28 de feb. de 2023

OIA

Aditamentos  26 

Considerações  paisagistas  em  Oia


Estatua cromada junto de cruzes patadas no hospício templário criam um conjunto sublinhável neste 'Caminho Minhoto Ribeiro'.

Encontros Poliorcéticos / Oia     

 O  livro  'España  Fea.  El  caos  urbano,  el  mayor  fracaso  de  la  democracia',  da  autoría  de  Andrés  Rubio,  coloca  uma  pergunta  oportuna:  '¿Por  que  la  Constitución  de  1978  no  incluye  la  palabra  <paisaje> ?,  ¿Por  qué  han  sido  tan  dañinos  para  el  paisaje  los  años  de  la  etapa  democrática  y  su  régimen  de  comunidades  autónomas…(…). (…) y  cómo  han  podido  llegar  a  arruinar de  forma  irreparable  la  memoria  colectiva?       

 E  continua:  'São  os  promotores  e  os  seus  advogados  especialistas  em  transgredir  a  teia  de  normativas,  num  processo  de  urbanização  monstruoso e carente de garantias  corretoras,  os  principais  responsáveis;  eles  e,  mais  uma  vez,  os  agentes  da  Administração,  os  políticos municipais e da comunidade  autónoma,  os  arquitetos  mercenários  sem  ideias  e  nem  sequer  iniciativa  à  hora  de  aplicar  modelos  tipológicos  com  os  quais  lograr  apenas  uma  arquitetura  com  um  mínimo  de  hierarquia  compositiva,  todos  cúmplices  de  um  processo  que  só  pode  gerar  impotência'.       

 Isto  para  muitos  não  passa  de  palavreado  teórico,  não  resultará  realista,  nem  estará  ao  dia.  Mas  o  confronto  será  de  outra  dimensão  nitidamente  política,  autêntico  termómetro  desta  nossa  condicionada  realidade,  tal  é  o  estado  de  coisas  atual.  Condicionada  por   causa  destes  políticos,  tal  é  a  explicação  mais  simples  e  ruim  ao  mesmo  tempo.         

 Na  página  197  do  livro  reparo  neste  comentário:  'Se  Portugal  virou  de  costas  a  Espanha  durante  tanto  tempo  reivindicando-se  na  sua  identidade  atlântica,  no  seu  refinado  talante  proclive  ao  anglosaxônico,  ganha  tintes  de  tragédia  o  facto  dos  portugueses deixarem-se lançar, talvez  inevitavelmente,  nos  braços de uma  influência  espanhola  não  apenas  económica  mas  também  desenhada  pelo  pior  dos  flancos possíveis: saturação do litoral, injustiça  espacial,  pauta  curto prazista,  arquitetura  sem  pensamento'. 

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