28 de feb. de 2020

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 
(85ª parte)


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia   

 Xunta de Galiza, por ativa ou por passiva, facilitou à "Vasco Gallega de Consignaciones" a compra do mosteiro de Oia no final do ano de 2004. Por 2,4 milhões de euros ficava "preto no branco" quem iria chefiar um novo e impreciso projeto de alteração do turismo e a paisagem em Oia. De facto, dois picos ou momentos decisivos, no espaço cronológico de quinze anos, marcaram uma folha de rota determinada, justamente, pela atitude ELUSIVA inicial do que é hoje a "RMO":    

1) "RMO" não tinha um desenho concreto daquilo que pretendia fazer em Oia. Existia no imaginário a concretização de um qualquer empreendimento "ao calhas", de natureza claramente ligada ao turismo em voga no sul da Galiza (situado às antípodas da sustentabilidade). A negativa experiência do Banco Pastor fez com que Xunta galega ativasse um protocolo baseado na pressa e num novo rumo, de molde a evitar a compra do mosteiro pela Deputação de Pontevedra ou outra instituição pública. Preçario daquele BIC genérico de Oia, pouco mais de 2 milhões de euros, andava no campo das brigas e das oportunidades. Xunta adiantou-se, marcando pautas futuras a seguir.    

2) Quinze anos volvidos, perante a paralisia do projeto turistificador em Oia (saneamento, captação/adução e escoamento de águas), e num momento em que "Hispania Nostra" manda mosteiro à Lista Vermelha do património, Xunta põe a andar uma despesa de 776.000 euros (com prazo de 18 meses de execução) para tirar o cenóbio da  vergonha (passou á Lista Verde). São dois momentos que assentam conluio entre uma administração de todos e uma propriedade privada!    




 Comprova-se assim que projeto da "RMO" de alguma maneira era o feliz contemplado neste affaire todo, perante a falta de qualquer contestação que só viria a concretizar-se no final de 2017 com "SOS  Mosteiro". Anos depois, este projeto, para além da confusão instalada apartir de abril de 2019, fala agora da dificuldade de materializar uma realidade ligada à hotelaria que consistisse em, vejam atentamente, "19 milhões de euros para 72 quartos em 57.000 m2" (!?). Erro semântico, tipográfico? No inconsciente sentem como seu, ainda, tal devaneio. Face a isto, resta vindicar transparência, luz e taquígrafo, visto que andam com a teimosia de não aceitarem sequer soluções parcialistas: 11 milhões de euros em 38.000 m2...(!?). Quem entende isto (!?). Que saibamos, plano desta "RMO" mantém-se incólume na sua página net.  Um veu informativo foi tecido em redor das futuras obras no mosteiro; querem remexer,  vasculhar em hipóteses e em possíveis. Contudo, convirá fazer fincapé na magnitude das estruturas translúcidas que querem concretizar mais além das várias plantas monacais: contra toda normativa que blinda o património edificado preexistente de aditamentos e obras novas, estes senhores querem acrescentar um mínimo de 3.000 m2  ao mosteiro. Isto entra em rota de colisão com Convênio Europeu da Paisagem, LPCG, Lei galega de Proteção da Paisagem e outros textos vigorantes. Esses MARADOS argumentos seguem na cabeça destes novos donos de Oia. Muito embora "queiram respeitar" aquilo que subjaz, espaços translúcidos são verdadeiro exagero que choca com as quadraturas e linearidades monacais, ficando bem à vista de tudo e todos e destorcendo quaisquer  considerações.   

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