PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(141ª parte)
Ábsides e cimitério en OseiraENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Primeira Conferência Setorial de Memória Democrática celebrou-se há uns días com a presença da ministra e vicepresidente, Carmen Calvo Poyato. Real Decreto 373/2020, de 18 de fevereiro, de estrutura orgânica do Ministério de Presidência, Relações com as Cortes e Memória Democrática, estabelece uma Secretária de Estado de Memória Democrática (SEMD), cargo que ostenta Fernando Martínez López, da qual depende a Direção Geral de Memória Democrática e um Gabinete de apoio e assistência com nível orgânico de Subdireção Geral. Esta conferência destinará três milhões de euros entre as Comunidades Autónomas, sendo que 2 milhões de euros serão empregues em exumações e 1 milhão de euros na divulgação de trabalhos e dignificação dos lugares de enterro. Desses 2 milhões citados, 20.000 € destinar-se-ão para cada Comunidade Autónoma que tenha no mínimo uma fossa e mais 1,66 milhões de € dependendo do número de fossas. Do milhão restante, 600.000 € para todos os territórios e 400.000 € atendendo ao número das fossas achadas entre os anos 2000-2020. As Comunidades Autónomas deverão apresentar um atestado ou certidão das atuações realizadas antes do día 31 de março de 2022. Esta política de máximo impacto tem um horizonte de 4 anos e a tentativa real de intervir em 557 fossas ao total em Espanha. Teceram-se três linhas estratégicas:
● Localização, exumação e identificação de vítimas.
● Divulgação de trabalhos e resultados em conformidade com os princípios de verdade, justiça, reparação e não repetição.
● Favorecer o enterramento regular de vítimas encontradas ou, no seu defeito, dignificar os lugares de enterramento irregulares.
Assim, Andaluzia recebe 507.813 €; Catalunha 335.938 €; Comunidade Valenciana 283.417 €; Navarra 232.417 €; Extremadura 207.477 €; Aragão 196.337 €; Asturias 187.953 €; Baleares 122.029 €; Galiza 106.395 €; País Basco 102.499 €; Castela La Mancha 90.043 €; Canarias 71.707 €; Cantabria 64.998 € ; Madrid 64.623 € ; Murcia 60.894 ; La Rioja 57.555 €; Ceuta 31.953 € e Melilla 31.578 €. Repare-se que falta Castela e Leão (onde está sediada a ARMH em Ponferrada e possuidora de incontáveis campos de prisioneiros), deve ser erro tipográfico ou omissão. Com efeito, já se têm financiado 114 projetos de exumação, sendo o orçamento para o ano de 2021 de 11,4 milhões de €. Além disso, Real Decreto 887/ 2020, de 6 de outubro, estabelece uma subvenção direta à FEMP para atuações ligadas à Memória Histórica.
O quê é feito de Oia? As recidivas em que incorre RMO poderão não ser casuais. Já se passou muito tempo sem sabermos a natureza das pesquisas arqueológicas no espaço monacal. ARMH assegura que há corpos na envolvente do mosteiro e não só. Portanto, iniciem-se os trabalhos pagos pelo Estado de vez (o que poderá supor uma pausa, uma necessária paragem dos planos da RMO relativamente ao seu passo pelos 7 departamentos de administrações várias). À revélia de tudo, RMO quer deferimentos ou aprovações sem contar com a materialidade do seu projeto (planos urbanos estão no papel, na ficção...) , é sempre ao invés. Falamos de RECIDIVAS visto que respondem a esse duplo sentido: Médico e jurídico, ou seja reaparecimentos e queda nos mesmos erros de sempre. Como de antes, naqueles anos 60, 70 ou 80 do século passado, as inércias continuam na mesma. Todavia, saem à luz as contradições todas em que mergulhou designadamente o PSdeG. Em Oia, a Memória Democrática entrou em rota de colisão com os interesses do bipartidismo.
Ningún comentario:
Publicar un comentario