15 de xul. de 2019

CAMINHA

Caminha regressa à Idade Média de 24 a 28 de julho
 
O antigo Edifício do Convento de Santa Clara, em Caminha, foi o cenário escolhido para a apresentação da programação da Feira Medieval intitulada “Caminha Monástica  
Fotos: C.M.C.


Infogauda / Caminha

 Caminha regressa à Idade Média de 24 e 28 de julho, com a promoção de mais uma edição da Feira Medieval. Subordinada ao tema “Caminha Monástica”, esta edição promete algumas novidades. “A Feira Medieval de Caminha é hoje considerada como uma das 5 melhores feiras medievais do país. Nós queremos sempre um pouco mais, embora seja difícil. O que é que nos temos vindo a fazer nos últimos anos: ao lado do reforço da animação, do espetáculo propriamente dito, tentamos chamar a atenção para aquilo que está na génese desta feira: o contexto histórico da vila de Caminha, mas também do Município de Caminha, por isso, envolvemos as juntas de freguesia, a escola” referiu Miguel Alves.   

 O antigo Edifício do Convento de Santa Clara, em Caminha, foi o cenário escolhido para a apresentação da programação da Feira Medieval intitulada “Caminha Monástica”. O momento contou com a presença de Miguel Alves, presidente da Câmara Municipal de Caminha, Paulo Torres Bento, professor do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais, vereadores da Câmara Municipal, presidentes de diversas freguesias do concelho, e com a participação especial da Minho Dança e da Academia Sénior de Caminha.   

 Paulo Torres Bento fez o enquadramento histórico da Feira Medieval de Caminha. Recorda-se que “o concelho de Caminha albergou ao longo da sua história secular, com destaque para a época medieval, diversas comunidades monásticas, masculinas e femininas. Do primevo Mosteiro de São João de Arga, beneditino, de fundação incerta em inícios do século XII, aos conventos franciscanos na vila-sede do município, Santa Clara (1571) e Santo António (1618) — este último prosseguidor do Convento de Santa Maria da Ínsua (1392) —, sem esquecer o mais recente convento das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras (1898), que subsiste a meia-encosta de Santo Antão. O mundo monástico, apesar de traduzir na origem uma opção de recolhimento espiritual e de fuga ao mundo, evidente nos locais isolados e inóspitos dos primeiros cenóbios, de que a Serra de Arga e a ilha da Ínsua são bons exemplos, evoluiria depois para uma relação mais próxima do século. Para além das conexões económicas — dos produtos da terra cultivados nas suas cercas à exploração dos frutos do mar nas camboas e mexilhoeiras —, a caridade e a assistência religiosa, o magistério das letras e a prestação de cuidados de saúde, constituíram-se como fortes elos de ligação entre regulares e populações locais.  Os conventos de Caminha foram ainda albergue de peregrinos a caminho de Santiago de Compostela — alguns notáveis, como o rei D. Manuel I, em 1502, ou o príncipe italiano Cosme III de Médici, em 1669 — e, à imagem de tantas outras localidades conventuais, alfobre de manjares e doçarias, como os “deliciosos papos de anjo ou pastéis de Santa Clara”, que perduraram até finais de oitocentos. Receitas esquecidas, mundos perdidos, resta hoje da Caminha Monástica do passado a sua rica e fecunda história, estudada em recolhimento nos arquivos ou celebrada em festa nas ruas”

 Sobre a temática desta edição, o presidente da Câmara referiu: “Este ano decidimos falar desta Caminha monástica que é muito evidente, mas que nem toda a gente vê. Queremos chamar a atenção para aquilo que fez e construiu Caminha ao longo dos anos. E estas comunidades monásticas construíram Caminha, contribuíram para aquilo que ela é”. 




 Com um mercado medieval atrativo e um programa de animação aliciante, a Feira Medieval de Caminha é já uma referência. No mercado medieval vão abundar os petiscos medievais, desde a cerveja artesanal, produtos aromáticos, bijuteria, artesanato, couro, até aos brasões de família, brinquedos medievais, entre muitos outros artigos. A programação não vai ficar atrás, e vai convidar os visitantes a passear pelos vários espaços. Animação de rua contínua com músicos, bobos, cavaleiros, teatro e aves de rapina; acampamento medieval; danças palacianas e danças do povo, encenações, música medieval, torneio medieval com cavalos e cavaleiros, torneios equestres, cortejos, exibição de voos de aves de rapina, jogos medievais, espetáculos de fogo, saltimbancos, falcoaria, exposições e oficinas, são alguns dos espetáculos que vão dar o mote a esta edição.

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