26 de xul. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 

(226ª parte)    


 Oseira, Escudo identificativo da 'Congregação Cisterciense da Castela'


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia  

 Regra  de  São  Bento:  'O  mosteiro  construir-se-á  num  local  que  tenha  todo  o  necessário,  água,  moinho,  horto  e  os  diversos  ofícios  a  executar  no  seu  recinto,  por  forma  que  os  monges  não  andem  fora,  que  de  modo  algum  convém  às  suas  almas'.    

 Segundo Ester  Penas  González,  na  hidraúlica  feminina  de  Cister  temos  três  níveis  espaciais:  Macro Espacial, Meso Espacial e Micro Espacial.  

MACRO ESPACIAL: Conjunto  de  propriedades  do  mosteiro,  amiúde  longínquas,  nas  que  se  encontravam  moinhos,  azenhas, maços  ou  batans,  ferrarias,  canais,  pontes,  fontes  e  mananciais,  direitos  ao  uso  da  água  de  rios,  lagos  e  pântanos,  hortos,  salinas,  pesqueiras,  geridos  em  ocasiões  indiretamente  e  a  base  de  delegações  de  pessoal  externo  à  comunidade  monástica  (capelães,  criados).  Incluem-se,  aliás,  os  âmbitos  de  influência  e  os  mecanismos  de  gestão  territorial. 

MESO ESPACIAL:  Espaço  circundante  em  redor  do  edifício  claustral  sobre  o  qual  exercia-se  uma  influência  direta:  o  couto  monástico  e  as  propriedades  imediatas.  Atender-se-á  às  soluções  hidráulicas  locais,  com  engenhos  e  adaptações  no  terreno  próprias  de  cada  região. 

MICRO  ESPACIAL:  Disposição  interna  do  mosteiro,  composta  pelos  espaços  de  habitação  e  movimento  da  comunidade.   

 Desde  o  nível  Macroespacial  a  água  se  introduz  no  couto  monástico  e  distribui-se  pelas  suas  diferentes  áreas  (nível  Meso  espacial)  abastecendo  as  dependências  claustrais  (nível  Micro  espacial).  AS  TRÊS  ESCALAS  CONSTITUEM  UM  SISTEMA  INDIVISÍVEL  DE  GESTÃO  DA  ÁGUA  EFICIENTE  E  SUSTENTÁVEL,  DESENVOLVIDO  PELO  SUJEITO  MÚLTIPLO  E  DINÂMICO  CHAMADO  COMUNIDADE  MONÁSTICA,  A  QUAL  É  FUNDAMENTAL  ATENDER  NESTE  TIPO  DE  ESTUDOS.  A  INTERAÇÃO  ENTRE  ESSES  DITOS  NÍVEIS  É,  ALIÁS,  ÚNICA  EM  CADA  MOSTEIRO.  Estes  níveis  de  análise  têm  sido  também  propostos,  no  âmbito  da  espiritualidade  feminina,  pelo  'PROJETO  'SPIRITUAL  LANDSCAPES'  (http://www.ub.edu/proyectopaisajes/index.php/es/ ). Muita  atenção  ao  dado,  senhores  da  'RMO'.   

 Cada  um  dos  mosteiros  adquiriu  um  senhorio  diferente  ao  resto,  o  geriu  de  maneira  diferente  e  esteve  condicionado  pelas  formações  naturais  e  políticas  da  sua  envolvente.  A  organização  topográfica  do  couto  monástico  é  singular  em  cada  caso.  Nem  sempre  pode  ser  implementado  o  PLANO  TIPO  cisterciense.  Ainda  mais,  escolheu-se  a  rama  feminina  pelo  seu  escasso  estudo,  por  causa  da  sua  hidráulica  estar  ativa  em  muitos  casos,  mantendo  diferenças  relativamente  ao  Císter  masculino.  Um  amplo  leque  de  centros  femininos  aparecem  neste  trabalho:  San  Andrés  de  Arroyo  (Palencia),  Santa  Maria  de  Contodo  (Segovia),  San  Vicente  el  Real  (Segovia),  Santa  María  de  Cañas  (La  Rioja),  Santa  María  de  Herce  (La  Rioja),  Santa  María  de  Gómez- Román  (Avila),  Nuestra  Señora  de  Villamayor  de  los  Montes  (Burgos),  Santa  María  de  Vileña  (Burgos),  Nuestra  Señora  de  los  Barrios- Abia  (Palencia),  Nuestra  Señora  de  Buenafuente  del  Sistal  (Guadalajara),  Santa  María  de  Gradefes  (León).  Mas  aparecem  também  no  trabalho  cenóbios  masculinos:  Santa  María  de  Matallana  (Valladolid),  San  Clodio  de  Leiro  (Ourense),  Nuestra  Señora  del  Parral,  mosteiro  jerónimo  em  Segovia,  Santa  María  de  Moreruela  (Zamora)  e  Santa  María  de  Carracedo  (León).  




 (Estas 'Terceras Jornadas de Jóvenes  Investigadores en Arqueología'. ¡Excavemos!'  supusieron,  entre  los  días  26  y  27  de  febrero  de  2018,  un  hito  importante  en  el  devenir  de  la  específica  hidráulica  cisterciense  del  panorama  ibérico.  Sin  duda,  los  contactos  de  investigadores  españoles  y  lusos  tuvieron  lugar).           

 As  fontes  escritas,  os  arquivos  que  contribuiram  para  esta  investigação  foram:  ACV  (Arquivo  do  Convento  de  Vileña),  AHN  (Arquivo  Histórico  Nacional),  AHPB  (Arquivo  Histórico  Provincial  de  Burgos),  AHPP  (Arquivo  Histórico  Provincial  de  Palencia),  AMHB  (Arquivo  do  Mosteiro  de  las  Huelgas  de  Burgos),  AMSAR  (Arquivo  do  Mosteiro  de  San  Andrés  del  Arroyo),  AMV  (Arquivo  do  Mosteiro  de  Villamayor),  ARChV  (Arquivo  da    Real  Chancillería  de  Valladolid),  ASMC  (Arquivo  de  Santa  María  de  Cañas),  BNE  (Biblioteca  Nacional  de  España).  


Artigo precedente.

Ningún comentario:

Publicar un comentario