Uma comparativa de ações nas diversas raias fronteiriças
ENCONTROS POLIORCETICOS
Conferindo cenários vários onde patenteiam-se episódios históricos ligados às guerras da Restauração, podemos deduzir com alguma clareza determinadas realidades. Uma delas será, infelizmente, a que se deteta relativamente a acções e resultados. Esses podem-se contrastar, quanto a avanços e recuos, de maneira até notória.
Primeiramente, a pesquisa poliorcética é claramente insuficiente, por diacrónica, na Raia húmida do Minho. Cá, a descoordenação continua a ser uma realidade, pela paralisia dum projecto que devia era ser comum e comumente gerido. Concelhos e outras instituições andam desacompassados ou, pior, mergulhados na lentidão decorrente de calendarizações e prioridades políticas. Não ficam coadunados desejos e realidades, mesmo com projectos de reabilitação já prontos para o nosso expólio castellológico. Para além disso, a maquinaria burocrática dos Estados antepõe o carimbo e a hierarquia a qualquer outra realidade. De facto, vista a trajetória do velho IPPAR, hoje IGESPAR, não há nada que nos possa falar de câmbio, de mudança das velhas práticas. Comparativamente com outros espaços de fronteira, por exemplo Elvas-Badajoz, o Minho anda quase “de rastos”, seja dito.
Na Raia luso-estremenha, tem-se implementado um trabalho que viu-se reforçado pela intermediação dessa Candidatura à Património Mundial na Unesco (Elvas, Marvão, Almeida e Valença do Minho). Numa franja histórica onde os combates foram em tempos mais descarnados e com muitas piores consequências em todos os terrenos, a gestão poliorcética tem sido mais frutuosa. A iniciativa Vauban parece ter tido um escasso ecoado nestas bandas do Minho, onde cada administração anda “chacunses choses”. Em Badajoz, no entanto, o governo distrital publica diretamente a revista “O Pelourinho”, com conteúdos de grande qualidade e como aglutinante de todas as pesquisas e comunicações.
Na linha de Castela e Leão, destaca epicentricamente o sistema luso-helmántico de Almeida-Forte da Conceição de Osuna. Os 14 números da Revista CEAMA (Centro de Estudos da Arquitetura Militar de Almeida) validam sobejamente uma praça militar em toda a sua dimensão mundial. Porque disso se trata, a Poliorcética é um fenómeno definido pela sua internacionalidade, longe de parecer uma ciência localista ou esburacada pelos preconceitos. Outros pontos como Torregamones, San Carlos de Puebla de Sanabria, Carbajales de Alba e até Alcañices, em Zamora, ratificam a necessidade de alargar a pesquisa dessa raia seca.
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