25 de abr. de 2024

PÓVOA DE VARZIM

"A RELEVÂNCIA DO 25 DE ABRIL NA EVOLUÇÃO SOCIAL"


O Salão Nobre dos Paços do Concelho encheu, ontem à noite, para o debate público intitulado “A relevância do 25 de Abril na evolução social”

Foto: C.M. P. de V.

Infogauda / Póvoa de Varzim

 O Salão Nobre dos Paços do Concelho encheu, ontem à noite, para o debate público intitulado “A relevância do 25 de Abril na evolução social”, que contou com as intervenções dos convidados José Carlos Vasconcelos, Isabel Ponce de Leão, Manuel Loff e Sofia de Melo Araújo. Moderado pelo jornalista João Gobern, o evento foi um dos momentos marcantes do programa comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril promovido pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.  

 Para a Professora Catedrática Isabel Ponce Leal, “a cultura é o grande pilar da liberdade”, acrescentando que “para além de determinadas distopias, a cultura é o pilar mais fraco da nossa democracia, seguindo-se a educação”. Na sua intervenção, referiu que até à Revolução “não eramos um povo com grande consciência política. A consciência política foi-se formando”. Neste sentido, transmitiu que “quando os soldados atuaram, sabiam que tinham uma retaguarda civil muito forte, pois na clandestinidade, muitos foram atuando”.  

 Também José Carlos Vasconcelos atribui imensa importância à movimentação juvenil dos anos 60. Paralelamente, atualmente, “gostaria que houvesse um exercício de cidadania com maior participação das pessoas”. O jornalista entende que “cada um pode contribuir de muitas formas para transformar a sociedade a diferentes níveis e os partidos políticos devem apelar à consciência aguda dos cidadãos”.  

 A Professora Adjunta Convidada na Escola Superior de Educação, Sofia de Melo Araújo, considera que a Revolução trouxe mudanças históricas no que se refere ao ensino: “a lei é fundamental na garantia de direitos. Temos uma educação ideológica para a qual a democracia não é o mesmo que uma ditadura. Há uma responsabilidade muito grande”. Segundo a própria, “precisamos de mais debates de portas abertas à diferença para discutir ideologias”, apelando à pedagogia do desconforto.  

 Para Manuel Loff é legítimo que as pessoas entendam que a democracia seja o usufruto dos seus direitos e defende a verificação quotidiana dos mesmos, seja em matéria de educação, habitação ou saúde. O Historiador considera que o 25 de Abril foi transformador no sentido em que se abriram as portas da participação social quando, até então, existia uma descrença profunda no povo português.

 A esta partilha de ideias seguiu-se, em frente aos Paços do Concelho, um Concerto Coral – Pró-Música EMcanto, com interpretação de peças de “Abril”, sob a direção Rui Silva.  

 Dirigida aos alunos do concelho, realizou-se, ainda, na Galeria dos Arcos da Câmara Municipal, uma manifestação artística intitulada “Colorir o 25 de Abril – A Educação e a Arte como forma de expressão livre”.

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