada  de  'incendiários'  das  duas  margens,  em  vítima  de  assoreamentos,  dragagens  e  drenagens  sem  um  controlo  duplo,  compartilhado.  Acumulação  de  terras  e  areias,  que  tem  muito  a  ver  com  aquilo  que  acontece  no  leito  de  um  rio  Minho  merecedor  de  um  tratamento  comum  feito,  antes  de  mais  nada,  a  montante  do  seu  curso;  pros  e  contras  que  abrilhantam  esse  cúmulo  adensado  de  interrogantes  presentes  na  fronteira.  A  Guarda  parece  viver  de  costas  voltadas  à  Foz  quando  devia  era  ter  um  rol  decisivo  no  assunto  que  nos  convoca.  Eurocidade  plena  marcará  um  antes  e  um  depois. 

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