PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(84ª parte)
Claustro dos Laranjais. no Mosteiro de Oia
Foto: Google Earth
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ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Plano Especial de Infraestruturas e Dotações para a Instalação de Talasoterapia no Concelho de Oia estará pondo de parte questões de natureza arqueológica. Entre os anos 1999 e 2004, grupo Banco Pastor fez seu um estudo histórico-artístico da Doutora Carmen Manso Porto (entregue no día 22 de setembro de 1999) sobre o mosteiro de Oia, incluido no projeto apresentado à Xunta de Galiza para reabilitá-lo e reconvertê-lo. Porém, Banco Pastor recua e deixa na berma autora, reabilitação e hotel, ciente da avultada importância que pedia tudo isso: 20 milhões de euros para um recuperado e "parnasiano" mosteiro onde sediar-se-ía um complexo balnear com talasoterapia, de 150 quartos, a inaugurar entre 2002 e 2003. Falta de seriedade relativamente aos aspetos arqueológicos já tem uma cronologia exponencial; nó gordiano disto vai ser precisamente o projeto de fecho do claustro dos Laranjais. Manso Porto refere: "Nos cantos orientais das duas galerias HÁ INDÍCIOS DE UM PROJETO PARA FECHAR PÁTIO DOS LARANJAIS COM UMA GALERIA TRANSVERSAL, QUE AFINAL NÃO SE EXECUTOU. EM SEU LUGAR ERGUEU-SE UMA CERCA DE ALVENARIA COM MERLÕES IRREGULARMENTE DISTRIBUIDOS" (recorde-se que a ameia é o vão descoberto existente entre os merlões). Este apontamento tem o seu destaque pelo facto de afirmar mais um cerco murário militar para o norleste do mosteiro. Mais a frente a autora salienta: "No extremo oriental da galeria norte registam-se encaixe de dentes dos silhares (comumente chamados "espera", "adarajas") desde o embasamento até a cornija; além disso, última pilastra não tem fuste em caixa e dá-se um prolongamento em ângulo recto da imposta extrema" (indicativo do suposto fecho). Todavia, "No extremo oriental da galeria sul há mais pegadas deste projeto de fecho claustral: novo ângulo recto da imposta no último arco e muro contíguo que se prolonga também em rectângulo abase de recheios e alvenaria". "Resto deste muro cobre-se com aparelho de silharia. Alçado inferior, entre as duas portas de acesso às estâncias abobadadas, conserva o arranque de um grosso arco de volta perfeita, transversal ao eixo das duas galerias". Sublinha também a historiadora "(...) a existência de uma escada no canto sul e de uma porta no canto norte", bem como "(...) a construção de uma porta e arco desde a cozinha aos Laranjais e a ponte do prado, similar àquele que dá acesso ao prado desde o Pátio de Oficinas". Há portanto ligações entre os Laranjais e a horta; uma outra de saida ao prado; desde a cozinha aos Laranjais e desde a cerca norte ao prado. São obras de meados do século XVIII. É SÃO OBRAS COM UMA CERTA PERMEABILIDADE, NÃO COMO PRETENDE "RMO" COM O SEU DESCABIDO PROJETO DEFORMADOR.
Prossegue Manso Porto: "Sobre o arranque conservado daquele arco (transversal às galerias) uma parte do muro é de alvenaria; no entanto temos fiadas de silharia com sinais de uma provável cobertura - abóbada de berço - para o andar inferior da nova galeria de fecho, similar à do norte". Seguinte passagem esclarece ainda mais indícios do fecho: "No interior da galeria sul do andar superior, junto da última janela, aparece uma viga de madeira longitudinal e várias tábuas transversais e em zigue-zague com material de recheio (pedra, areia e cal) de uns cinco centímetros e meio de largo). CONVÉM INSISTIR EM QUE TAL CERCA NÃO CRIOU HERMETISMOS NOS LARANJAIS (PROJETO DA "RMO", PORÉM, QUER BETONIZAR UMA ÁREA PRECISADA DE PESQUISA ARQUEOLÓGICA). Este pormenor é importantíssimo se o relacionarmos com a HIDRÁULICA CISTERCIENSE ou com o falso corredor "fluvial" do Lavandeira.
Continuaremos.
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