Problemas e soluçons na implantaçom planimétrica irregular das fortificaçons
Castelo de Montjuic (Barcelona)
José Buiza Badás
Vamos expor dous exemplos que evidenciam os problemas derivados da imposibilidade de aplicar planos regulares de construçom: Castelo de Montjuic (Barcelona) e forte de San Julián (Cartagena). Ambos reflectem problemas iniciais e posteriores soluçons práticas.
Asedio de Barcelona de 1706, AHCB3-2305D76 - 18483 Ramon Soley Cetó
Na chá alta de Montjuic existía umha pre-existência militar, umha atalaia de tempos medioevos, em redor da qual ergueu-se umha inicial obra de torrom com reforço de pedras. Era o primeiro esboço do que seria o reduto central. Este seria aperfeiçoado e teria por obra corna aquilo que hoje pode se verificar. Temos um polígono externo de 1,45 Qm. e perímetro real de 1,68 Quilómetro onde aparece à nossa vista um quadrângulo original mais a obra corna a colmatar o espaço disponível alí existente, aproveitado apuradamente. O plano quadrangular do reduto fai um perímetro real de 854 m. de comprimento e dispom umha área de 18.680 m2, contabilizando ademais 4 baluartes, 1 revelim e fosso ajardinado, que se extingue do lado íngreme do Suleste. A obra corna tem projeçom Suroeste a modo de meio baluarte interrompido e subdividido, de 338 m. de comprimento, alinhado com o bordo do próprio monte. Contém os elementos do hornabeque, ou seja, dous bastions e cortina de avanço com orelhons, mais um revelim a ficar fora do eixo da orientaçom oeste. A causa disto radica na necessidade de se adaptar à dita plana ou chá do Monte de Montjuic e ocupar a máxima superficie. Obtem-se umha forma original, audaz, que nom foge sem embargo ao discurso linear, ao cálculo e as soluçons aportadas nos casos em que nom haja simetrizaçom ou possibilidade dum plano centralizado, nuclear. Resultado disto, é umha superficie total de 98.000 m2, incluindo fossos e caminho coberto. Também, em termos estéticos, descobrimos as capacidades dos recintos de planta irregular, sendo como som verdadeiras abstraçons mais próprias de séculos posteriores. Sem dúvida, a engenharia e arquitetura militares som umha constante vanguarda no desenho e nas aplicaçons no terreno. Prova disso som as reformas que tivo o recinto, a incorporaçom de baterias modernas e a reutilizaçom de todo o conjunto.
Forte de San Julián (Cartagena)
Em Cartagena, a implantaçom noterreno cria um polígono externo pentagonal e irregular de 378 m. no Forte de San Julián que, com outros 11 postos conformava o sistema defensivo costeiro. O seu perímetro real é de 460 m., contendo 1 baluarte e 4 meio baluartes (dous deles gêmeos), mais umha torre circular de origem inglesa e caponeira do lado suleste. A superficie do recinto é de 4.944 m2. É circundado aliás por fosso seco, dispondo de dous acessos levadiços no semibaluarte sul e semibaluarte suroeste, rampas de comunicaçom, de ascenso e descida, de 1.016 m2, parapeitos amerlonados ou bocas de fogo, adinteladas e abundantes, a meia altura dos paramentos murários. As dependências internas están perimetralizadas. Neste caso concreto, os problemas de assentamento exigirom recheios e reforços os basamentos do lado Norte, Oeste e Sul. E, no entanto, som obras belíssimas, quase que abstractas, que convidam à observaçom em detalhe e que nos levam ao puro emocionalismo.
Já agora, algumhas informaçons a sublinhar: Association Vauban passará por Portugal em Setembro, fazendo paragem em Valença (Jornadas sobre estruturas abaluartadas). Proporei para essas datas que fagam mais dous percursos. Primeiro, umha visita ao Forte da Conceiçom de Osuna, próximo da sua calendarizada viagem a Almeida; de seguido, que passem pola vila da Guarda, por forma a arranjarem informaçom precisa da nossa fortaleza.
* Membro da Association Vauban.
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