28 de xul. de 2011

PÓVOA DE VARZIM

Cantatas de Bach no encerramento do 33º FIMPV



Ricercar Consort


Infogauda / Póvoa de Varzim


Para o fecho da 33ª edição do FIMPV, o agrupamento belga fundado em 1980 e tão admirado pelo nosso público – Ricercar Consort – irá interpretar quatro Cantatas sacras de Johann Sebastian Bach, compostas em Weimar e Leipzig. Philippe Pierlot irá apresentar, ele próprio, uma Sonata para viola da gamba (com baixo contínuo), também do período de Weimar: uma oportunidade para apreciar a sua arte de instrumentista.
O concerto irá realizar-se no sábado, 30 de Julho, às 21h45, na Igreja Matriz.

O universo das cantatas de Johann Sebastian Bach
A Sinfonia em forma de diálogo entre o oboé e o primeiro violino, que abre o concerto, constitui a primeira secção da Cantata BWV 21 Ich hatte viel Bekümmernis [O meu coração estava mergulhado na aflição]. A obra foi estreada a 17 de Junho de 1714, em Weimar. Admite-se que Johann Sebastian Bach, para compor esta Cantata – uma das mais belas –, e incluí-la na candidatura de organista da Liebfrauenkirche de Halle, tenha reunido material escrito antes, para outras circunstâncias.
A Cantata BWV 82 Ich habe genug [Estou realizado] é mais tardia, pois foi estreada a 2 de Fevereiro de 1727, em Leipzig. Caracterizada pelo seu profundo intimismo (sempre na primeira pessoa) e parco efectivo instrumental, estrutura-se em três áreas entrecortadas por recitativos. O texto, de autor desconhecido, gira à volta das palavras de Simeão, louvando a Deus «porque os meus olhos viram a tua salvação» (Lucas 2, 30).
Redescoberta em 1911, na Real Biblioteca de Copenhaga, a Cantata BWV 199 Mein Herz schwimmt im Blut [O meu coração nada em sangue] foi criada a 12 de Julho de 1714 em Weimar. É uma obra de um jovem compositor já na plena posse do seu ofício: com um limitado número de instrumentos, Johann Sebastian Bach utiliza achados plenos de originalidade e combinações geniais. O libreto trata a parábola do Fariseu e do Publicano – o arrependimento junto de um Deus propenso à reconciliação. A giga final simboliza o perdão dos pecados.
A Sonata para viola da gamba e baixo contínuo BWV 1023 inicia a segunda parte deste concerto. Foi escrita em Weimar provavelmente entre 1714 e 1717. É composta por apenas três andamentos, ao contrário das obras anteriores congéneres.
O concerto encerra com a Cantata BWV 32 Liebster Jesu mein Verlangen [Jesus bem-amado, minha esperança], estreada em Janeiro de 1726, em Leipzig. Está concebida em forma de diálogo alegórico entre a Alma e Jesus, muito em voga a partir do século XVII. Bach atribui ao soprano a Alma, e a parte do baixo representa Jesus. O libreto narra a presença de Jesus no templo: o abandono de Deus e o conforto em Deus. Uma estrutura simples e clara: a primeira área é confiada ao soprano e ao oboé, num diálogo excepcionalmente belo; segue-se a área central a cargo do baixo e do violino; o duo final revela uma serena alegria. A Cantata termina com um Coral a que a assembleia normalmente se associava.
Ricercar Consort
Ricercar, procurar, tem sido o lema subjacente da actividade do Ricercar Consort desde a sua fundação.
Foi em 1985, com a Oferta Musical de Johann Sebastian Bach, que o agrupamento fez a sua primeira digressão concertística, já com uma sólida reputação internacional adquirida com as gravações, designadamente em cantatas barrocas alemãs e música instrumental.
Actualmente, sob a direcção de Philippe Pierlot, o Ricercar Consort continua a explorar o repertório barroco, da música de câmara à ópera e oratória, e a fascinar os melómanos com realizações simultaneamente profundas e rigorosas.

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