20 de xuño de 2020

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia

(98ª parte) 
   




ENCONTROS  POLIORCÉTICOS / Oia
      
 Estratégia da "RMO" faz parte da pressão urbanística exercida pela direita neotijoleira neste âmbito baixominhoto. Da mão do Círculo de Empresarios de Vigo, olhem só, abençoam-se  planos de regresso do tijolo às nossas costas. Dão por certo e como dado adquirido que assim vai ser. Tirem os oienses as devidas ilações sobre este assunto, visto que outros "colaboradores" já apareceram em cena para "dar o seu melhor" em apoio da "RMO". E são mesmo cenas maradas, inacreditáveis em tempos passados. Nem sempre o silêncio é de ouro porque encobre-se uma incoerência abisal em determinada esquerda que está a dar palmas a un projeto presumivelmente inclusivo ou arrebatador, quando a palpabilidade de uma paisagem agredida, adensada e afunilada é caso assente. Houve uma espécie de dispensa, de complexo envergonhado em nome de um suposto "bem maior" (trabalho) que desfez a antes citada coerência patrimonial. Os conluios cedo raiaram entre essa esquerda escondida nos Institutos de Estudos..., à espera de colmatar o autoengano dos campos de prisioneiros, por  exemplo. Oia é muito mais do que isso e Císter é muito mais do que "ACIGAL". Só uma bizarra amnésia fará com que não se possa restabelecer e ajuizar como se deve o mundo monacal. Análise objectiva e neutral foi posta em causa e não há nada mais revelador de incoerência do que esses conluios com os futuros agressores da paisagem. Tenham dó, senhores! Assim, é chegada a hora de separar o trigo do joio aprofundando nas verdadeiras razões da "RMO" para querer concretizar à esquerda e direita o seu projeto urbano em Oia. Arquitetura da bajulação fez estragos e a maioria está a assobiar para o lado, como se não fosse com eles. Na nossa perspetiva, "S.O.S. Mosteiro" deve atuar de novo e recompor este "conto do vigário" generalizado. Todos temos direito ao contraditório e a leitura serena de uma realidade da qual fomos furtados. A candidatura de "Marea Galeguista" devia era assumir a oportunidade única que tem presentemente para pôr em causa futura urbanização e aliciar aos oienses de molde a não acreditarem na mistura imposta de cenóbio/plano urbano. Essa UNILATERALIDADE forçada está arrasando a democracia local oiense e a capacidade de reflectir das pessoas. Conjugam-se realidades menos confortáveis em Oia no momento atual que voltam a falar de agressões à  paisagem (vejam Serra da Groba, do Galiñeiro). Com efeito, Xunta galega assenta a irrefutabilidade dessas agressões em plena pandemia e na calada da noite, como se de uma "boutade" se tratasse. Portanto, temos um problema ambiental e paisagista redobrado, multifacetado, que revela casuísticas surpreendentes na administração autonómica e no parlamento galego. Paisagem volta a ser notícia. 

 Sublinha-se a necessidade de reducir a discrecionaliade da administração patrimonial, incrementando o caráter regulado do seu intervencionismo, nomeadamente quando essa discrecionalidade aplica-se para limitar a propriedade privada ou a liberdade de empresa. Sumariamente, as pretensões da "RMO" são pura operação económica associada à redução de cargas e afeções patrimoniais em razão da função social (cultural) da propriedade e uma maior defesa das liberdades de propriedade e empresa face as mesmas. Pôr em causa essa propriedade privada de um mosteiro cisterciense virou sacrilégio e desculpa esfarrapada para abafar o debate sobre gestão dos privados na negociata da turistificação. Cá o que está em causa será a separação coerente entre o tijolo e o monumento. Atual LPCG ordena caprichosamente nove categorías de bens: Monumento; Jardim Histórico; Sítio Histórico; Jazida ou Zona Arqueológica; Vía Cultural; Lugar de Valor Etnológico; Conjunto Histórico; Paisagem Cultural e Território Histórico. Não há casualidades neste desenho: Face à LPHE (Lei do Património Histórico Espanhol de 1985) há Monumentos, Jardins, Conjuntos e Sítios Históricos, bem como Zonas Arqueológicas, com proteção inferior à de BIC (no artigo 14.2 da LPHE não era assim, visto que eram plenos BIC). Desdobram-se ainda duas categorias, Sítio Histórico e Território Histórico e da mesma maneira incorporam-se duas categorías, Vía Cultural e Paisagem Cultural. Repare-se na noção de Vía Cultural, sendo ignoradas as denominações em vigor no âmbito da UNESCO. Moral da história, direita política quer debilitar zonas de proteção, franjas, larguras e denominação de bens para dar fôlego aos atores contratuais (vantagem acrescida perante as oportunidades de ocupar envolventes de proteção, de amortecimento ou até zonas subsidiárias de proteção). Interposições empresariais são hoje o pão nosso de cada día, marcam a agenda urbanística dos concelhos menores e andam a procura de fiéis colaboradores na esquerda oficial e menos oficial. Todavia, "ACIGAL" se inventa uma vía cultural cisterciense à galega, digamos assim, para concretizar "alternativamente" os seus anseios; planos que, de certeza, não são conhecidos na sua verdadeira dimensão no seio da "Charte européenne des Abbayes et Sites Cisterciens". Tempo haverá para conferirmos esse extremo. Não é uma questão irrelevante. O rol hegemônico de "RMO", "Kaleidos", "ACIGAL" ou como queiram chamar-se tem de ser virado do avesso. 

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