2 de nov. de 2018

ALMEIDA (PORTUGAL)

PATRIMÓNIO

Almeida na encruzilhada dos vaubanianos
(15ª parte)    




ENCONTROS  POLIORCÉTICOS /Almeida

 Ainda Almeida tem reformas, ainda procede-se a obras de restauração, quer superficial, quer estrutural. Já em tempos, João  Alexandre de Charmont, Marechal de Campo, escrevia uns Apontamentos, com datas de Março e Maio de 1762, nos que fazia uma diagnose do estado da praça: “Uma Estrada de Rondas revestida de tosca e mortal alvenaria (refere os estilhaços) de pedra e barro, com parapeitos quase rasos e de 12 palmos de  largura (...)”. “(...) Todos os Revelins sem esses parapeitos e terraplanados (...)”.(...) Estrada coberta sem traveses, lageada com cantaria bruta (...)”. “(...) Esplanadas cortadas a pique onde o inimigo pode se aproximar com facilidade, sem serem vistos e fazer sapa até o terrapleno da estrada encoberta”. Num apartado posterior relata as melhoras por ele introduzidas: “Todos os parapeitos estão feitos em cheio e bem taipados de terra sirandada sem Estrada  de Rondas e com canhoneiras nos flancos perpendiculares até a linha  rasante (...)”. “(...) os traveses somente permitem passo de infanteria e não de cavalaria (...)”. “(...) tem-se recuperado assim os traveses”.    

 Naquela altura a disposição das tais canhoneiras era a seguinte: Baluarte de Sta. Bárbara (23); Baluarte São João de Deus (28); Baluarte de São Francisco (18); Baluarte de São Pedro (10); Baluarte de Sto. António (13) e Baluarte de Nossa Sra. das Brotas (13). Dispunham,  aliás, de baterias à barbeta e de cavaleiros nas golas como fogo complementar.
  
 Na atualidade, tem-se atuado na reparação do aluimento de um troço de muralha junto do Baluarte de Nossa Senhora das Brotas. Existe uma proposta de intervenção na correção dum deslizamento de terras no terrapleno do Baluarte de São João de Deus, na sua traça perímetral e na Sala Abobadada do Museu Histórico Militar e haverá uma outra intervenção de manutenção estrutural  nos edificios das Portas Duplas de São Francisco, logo após da elaboração do projeto. Para fazer, esses ensaios não destrutivos, sónicos   no Quartel das Esquadras; a Análise de deterioração dos materiais na Porta de Sto. António e outra análise numérica computacional das abóbadas da Porta Magistral de São Francisco.      

 Além disso, houve uma atuação arqueológica entre os anos 2007 e 2012, da parte da Universidade Nova de Lisboa, que visava reduzir os impactos das obras públicas camarárias. A primeira - 2007 - consistiu no arranjo duma moldura em betão e vala para a introdução de iluminação no rasgo feito na chamada Porta Nova. A segunda, em 2008, fazendo mais valas para a passagem de estruturas necessárias à adaptação do Museu Histórico Militar. A terceira, em 2010, no intuito de serem abertas numerosas valas para passagem de águas e eletricidade no Largo 25 de Abril. Mais um trabalho na Baixa de Almeida, de  2011, relativa a redes de media e baixa tensão, gás, rega ou  telecomunicações que deixava à sua esquerda o Terreiro das Freiras, o Convento de Nossa Sra. do Loreto, continuava pela Rua da Muralha e acabava no Baluarte de São João de Deus, pondo ao nú estruturas de saneamento modernas, da Almeida bastionada, bem como características habitacionais daquela época. Finalmente, em torno da praça-forte realiza-se em 2012 uma ciclovia.  

Artigos relacionados

Ningún comentario:

Publicar un comentario