3 de mar. de 2016

PATRIMONIO

Socializaçom do Património e Gestom condizente deste

Guarita no Forte de Santa Cruz (A Guarda)
Foto: Infogauda

José Buiza Badás


  Daqui a nada abrem-se as portas de mais um centro interpretativo, desta vez na vila da Guarda, focalizado na presumível abordagem do mundo das fortificaçons no Baixo Minho. Tempo atrás já se matutou essa ideia nos círculos cerveirenses na margen esquerda do río, aceitando as dificuldades que o tal encetamento poderia acarretar. Nom é fácil, sem dúvida, pôr alicerces a um projeto tam complicado como este que analizamos, na medida em que comportar-lhe-ia um acompassamento paralelo quanto a prazos, qualidade do plano museístico ou permanência de visitas, tendo em conta aliás fenómenos como o da diacronia com a margen oposta, incipiência da própria gestom e recursos escassos relativamente a pessoal e calendarizaçom de eventos. 

 É razoável termos dúvidas ligadas a todas estas problemáticas. Ao éxito do Centro de Estudos da Arquitetura Militar de Almeida oponhe-se a incerteza dum desenho museístico que se está a tecer para o Castelo de Sta. Cruz. Rebeca Blanco Rotea, pessoa que sabe bem disto e que tem desenvolvido um trabalho pioneiro nesta matéria, exprime o  delicado do assunto optando por fazer um somatório de forças e de individualidades, incidindo nos poucos remanescentes dinerários que existem e apostando sem embargo, segundo creio, numha sistemática de animaçom ou dinamizaçom cultural que poderá de feito deixar os patamares de autoexigência em níveis mínimos, pondo em causa outros valores muito mais ligados à excelência da gestom patrimonial. Entendo que em simultâneo com as poucas disponibilidades de todo género devem andar paralelas opçons de ultrapassagem de planos meramente localistas e até atrevo-me a dizer bairristas.  

 Olhando para o pasado de muitos centros interpretativos convirá reconhecermos perigos inerentes à pròpria apertura, inauguraçom e boato decorrentes deste tipo de espaços. Nom chega com isso, fai falta umha manutençom a médio e longo prazo e umha vontade ferrenha de estabelecermos um eixo de ligaçom com outros ámbitos, nomeadamente portugueses e iberoamericanos, por forma a dar conteúdos orgânicos ao centro guardense. Com todo o respeito e consideraçom, discrepo dum plano paramuseístico que visa fundamentalmente dar prevalência ao mundo escolar quando o que se deve procurar é um trabalho de excelência que forneça riqueza à socializaçom do mundo castellológico e nom ao contrário, como som os resumos expressos dumha ciencia real e a  desnecessária banalizaçom pola via dumha estranha animaçom socio-cultural, que demostrou o seu facilitismo e simplificaçom os últimos trinta anos. Ademais, nom esqueçamos que este perfil “profissional”  serviu a muitos desaprensivos para acederem ao próprio funcionalismo público de carácter local e nom só. Trata-se dumha política muito a ver com visons culturalistas estreitas que demostrarom com fartura o falhanço expresso de práticas localistas que nada tenhem a ver com o mundo poliorcético. É hora de corrigirmos o rumo.

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