PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(26ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Até que enfim, os perpetradores “conseguiram” dar a volta e tornar Lista Vermelha em Lista Verde. Palmas pela falsa façanha! Afinal não passa duma manobra da “Kaleidos” para ganhar tempo e alguma credibilidade. Pequenos avanços e recuos que nada incidirão no problema de fundo em Oia. Desde o respeito por “Hispania Nostra”, temos sugerido uma revisão do parecer último sobre o mosteiro. Tem-se conferido um problema de diacronias na análise feita, bem como uma confiança excessiva na versão oferecida pelas ditas “fontes” oficiais. Xunta e “Kaleidos” falam de “futuríveis”, de “expetativas” que, presentemente, são promessas. Começar esta mentira toda polas visitas guiadas se traduz em começar a casa pelo telhado, ou seja em publicidade enganosa. Aliás, esta prática nojenta tem-lhes servido para perpetuar a segmentação propositada de todo o problema, deturpando, esquartejando, truzidando qualquer interpretação coerente DO QUE SE PASSA EM OIA. Namoro entre Xunta galega e proprietária não é surpresa nenhuma para ninguém; nesse sentido era boa uma reviravolta que desse plenas atribuições ao Estado para mudar de vez esta situação vergonhosa. Faz-se premente iniciar um rumo em contrário que externalize e divulgue a questão oiense.
Trata-se dum problema bicéfalo. Um, relativo à paisagem e outro, relativo à incapacidade para separar urbanização de monumento. Resume também um problema de parceria, de errada parceria entre morfologias incompatíveis. É lastimoso o produto que querem vender-nos (uma “melange” de talasos, jardins suplantadores, urbanização e quartos em redor de tudo o que não for adianto orçamental da Xunta). “Hispania Nostra” não terá reparado na componente paisagista; fez uma análise limitada deste contencioso todo, sem talvez queré-lo, analisando somente questões imediatistas ligadas a um presente crivado de promessas que deformam a realidade (saneamento, PXOU, volume das águas trazidas). Em definitivo, houve um escamoteio da informação facilitada a “Hispania Nostra”. Moral da história, estabelecer-se-á um lógico RECORRER DA SENTENÇA em todo este assunto. Estamos fartos destes chicos espertos que julgam que podem dar a volta tudo e mais alguma coisa. Pra já, têm posto de parte, nem mais, a própria Lei do Património Cultural de Galiza sobre zonas de Proteção e Amortecimento (artigos 45, 46 e 47, do Capítulo IV), Convênio Europeu da Paisagem, Lei de Proteção da Paisagem galega e, na prática, toda a normativa internacional nesta última matéria. Ao que tudo indica, chegou o momento de meter processo de alto gabarito na instâncias estatais e internacionais sem demora. Da mesma maneira, chegou a hora de atuarmos com gestos que exprimam o nosso profundo desacordo com esses péssimos hábitos das diferentes administrações.
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