PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(166ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Na temática dos caminhos de peregrinagem está presente, bem presente, o alegato localista e bairrista até. Os políticos de toda cor estão coadunados à perfeição com um termo superlativo a que chamamos TURISTIFICAÇÃO, designadamente no Baixo Minho. Isto tem a sua lógica, mas uma lógica ancorada no interesse imediatista e na rendabilidade eleitoral. 'Camiño Portugués da Costa' é uma invenção manifesta, uma variante gerida por interesses localistas e olívicos em simultâneo. O conluio é evidente, não sendo necessário um raciocínio mais aprofundado. Adeline Rucquoi, do dito 'Comité de Expertos do Caminho de Santiago' diz que há uma guerra em redor da verdadeira rota portuguesa. Desrespeito por Portugal está na origem de quase tudo: caminhada por A Guarda, Oia, etc.. é livre, mas esta opção não será caminho português, antes bem uma variante rejeitada pela 'AACS' de Alberto Barbosa. Além do mais, a senhora Rucquoi escorrega, como fazendo-se de notada, aquando afirma infelizmente que não houve pontes de passagem medievais nos caminhos lusos para Santiago. Isto será desligitimar toda a bibliografia existente sobre o assunto no país vizinho. De facto, Portugal fornece sustentação histórica aos caminhos todos, sendo o país mais próximo de Compostela.
Continuando com o nosso percurso, vamos ressalvar pormenores vários no trajeto (falarmos de um previsível posto em 'Forcadela', de 'Valagota ou São Francisco' para defesa de Valença, 'Paços' ou 'Vilar', da 'bateria de San Martiño' do lado galego e destruída por causa de um chalet, da ligação de 'San Luis Gonzaga' com o 'Forte de Tuído', joia militar barroca de oito pontas que foi tratado com exaustividade pelo 'INFOGAUDA'. Temos mais ainda, o terreiro 'Forte da Gingoleta' em Verdoejo, ou aquele das 'Ínsuas', custodiando ambos a praça de Valença). Do 'Caminho português pela costa' poderemos salientar, antes de mais nada, esse 'Forte de Tuído ou da Gandra' gerando mais respostas militares dos lusos e criando um cenário multifacetado de enorme pedagogia a todos os níveis. Deve ser reconhecido o trabalho do Major Alberto Magno Pereira de Castro em redor da praça valenciana - falecido em 4 de maio deste 2021, aos 80 anos - . Pereira de Castro teve um día de luto local, sendo sublinhada a sua defesa dos caminhos tradicionais portugueses para Santiago. Em definitivo, foi honrado como merecia esta figura local ímpar. 'Caminho Português pela Costa' une-se ao 'Caminho Central Português' justamente em Valença do Minho, isto é ponto assente. Apartir deste dado podem continuar a mentir com quantos dentes têm na boca os partidários do camiño especulativo, mas a verdade vem sempre ao de cima. As práticas e provas dadas quanto ao "Camiño Monacal" oiense (sic) evidenciam que, com efeito, todos os roteiros para Santiago são monacais. Ora essa! 'RMO' serve-se de trocadilhos para tentar obviar o sentido último do mosteiro 'a beira mar plantado': UMA NECESSIDADE MILITAR COSTEIRA. Vamos por isso tentar explicar porque é que o 'Programa REVIVE' e atitude da 'RMO' têm similitudes palpáveis: Esquece-se constantemente da parte dos políticos de toda laia que o direito de uso público deve prevalecer sobre os interesses privados (Carta de Atenas do Restauro de 1931). É eticamente inadmissível obrigar os monumentos históricos a alterações profundas, que destroem elementos materiais autênticos e significantes para alcançar os níveis de desempenho e de uso desejáveis pelos utilizadores das confortabilíssimas 'pousadas' (relativamente à Carta de Veneza do Retauro, de 1964).
O problema de raíz está no livre acesso aos monumentos, coisa que não se regista no mosteiro de Oia, de todo. Nem nas ditas pousadas "de charme" lusas. 'RMO' utiliza todo o tipo de desculpas para fazer com que o cidadão pague a sua visita. Nesse sentido 'RMO' contravém a legislação internacional e deve ser sabido pelo cidadão. E contravém à Ordem do Císter quanto a valores e princípios. E anda em conluio com o Feijoismo e tijoleiros. Reparem que no Reino Unido a gestão dos privados (English Heritage) e precedida do interesse público e o acesso de todos; isso é que tem dado excelentes resultados. Em paralelo, seria bom que o Conselho da Cultura Galega (CCG) tomasse em mãos o assunto como orgão assessor e consultivo dentro da discutível LPCG de 2016.
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