10 de maio de 2019

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 
(25ª parte) 



ENCONTROS POLIORCÉTICOS /Oia       

 Comités científicos internacionais do ICOMOS têm alargado a sua panóplia de temas relativos ao  Património. Assim, contabilizam-se mais alguns: Fortificações e Património Militar  (ICOFORT); Documentação sobre o Património; Património Construtivo Compartilhado; Património do século XX ou Património Polar (este último de plena atualidade, dada a importância das descobertas após o progressivo degelo dos polos). Estes contributos todos vêm reforçados pelo Centro Internacional de Documentação desde o ano 1974, onde é facilitada informação de caráter gratuito. No caso espanhol, ICOMOS-España tem realizado a sua última aparição em público no Salão de Grados da Faculdade de Filosofía e Letras de Madrid, justamente há dois días (7 de maio). Encontros Poliorcéticos vai fornecer informação própria perante ICOMOS no sentido de solicitar uma agilização dos processos que travem de vez essa insensatez da firma Kaleidos”, como são as suas pretensões gentrificadoras e a destruição duma paisagem em micro e macro escala.     

 Presença da presidente da Deputação  de  Pontevedra  num comício socialista diz tudo das intenções já nada disfarçadas dos PERPETRADORES. Gerardo Rodríguez Refoxos, “capataz de obras” e “arbeitsgeber” do empreendimento pretendido, fala de 4 anos perdidos em Oia com mandato popular. A qué raio de “timings” está-se a referir? Por que carga de água os socialistas sempre mencionam atividade económica” como algo intrínsecamente bom? Esta malta esgana o calendário apressadamente, omite a legislação autonómica e internacional em matéria de áreas de proteção e amortecimento, substanciando uma perpétua agressão paisagista. Nem sequer têm em conta Convênio Europeu da  Paisagem ou Lei da Proteção da Paisagem galega. Vejam só: 20 volumes ao norte imediato do mosteiro, que na realidade são 20 edifícios ou  predios, de 3 andares cada um deles, somam 170 habitações ao total. Estabelece-se um volume edificável de 22.000  m2 aquando devia era ser de 6.000 ou 7.000 m2, como Movemento Oia tem referido repetidamente.      

 Assim, dá-se forma aos anseios de políticos profissionais que nada sabem de legislação patrimonial, inçando a bandeira dessa atividade económica” como se nada fosse ou como se fosse dogma inviolável dos auténticamente mentecaptos, dessa esquerda desenvolvista que assina qualquer projeto de obra. São o verso dos patos bravos”, duas caras da mesma moeda. “Kaleidos” alicia UNILATERALMENTE empreendimento lixo, saido de primeiriços ou bestas quadradas que só merecem um puxão de orelhas. Aliás, díga-se de passagem, “Kaleidos” tem deixado de parte qualquer processo de participação isento dos oienses. Rejeitem com coragem um projeto que nasceu morto, que violenta uma preexistência monacal sem rubor e que esta-se a borrifar para o Caminho Português da Costa, num momento em que está a ganhar valências. Obviamente, Xunta galega desentendeu-se dos seus deveres, não focalizando este problema desde um ponto de  vista estrictamente patrimonial.  

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