PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(68ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
O que é que faz no contencioso oiense Conselho da Cultura Galega, sendo que é organismo assessor para os bens culturais, para o património cultural? Não tem feito nadinha até o momento pela preservação da derradeira paisagem em Oia. Artigo 7.1. do Título Preliminar da LPCG, que fala dos órgãos assessores e consultivos, atribue ao CCG o rol de máximo órgão de assessoramento e consulta dos poderes públicos da Comunidade Autónoma (segundo Artigo 32 do Estatuto de Autonomia e do Artigo 6.a. da Lei 8/1983, de 8 de julho). Da sua vez, Artigo 7.2. desta LPCG diz: "São órgãos assessores em matéria de património cultural:
a) Conselho Superior de Valorização de Bens Culturais de interesse para a Galiza.
b) Comissão Mista Xunta de Galiza-Igreja Católica.
c) Conselhos Territoriais de Património Cultural da Galiza.
d) Conselho Assessor dos Caminhos de Santiago.
e) Comissão Técnica de Arqueologia.
f) Comissão Técnica de Etnografia.
g) Quantos outros se determinem regulamentarmente.
Já agora, qual será a posição relativamente a Oia dos Institutos de Estudos Vigueses, Miñoranos ou Tudenses, tão ligados a esses Caminhos de Santiago? Inaplicação da lei escrita (veja-se LPCG) obriga-os a se manifestarem sem rodeios, sem evasivas. O que é que se faz em ausência dessa lei formal? Obviamente farrapos, sinuosidades, adiamentos e desculpas de ocasião; afinal, não passam de fanicos legais. Xunta galega invisibiliza LPCG quando convém, conforme determinados interesses. Todavia, que concelho oiense queira dar luz verde, através de futuro PXOM, a um projeto urbano tresloucado e à destruição da última paisagem monástica, revela as escalas morais de alguns. Aquando não se contemplam as próprias leis em vigor, saidas do parlamento, cria-se de facto uma bomba de relojoaria que acaba por explodir em forma de crise institucional anunciada. Para que serve então o autonomismo? Subserviência do municipalismo oiense é sintoma claro da hierarquização a nível distrital das últimas disposições, das decisões definitivas. É para ficar estarrecido perante o que se passa em Pontevedra com os dois partidos da velha política.
Paisagem proposta pela "RMO" suporá a sagração da anti-paisagem; é a réplica enganosa, citadina, das constantes edificatórias que chocam, que sempre colidem com a própria linguagem cultural. Querem fazer os vizinhos prognósticos do que está por vir?: Acréscimo, entre a população receitora, dos preços dos alugueres como consequência do forjado aumento das mensalidades em aluguer ou das vendas futuras estabelecidas pela "RMO", criará uma inevitável corrida aos ditos preços onde o que menos contará será um mosteiro, um âmbito cultural. A todos os efeitos, oienses ficarão prejudicados; pretende-se impor uma economia turistificadora que não tem em conta as bases reais da microeconomia local.
Há muitos nabos e ignorantes em redor da autêntica negociata que supõe, é suporá, tudo o que tenha a ver com os Caminhos de Santiago. Desrespeito por esses caminhos já tem tido episódios conhecidos. Para além disso, desconfiamos que atuais "patrões" do evento sejam os mesmos figurinos de sempre, nomeados pela política em uso, gurús e instalados.
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