7 de ago. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(228ª parte)   
 
Ourense. Via da Prata. Apóstolo Santiago no Museu Arqueológico


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 'Cada  qual  luta  pelo  seu  quintal'.  A  camuflagem  que  acarinha  às  pretensões  urbanas  do  senhor  Xoán  Martínez  Reboredo  veste  roupas  bipartidárias.  Epicentro  desse  polémico  e  discutível  caminho  sedia-se  forçadamente  em  Oia.  O  cenóbio  faz  acopio  de  tudo  o  que  der  e  vier,  é  território  de  disputa  política  e  de  muitos  oportunismos.  Acorrem  prontos  uns  e  outros  assim  que  são  chamados;  na  realidade,  trata-se  de  um  verdadeiro  açambarcamento  da  parte  de  'RMO',  vale  tudo,  porque  este  grupo  privado  mercantil  faz  encenação  do  que  fizer  falta,  do  que  der  dividendos  publicitários,  e  isso  tira  do  sério  qualquer  pessoa  cabal  que  aposte  pela  neutralidade.  Cargos  eleitos  em  Vigo,  Baiona,  Oia  ou  A  Guarda  atiçam  a  chama  do  bipartidismo,  estabelecendo  um  conluio  claro  com  um  caminho  falso  e  os  interesses  mercantis  de  um  grupo  privado.  Paralelamente,  a  batuta  de  Vigo  faz-se  sentir  (intrujice /  P.P  e  P.S.  de  G.  competindo  pelo  poder  portuário  desta  metrópole /  falinhas  mansas  em  Oia).  A  lata   é  notória  em  todas  estas  personagens,  cientes  daquilo  que  arriscam.     
 Vamos  então  referir  de  vez,  dentro  do  circuito  hidráulico,  o  chamado  Circuito  Externo:   
 Está  formado  pelas  canalizações  que  portam  a  água  para  os  fins  económicos  e  de  manutenção  do  mosteiro.  1)  Energia  para  ativar  o  mecanismo  de  moinhos,  azenhas,  maços,  fráguas  e  ferrarias.  2)  Irrigação  de  hortas,  consumo  dos  animais.  3)  Eliminação  do  resíduo  das  latrinas.  Este  pode  se  juntar  com  a  água  restante  do  circuito  interno;  a  água   é  captada  apartir  dos  rios  e  não  necessariamente  tem  de  ser  potável,  assim  costuma  transportar-se  num  regime  de  condução  aberta  superficial.  

Captação:  A  captação  externa  ou  de  'Água  comum'  costuma  localizar-se  numa  presa  ou  alguma  derivação  de  algum  rio  ou  ribeiro  próximo,  com  pendente  favorável  e  força  suficiente,  composta  aliás  por  alguma  estrutura  divisória  destinada  a  canalizar  a  água  até  a  condução. 

Condução:  Canal  de  extensão  e  largura  variável  que  conduz  a  água  por  gravidade  para  o  couto  monástico  em  regime  aberto. 

Distribuição:  Este  circuito  não  tem  um  sistema  fixo,  embora  seja  comum  encontrar  nós  onde  os  canais  bifurcam-se  uma  vez  realizado  o  ingresso  no  couto  monástico,  com  a  finalidade  de  abastecer  hortas,  moinhos  e  outras  estruturas  internas.  

Armazenagem:  Estes  dispositivos,  ao  contrário  do  que  o  sistema  interno,  não  requerem  um  grande  isolamento,  pois  estão  dispostos  ao  ar  livre  e  a  sua  proteção  limita-se  a  evitar  perdas.  Muitas  das  vezes  incorporam-se  às  captações, mas  também  à  moinhos-balsas,  presas,  cubos,  alvercas,  lavadouros,  piscinas  para  criação  de  peixes  ou  pilões  para  o  consumo  animal.  A  sua  finalidade  será  acumular  a  água  e  regular  o  seu  passo  uniformizando  o  seu  caudal,  especialmente  em  locais  com  alta  estacionalidade,  escassez  hídrica  ou  onde  não  seja  possível  incorporar  uma  grande  quantidade  de  recurso.  

Evacuação:  Composta  de  um  coletor  geral  a  incorporar  o  sobrante  do  circuito  interno,  pode  finalizar  num  rio  próximo  ou  também  ir  para  as  hortas,  aproveitando  a  água  para  a  rega  produto  da  inundação  de  uma  das  partes  do  mosteiro  -  propositada  -  para  a  manutenção  direta  da  comunidade.  Todo  mosteiro  tem  esta  riqueza  escondida  sob  o  chão;  o  registo  da  hidráulica  monacal  é  das  reticências  mais  frequentes  expostas  pelos  grupos  privados. 



  

(El  libro  'España  fea.  El  caos  urbano,  el  mayor  fracaso  de  la  democracia',  de  Andrés  Rubio,  plantea  cuestiones  incómodas  diciendo:   

 ¿Por  qué  la  Constitución  de  1978  no  incluye  la  palabra  'paisaje'?  ¿Por  qué  no  existe  en  España  un  Conservatorio  del  Litoral  como  el  francés?  ¿Por  qué  en  1967  había  catalogados  más  de  mil  'pueblos  bonitos'  en  España  y  ahora  no  quedan  ni  cien?  ¿Por  qué  han  sido  tan  dañinos  para  el  paisaje  los  años  de  la  etapa  democrática  y  su  régimen  de  comunidades  autónomas,  y  cómo  han  podido  llegar  a  arruinar  de  forma  irreparable  la  memoria  colectiva?)    

 'España  fea'  es  un  estudio  brillante  de  las  barbaridades  cometidas  sobre  el  patrimonio  español  desde  el  final  de  la  dictadura  de   Franco  hasta  la  actualidad.  Desgrana  con  rigor  y  sensibilidad  los  disparates  llevados  a  cabo  desde  las  costas  mediterráneas  hasta  las  del  norte,  pasando  por  la  'España  vaciada'  y  el  desastre  urbanístico  de  Madrid,  e  indaga  en  las  causas  que  nos  han  conducido  a  esta  catástrofe  cultural  sin  precedentes.  Revela  la  estrategia  urdida  por  políticos  y  promotores  ignorantes  y  corruptos,  con  el  silencio  cómplice  de  un  gremio  desmovilizado,  el  de  la  arquitectura,  y  la  indiferencia  y  el  desconocimiento  del  mundo  intelectual  y  los  medios  de  comunicación.  

Ningún comentario:

Publicar un comentario