29 de ago. de 2016

PATRIMONIO

Forte de São Luiz Gonzaga, em São Pedro da Torre

Mapa de pendentes do Forte de San Luís Gonzaga coa sobreposición do plano elaborado en 1982 por Jaime Garrido. (Imaxe de Rebeca Blanco-Rotea e Alejandro Güimil Fariña).

José Buiza Badas (*)


 Ao pé do cemitério de S. Pedro da Torre, mantem-se agochado polo mato um forte de especial simbologia. Pinhos, eucaliptos, tojos, fetos, plantas rasteiras, escondem os perfís dum enclave mandado erguer polo Governador de Armas de Galiza a inícios do Verám de 1657, na tentativa de toma  de vez a vila de Valença do Minho, logo após de falhar num primeiro momento. O contexto bélico é de recuo português depois deles terem protagonizado nos anos 40 avanços e escaramuças, bem como ocupaçom do território em Salvaterra e outros pontos. É afinal dos anos 50 (1657-1659) que se reocupa Salvaterra e se conquista Monção, sendo aproveitada esta circunstância paradisputar um espaço nas planícies valencianas  bem alinhado com o corredor Tui-Porrinho.

 Este forte de avançada, de penetraçom em terra inimiga, alertou os portugueses de maneira que cedo também se dispugerom a criar um cinto de defesa que compreendia a distâncias similares os postos, fossos ou fortins de: Forte de Campos (2,05 Qms); Atalaia da Ribeirinha de Campos ( 2,56 Qms.); Fortím de Châ de Campos (2,40 Qms.); São Jorge da Silva (2,60 Qms.) e o de Belem (1,97 Qms.).

 A  500 m. sobejos do Forte de Amorim, este posto de vanguarda liga-se à outra margem através dumha ponte de barcas que, muito provavelmente, aproveitou aquela mínima distância de 215 metros que existia entre os dous lados. Desde a pesquisa, desde a Fortrans, tenhem-se desvendado aos poucos e poucos, com a aportaçom fundamental de D. Jaime Garrido Rodriguez  e do LIDAR (Light Detection And Ranging), da autoria de Alejandro Guimil Fariña e Rebeca Blanco-Rotea, aspectos inéditos, talvez esquecidos, da historia transfronteiriça.

  Vamos ver entom  aquelas medidas conferidas dias atrás neste Forte de São Luiz Gonzaga. De destacar, a dificuldade extrema para reconhecer “in situ” relevos, perfis, tramos, etc..

 Aquilo está un caos, está votado ao mais cruel abandono. Sem embargo, aportarei os seguintes dados: É importante definirmos um Polígono Externo Pentagonal Irregular de 785 metros entre pontas terrenas ou baluartes e de 905 metros, aproximadamente, entre saliências angulares dos fossos. Este polígono permite que podamos tracejar no mínimo um eixo de simetrizaçom de 250 m. (Suroeste-Noreste) e até mais um de 275 m., mais duvidoso, num eixo Noroeste- Suleste). As cortinas som curtas, de 35 m. de comprimento, junto de baluartes moi largos e com flancos de evidente pequenez. O seu perímetro real, a toda a volta, é de 765 m. de comprimento e a sua superfície terá mais ou menos 34.000 m2. Igualmente, com o provável condizer dos ângulos flanqueados dos bastions com aqueles outros ângulos dos fossos, poder-se-á garantir aseguinte angulaçom: Bastióm NOE, com 77º  graus; Bastióm NE, com 102º graus; Bastión LESTE, com 85º graus; Bastióm SUL, com 103º graus e finalmente Bastióm OE, com 100º graus. Vamos assim perfilando este dificilísimo plano.

 Os fossos NOE, N, NE, SE e SOE, tal como a orientaçom das cortinas, contenhem larguras médias de 10-12 m., atingindo os 25 metros naquela depressom Noroeste. Registam-se caminhos cobertos: Um ao Noroeste, paralelo ao fosso e à cortina, em zigue-zague ou dente de serra, com 320 m. de comprimento. Um segundo, de orientaçom Suroeste, de 175 metros, em forma de L, bem como mais um outro de 98 metros, a proteger umha possível porta principal de acesso, no Suleste. Aliás, esse segundo caminho citado conduz ao promontório ou Atalaia conhecida como de Santa Teresa,   120 metros do fosso Suroeste.

 Os fortes em torróm necessitam ser preservados com urgência.

R.P.I.  

*  Membro  da Association Vauban

Ningún comentario:

Publicar un comentario