12 de ago. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(229ª parte)     


Santa Mariña de Augas Santas (Ourense). Via da Prata


ENCONTROS   POLIORCÉTICOS / Oia 

 Os  Caminhos  Jacobeus  para  Santiago  estão  a  pagar  uma  crise  estrutural  derivada  dum  turismo  tresloucado  que  não  se  detém  em  nada.  Unamos   a  isso  a  componente  ideológica,  a  disputa  política  de  fundo  praticada  por  uns  e  outros  (cuando  la  izquierda  gaseosa  y  gominolas  convive  con  un  grupo  privado  en  Oia  o  cuando  la  'Conferencia  Episcopal  Española'  mete  mano  en  el  Jacobeo).  Santiago  está  a  ferver,  com  uma  vizinhança  local  de  cabeça  perdida  atuando  como  população  receptora  que  está  farta  do  modelo  turístico  imposto  pela  Junta.  A  resposta  do  senhor  Rueda  não  pode  ser  mais  interesseira:  'Não  há  turismofobia' , e  o  diz  como  quem  diz  bobagem,  como  se  nada  fosse.  Todos  os  sintomas  de  um  jacobeu  descaraterizado  convergem  em  Compostela.  Também  não  será  uma  casualidade  a  'Peregrinação  Europeia  de  Jovens'  (PEJ),  a  presença  do  enviado  do  Papa  (Cardeal  António  Augusto  dos  Santos  Marto)  quem  presidiu  a  Homilia  de  Clausura  no  Monte  do  Gozo  perante  12.000  jovens,  sendo  recebido  previamente  pelo  presidente  Rueda  (quem  ocultou  que  360.000  €  da  Junta  galega  destinaram-se  à  'Confederação  Episcopal  Espanhola'  para  os  eventos  daqueles  dias).  Esta  era  a  chave  de  ouro  no  Jacobeu,  entre  os  dias  2  e  7  de  agosto,  bem  como  o  pontapé  de  saída  para  a  'Jornada  Mundial  da  Juventude'  a  celebrar  em  Agosto  de  2023,  em  Lisboa.  



  

 Não  perdia  tempo  a  igreja,  como  também  não  os  seus  oponentes  e  todos  aqueles  que  expressavam  o  seu  nojo  por  causa  da  deriva  compostelana.  Presentemente,  a  capital  de  Galiza  é  pura  chicana  política  onde  praticamente  todos  estão  envolvidos.  Os  vizinhos  afirmam  que  o  Caminho  para  Santiago  não  pode  se  tornar  num  parque  temático,  aliás,  como  se  tem  tornado  a  todos  os  efeitos.  Santiago  é  uma  miríade  de  posições,  um  território  em  disputa  e  o  centro  de  todas  as  atenções.  Às  tantas,  a  gente  enlouquece  de  mil  formas  e  maneiras  intuindo  pausas  que  nunca  se  deram  (repare-se  que  a  dia  de  hoje  nos  hospitais  galegos  foram  considerados  'contagiados'   pelo  Covid  todos  aqueles  idosos  que  apenas  podiam  respirar  por  causa  do  calor  !Isto  está  a  acontecer  no  momento  presente  e  ninguém  reage!).  Calor  extremo  dispara  incertezas  de  todo  o  tipo,  confusões  de  amplo  leque  e  partidarismos  que  colocam  uns  e  outros  à  beira  de  confrontos  inimagináveis  noutros  tempos.  Assim,  vamos  dando  em  doidos,  aos  poucos  e  poucos,  como  se  isso  ajuda-se  alguma  coisa  quando  somos,  com  verdade,  anônimos  que  'não  dizem  coisa  com  coisa'.  Santiago  converteu-se  em  experimento  laboratorial  onde  uns  e  outros  abanam  a  sua  particular  bandeira.  Turistas  são  agora  'Fodechinchos'  e  invasores,  ao  tempo  que  independentistas  são retidos,  identificados,  revistados,  humilhados  e  propostos  para  sanção.  Este  contraste  não  será  nunca  casualidade. 

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