CINEMA
Boletim da Sessão nº 552 - "Barry Lyndon" de Stanley Kubrick (1975)
Sexta-feira, 11 de agosto às 21:45 no Teatro Valadares
ATENÇÃO: Lotação Limitada. Entrada Gratuita.
Locus Cinemae / Caminha
“Barry Lyndon é um verdadeiro e magistral compêndio artístico: de literatura, pintura e música. Herdou dos romances do século XIX o típico narrador omnisciente, irónico e manipulador, capaz de destruir o suspense da diegese pela antecipação deliberada de informação crucial.
As personagens, remetidas para um segundo plano de análise e para um estado passivo, são-nos apresentadas lentamente, ao ritmo sereno e pausado do storytelling. Mais parecem figuras genialmente desenhadas e pintadas, enquadradas em paisagens e ambientes belíssimos, vivas em frescos barrocos (algures entre Velázquez e Vermeer, Fragonard e Ruysdael, Gainsborough ou La Tour). Every frame is a fresco of sadness*.
Assim sendo, o carácter activo da história reside não na diegese em si, mas nos processos e mecanismos narrativos através dos quais ela é contada: seja pela narração como pelo movimento da câmera – o nosso próprio olhar. É por isso que a falta de profundidade na maioria das performances dos actores não nos soa a defeito. O protagonismo é partilhado pelas classes sociais em exposição, qual galeria de arte. A técnica de zooming, por exemplo, arrebata-nos, exaustivamente, com quadros absolutamente maravilhosos; tantos deles iluminados a luz natural, graças às inovadoras lentes, especialmente concebidas para o efeito. Enalteça-se, a propósito, o prodigioso talento e a preciosa sensibilidade visual de John Alcott. A cuidada direcção artística e o notável trabalho de figurinos possibilitam-nos e garentem-nos, igualmente, uma autêntica e assaz verossímil viagem no tempo. A banda sonora, de extraordinárias assinaturas, intensifica-nos, por fim, a experiência: Bach, Mozart, Schubert, Vivaldi ou Handel.”
* Andrew Sarris, The Village Voice, 1976.
http://cineroad.blogspot.pt/2010/02/barry-lyndon-1975.html
FICHA TÉCNICA:
Título original: “ Barry Lyndon”, EUA/Reino Unido, 1975
Realização: Stanley Kubrick Produção: Stanley Kubrick
Argumento: Stanley Kubrick, baseado no romance “The Luck of Barry Lyndon”, de William Makepeace Thackeray
Narrador: Michael Hordern
Fotografia: John Alcott
Montagem: Tony Lawson Distribuição: Warner Bros.
FICHA ARTÍSTICA:
Ryan O’Neal — Barry Lyndon / Redmond Barry
Marisa Berenson — Lady Honoria Lyndon
Patrick Magee — cavaleiro de Balibari
Hardy Krüger — capitão Potzdorf
Steven Berkoff — Lord Ludd
Gay Hamilton — Nora Brady
Marie Kean — mãe de Barry
Diana Körner — Lischen
Murray Melvin — reverendo Samuel Runt
Programação
Ciclo Play It Again
11 de agosto, “Barry Lyndon”, Stanley Kubrick, Reino Unido / EUA, 1975, Sessão 552 (M/12)
18 de agosto, “A Rosa Púrpura do Cairo”, Woody Allen, EUA, 1985, Sessão 553 (M/6)
25 de agosto, “A Festa de Babette”, Gabriel Axel, Dinamarca, 1987, Sessão 554 (M/12) Ciclo
Cinema Brasileiro
01 de setembro, “Pixote, a Lei do Mais Fraco”, Hector Babenco, Brasil, 1980, Sessão 555 (M/16)
08 de setembro, “Carandiru”, Hector Babenco, Brasil / Argentina / Itália, 2003, Sessão 556 (M/18)
15 de setembro, “Cidade Baixa”, Sérgio Machado, Brasil / Reino Unido, 2005, Sessão 557 (M/18)
22 de setembro, “Serra Pelada”, Heitor Dhalia, Brasil, 2013, Sessão 558 (M/16)
29 de setembro, “No Intenso Agora”, João Moreira Salles, Brasil, 2017, Sessão 559 (M/12)
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