14 de abr. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 

(142ª parte)    

Sanefa beneditina em Santo Tirso (Portugal)

ENCONTROS  POLIORCÉTICOS / Oia

 Temos  em  Oia  algo  que  não  bate  certo  e  que  desdobra-se  em  várias  situações,  crivadas  de  irregularidades.  Última  paisagem  oiense  fenecerá  por  causa  do  apetite  turistificador  e  tresloucado  de  uns  poucos,  vindos  de  Vigo,  pondo  em  causa  normativas  paisagistas  assinadas  pelo  Estado  Espanhol;  descaso  da  Memória  Histórica  em  termos  concretos  e  gerais  (analisar-se-á  um  caso  bem  particular  de  enterramentos  irregulares)  e  omissão  das  análises  de  impacto  visual  desde  os  diversos  pontos  de  observação  em  Oia  (incluindo  a  linha  de  flutuação  marinha).  Tudo  isso  fica  patenteado,  aliás,  com  a  questão  basilar  dos  ADICIONADOS,  dos  acréscimos  sobre  estruturas  pre-existenciais  (criticado  internacionalmente,  e  aceite,  pelos  que  livremente  honraram  e  assinaram  a  'Carta  de  Veneza').  Quê  se  passa  nesse  território  galego  administrado  por  uma  Xunta  encrencada  até  o  tutano  com  os  tijoleiros  e  destrutores  das  paisagens?  Julgam  que  podem  deixar  na  berma  uma  normativa  internacional  vigorante?  Encontro  entre  locomotivas,  Xunta/ RMO  versus  Legalidade,  é  já  um  facto.  Um  particular  ao  que  todos  aderem  converte-se  em  desculpa  de  ocasião  para  justificar  tudo  e  mais  alguma  coisa:  essa  fraseologia  do  "único  mosteiro  de  Europa  à  beira  do  mar  plantado"  não  vem  acompanhada  de  uns  cuidados  de  maior  na  vertente  paisagista  ou  na  temática  dos  acréscimos  junto  do  mosteiro.  A  estapafúrdia  toda  instalou-se  em  Oia  e  estes  corriqueiros  simplesmente  deixaram  de  ir  em  paralelo  com  a  legalidade.  



   

 Contato  com  ARMH-Galiza  (mais  uma  "fugida  aos  encontros"  da  RMO)  veio  esclarecer  algumas  coisas  relativamente  a  ossadas  dentro  e  fora  do  "land"  monacal.  Porta-voz  e  investigadora,  Carmen  Díaz-Rodeja  Arribí,  nos  fez  uma  bombástica  afirmação  sobre  o  assunto  que  deixamos  entregue  a  ela  própria.  ARMH  receia  que  o  Ministério  da  Presidência,  Relações  com  as  Cortes  e  Memória  Democrática  não  cumpra  na  prática  aquilo  que  anseia  aquela.  Vamos  escoar  duas  palavras  chave:  um  'chalet'  com  piscina,  mais  nada.  Tirem  ilações,  dado  a  notícia  constituir  uma  péssima  nova  para  os  recuperacionistas.  No  entanto,  o  não  conferimento  de  prospeções  ou  escavações  em  Oia  alarga  um  problema  de  inação  permanente.  Contudo,  existe  um  mapa  de  fossas  georreferenciado  (talvez  desatualizado),  sendo  que  cada  fossa  tem  um  número  de  registo.  Fala-se  de  uns  vinte  corpos  enterrados  num  mesmo  local.  Todavia,  associa-se  o  campo  de  concentração  de  Oia  a  Camposancos  (local  de  execuções,  de  'passeios'  e   de  entrega  de  fugidos  a  Portugal).  Da  mesma  maneira,  é  difícil  acreditar  somente  num  ossário  paroquial  como  expressão  e  testemunho  de  toda  a  população  presa  no  mosteiro  (4.500  prisioneiros  num  local  com  capacidade  para  250  deles…).  Investigador  Costas  Goberna  faz  alusão  a  falecementos  de  presos  no  campo-prisão  monacal  bem  como  possíveis  locais  de  enterramento  (aquí  jaz  o  miolo  de  tudo!).  Parece,  no  entanto,  uma  história  mal  contada  que  terá  de  ser  aprofundada,  doa  a  quem  doer.  Na  sequência  deste  assunto,  iremos  fornecer   textos  legislativos  e  aconteceres  diversos  que  obrigarão   RMO  a  reformular  muitas  coisas.  

 (Continuará)  

 Artigo precedente.

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