PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(219ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
'O Picoto' (Monte de Santa Tegra) faz parte do imaginário coletivo português e de um visual específico minhoto. Desde a 'Mata Nacional do Camarido' observa-se a dimensão única deste monte tão peculiar que se entranha ele todo noutra realidade. A Eurocidade 'A Guarda - Caminha' dista ainda muito de ser um facto constatável, designadamente no plano de investimentos; centralizar um âmbito geográfico e afastá-lo da órbita olívica é tarefa obrigada se o pretendido, precisamente, é criar um novo espaço internacional ao nível de 'Tui - Valença' ou 'Salvaterra - Monção'. Os empecilhos postos em cena por agentes olívicos são constantes, insistentes, face à despudorada convicção de que A Guarda é uma porta aberta à evidentes deslealdades de natureza histórica: a primeiríssima, negar a evidência constatável de um 'Caminho Português da Costa' que entra pela cidade de Valença, en confluência com o 'Caminho Central Português'. O 'Camiño Incerto', 'Olívico da Costa', a VARIANTE DE LIVRE ESCOLHA, etc.. (desculpe quem se melindre com a verdade) resultará a pior maneira de contribuir para uma outra realidade que desbloqueie um assunto que, invariavelmente, advém OUTRO. As possibilidades que oferece merecem o empenho de todos; aliás, constitui o grande desafio que concita vontades e esforços na Foz do Minho, garantidamente. Porém, duas câmaras municipais socialistas de pouco servem.
'O Picoto' exerce um feitiço inegável nas gentes desta Foz e arredores. Já em Montedor ou Vila Praia de Âncora é visto como agradável rareza que irrompe na fronteira entendida por tal. Em Venade (Caminha - União de Freguesias de Venade e Azevedo) o efeito visual diz tudo. 'Picoto' na sua aceção mais comum e o cume ou pico elevado e agudo de um monte. Atratividade pictórica serviu de referência para todo o tipo manifestações da arte, falando deste citado monte. Se na Guarda representa um castro endogámico, fechado em si próprio (decorrente das ânsias de um grupo privado de Vigo ou da velharia arbitrária da INATEL), nas redondezas atinge valores de cumio-castro internacional, de paisagem universal, de pertença minhota. Valência assumida será número existente destes castros no noroeste ibérico, a componente conjunta e a concomitância cultural.
É este o discurso que deve prevalecer (erros visíveis quanto ao plano 'REVIVE' para o 'Forte da Ínsua', a turistificação da costa de Oia ou a ANTROPIZAÇÃO de um outro forte em Goião' e envolvente, falam com certeza mais alto do que qualquer outra consideração). Foz do Minho não pode converter-se em ancoradouro de 'narco-lanchas', em paragem propositada de 'incendiários' das duas margens, em vítima de assoreamentos, dragagens e drenagens sem um controlo duplo, compartilhado. Acumulação de terras e areias, que tem muito a ver com aquilo que acontece no leito de um rio Minho merecedor de um tratamento comum feito, antes de mais nada, a montante do seu curso; pros e contras que abrilhantam esse cúmulo adensado de interrogantes presentes na fronteira. A Guarda parece viver de costas voltadas à Foz quando devia era ter um rol decisivo no assunto que nos convoca. Eurocidade plena marcará um antes e um depois.
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