24 de xan. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  
(179ª parte)   

Mosteiro beneditino de Ganfei, Valença do Minho


ENCONTROS POLIORCÉTICOS  / Oia

 Carmen  Manso  Porto  refere  ainda:    
 
 'O  irmão  de  Javier  Bouso  e  esposa  receberam  como  herança  o  loteamento  chamado  'El  bosque',  situada  do  outro  lado  da  estrada  e  hoje  pertencente  aos  descendentes.  O  resto  da  propriedade  do  mosteiro  foi  adquirida  por  José  García,  habitando  os  quartos  da  Horta  e  da  praça  de  Armas.  Nestas  últimas  pode  ter  organizado  um  Museu  de  animais  dissecados.  Os  seus  filhos  o  venderam  à  família  Masaveu.  A  finais  de  1999  foi  adquirido  pelo  Grupo  Banco  Pastor.  Um  ambicioso  projeto  de  restauração  e  reabilitação  do  edifício  permitirá  a  sua  recuperação  total.  O  seu  novo  destino  como  Grande  Hotel  augura  o  começo  de  uma  nova  etapa  brilhante  e  magnífica  nos  primeiros  anos  do  século  XXI'  (Es  este  el  relato  de  los  hechos  que  se  quedó  en  eso,  en  nada;  de  un  lado,  la  validez  del  trabajo  y  la  entrega  de  este  el   22  de  septiembre  de  1999  por  encargo  de  la  empresa  SAITE,  del  Grupo  Banco  Pastor  -  con  ampliaciones  del  texto  original  -;  de  otro,  las  prisas  de  los  sucesores  por  comprar  y  ampliar  terrenos,  de  muy  bajo  coste,  al  objeto  de  crear  una  urbanización  de  naturaleza  comensalista  típica.  Prima  la  obra  nueva,  o  sea,  la  RENOVACIÓN  URBANA  sobre  todo  lo  demás  y  conviene  denunciar  la  RECENTRALIZACIÓN  en  todos  los  órdenes  del  "Nuevo  Oia"  en  detrimento  del  Arrabal,   pasando  a  ser  un  "Parque  Central"  que  no  tiene  sustento  histórico  alguno.  'AHI',  'Architectural  Heritage  Intervention' introduce  una  ruptura  aún  mayor  que  la  protagonizada  por  los  'chalets'  precedentes,  dígase  Favelización,  consumando  el  consabido  proceso  de  'horror  vacui'  urbano,  el  adensamiento  propositado  en  el  nivel  de  edificabilidad,  la  endogamia/ pobreza  de  su  morfología  construtiva  y  la  destrucción  paisajística  subsecuente. Es  esta  la  arquitectura  DESIMPEDIDA  que  nos  proponen?). Isto   não  devia  ser  da  fatura  'AHI'  nem  por  sombras.  Este  "premio"  é  um  trocar  de  voltas  significativo.  


  

Frases  da  'Architectural  Heritage  Intervention':  

'Património  arquitetónico,  como  veículo  de  integração  social  e  recurso  socio-económico  de  primeira  ordem,  deve  ser  incentivado'  (Una  de  dos,  o  incentivado -  aumento -  o  rehabilitado - conservación  -). 

'Contribuir  à  revalorização  do  Património  como  caminho  de  futuro  para  a  arquitetura  do  século  XXI  é  a  nossa  razão  de  ser'  (Su  razón  de  ser  será  el  'umbral  de  rentabilidad',  o  la  eficacia  del  coste  invertido).

'AHI'  tem  a  vontade  de  consolidar-se  como  catalizador  e  observatório  dos  novos  reptos  que  acrescenta  a  globalização  à  arquitetura  atual'  (Acabáramos!!  están  hablando  de  Globalización,  por  tanto  de  TURISTIFICACIÓN )  

'AHI'  entende  e  difunde  o  património  arquitetónico  desde  um  olhar   plural  e  contemporâneo'  (los  Añadidos  no  son  siquiera  'Arquitectura  Complementaria',  son  auténticas  y  verdaderas  barreras.  El  cierre  del  Patio  de  los  Naranjos  es  pueril  en  los  argumentos  e  provocador  para  una  opinión  pública  formada). 

Mas  o  pior  vem  de  seguido,  visto  que  'RMO'  adere  tarde  à  'Declaração  de  Veneza',  significando-se  pela  componente  oportunista  e  urbanoide  da  sua  aventura.  A  maneira  conclusiva,  não  é  o  mesmo  'Arquitetura  Complementar'  do  que  'Arquitetura  do  Emplastro'. 

Imaginam  outros  exemplos  nos  cercanos  'Caminhos  para  Santiago  Portugueses'?  Não  há  um  só  desta  aventura  urbana,  nem  em  Fiães, nem  no  de  Ermelo,  nem  em  São  Romão  do  Neiva,  nem  no  mosteiro  de  Santa  Maria  do  Carvoeiro  luso,  da  ordem  beneditina,  ou  na  Nossa  Senhora  da  Abadia  de  Amares,  dependente  de  Santa  Maria  de  Bouro.  Também  não,  no  convento  de  São  João  de  Cabanas,  masculino  e  beneditino,  AO  PÉ  DO  MAR em  Afife.  Citemos  a  Nossa  Senhora  de  Mosteiró,  em  Cerdal-Valença.  Ou  igualmente  em  Santa  Maria  de  Miranda,  masculino  e  beneditino,  em  Arcos  de  Valdevez.  Imaginam  uma  urbanização  aderida  ao  mosteiro  valenciano  de  Ganfei?  É  pertinente  a  reclamação  de  Oia  como  território  de  adscrição  mista,  de  história  compartilhada  com  Portugal  mais  próxima  do  que  se  pensa.  A  sua  razão  geográfica  está  ligada  ao  país  vizinho.  Há   razões  para  pensar  que  Oia  está  longe  de    todo  das  suas  "vizinhas"  galegas  da  'Congregação  Cisterciense  da  Castela'.  A  encruzilhada  marinha  de  um  mosteiro  císter  é  aproveitada  pelos  'chicos  espertos'  para  fazer  separação  relativamente  a  um  núcleo  mais  integrador  ainda,  como  foi  o  beneditino  inicialmente. 

'Espírito  do  Lugar'  onde?  Se  têm  unido  uma  urbanização  ao  mosteiro  sem  rubor.  Com  certeza  que  isso  não  gosta  em  Fontfroide  ou  Noirlac,  em  Maubuisson  ou  Mortemer.  Onde  é  que  há  projetos  urbanizadores  pela  Europa  toda?         

(Continuará) 

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