PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(228ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
'Cada qual luta pelo seu quintal'. A camuflagem que acarinha às pretensões urbanas do senhor Xoán Martínez Reboredo veste roupas bipartidárias. Epicentro desse polémico e discutível caminho sedia-se forçadamente em Oia. O cenóbio faz acopio de tudo o que der e vier, é território de disputa política e de muitos oportunismos. Acorrem prontos uns e outros assim que são chamados; na realidade, trata-se de um verdadeiro açambarcamento da parte de 'RMO', vale tudo, porque este grupo privado mercantil faz encenação do que fizer falta, do que der dividendos publicitários, e isso tira do sério qualquer pessoa cabal que aposte pela neutralidade. Cargos eleitos em Vigo, Baiona, Oia ou A Guarda atiçam a chama do bipartidismo, estabelecendo um conluio claro com um caminho falso e os interesses mercantis de um grupo privado. Paralelamente, a batuta de Vigo faz-se sentir (intrujice / P.P e P.S. de G. competindo pelo poder portuário desta metrópole / falinhas mansas em Oia). A lata é notória em todas estas personagens, cientes daquilo que arriscam.
Vamos então referir de vez, dentro do circuito hidráulico, o chamado Circuito Externo:
Está formado pelas canalizações que portam a água para os fins económicos e de manutenção do mosteiro. 1) Energia para ativar o mecanismo de moinhos, azenhas, maços, fráguas e ferrarias. 2) Irrigação de hortas, consumo dos animais. 3) Eliminação do resíduo das latrinas. Este pode se juntar com a água restante do circuito interno; a água é captada apartir dos rios e não necessariamente tem de ser potável, assim costuma transportar-se num regime de condução aberta superficial.
● Captação: A captação externa ou de 'Água comum' costuma localizar-se numa presa ou alguma derivação de algum rio ou ribeiro próximo, com pendente favorável e força suficiente, composta aliás por alguma estrutura divisória destinada a canalizar a água até a condução.
● Condução: Canal de extensão e largura variável que conduz a água por gravidade para o couto monástico em regime aberto.
● Distribuição: Este circuito não tem um sistema fixo, embora seja comum encontrar nós onde os canais bifurcam-se uma vez realizado o ingresso no couto monástico, com a finalidade de abastecer hortas, moinhos e outras estruturas internas.
● Armazenagem: Estes dispositivos, ao contrário do que o sistema interno, não requerem um grande isolamento, pois estão dispostos ao ar livre e a sua proteção limita-se a evitar perdas. Muitas das vezes incorporam-se às captações, mas também à moinhos-balsas, presas, cubos, alvercas, lavadouros, piscinas para criação de peixes ou pilões para o consumo animal. A sua finalidade será acumular a água e regular o seu passo uniformizando o seu caudal, especialmente em locais com alta estacionalidade, escassez hídrica ou onde não seja possível incorporar uma grande quantidade de recurso.
● Evacuação: Composta de um coletor geral a incorporar o sobrante do circuito interno, pode finalizar num rio próximo ou também ir para as hortas, aproveitando a água para a rega produto da inundação de uma das partes do mosteiro - propositada - para a manutenção direta da comunidade. Todo mosteiro tem esta riqueza escondida sob o chão; o registo da hidráulica monacal é das reticências mais frequentes expostas pelos grupos privados.
(El libro 'España fea. El caos urbano, el mayor fracaso de la democracia', de Andrés Rubio, plantea cuestiones incómodas diciendo:
¿Por qué la Constitución de 1978 no incluye la palabra 'paisaje'? ¿Por qué no existe en España un Conservatorio del Litoral como el francés? ¿Por qué en 1967 había catalogados más de mil 'pueblos bonitos' en España y ahora no quedan ni cien? ¿Por qué han sido tan dañinos para el paisaje los años de la etapa democrática y su régimen de comunidades autónomas, y cómo han podido llegar a arruinar de forma irreparable la memoria colectiva?)
'España fea' es un estudio brillante de las barbaridades cometidas sobre el patrimonio español desde el final de la dictadura de Franco hasta la actualidad. Desgrana con rigor y sensibilidad los disparates llevados a cabo desde las costas mediterráneas hasta las del norte, pasando por la 'España vaciada' y el desastre urbanístico de Madrid, e indaga en las causas que nos han conducido a esta catástrofe cultural sin precedentes. Revela la estrategia urdida por políticos y promotores ignorantes y corruptos, con el silencio cómplice de un gremio desmovilizado, el de la arquitectura, y la indiferencia y el desconocimiento del mundo intelectual y los medios de comunicación.
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