PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(221ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
'RMO' quer concretizar a tudo custo LIMIAR DE RENDIBILIDADE (Umbral de Rentabilidad), nem que seja com apoios políticos expressos de um P.P. que anda à coca do assunto e mal dissimulando o seu apoio entusiástico aos planos que visam encontrar um PONTO DE EQUILÍBRIO satisfatório para o grupo mercantil e os tijoleiros. Mas este grupo privado já deu escorregadelas que cheguem para continuar a dar-lhe qualquer voto de confiança no futuro. Tratamento insuficiente do subsolo e do basamento no mosteiro evidenciam ou falhas propositadas na abordagem em questão ou instruções em determinado sentido das equipas arqueológicas. Tem-se descurado a poliorcética.
Na Península Ibérica, religião e defesa andavam de mãos dadas. Muitos são os exemplos a citar desta realidade; a proteção militar nos Oppida, Pallatium, Residências de Governadores, Qasabat, Alcazabas, Alcázares, Castillos, Fortalezas modernas ou Muralhas são numericamente incontáveis e extensíveis a culturas muçulmanas ou cristãs. Ao longo dos tempos conferimos essa simbiose nos exemplos peninsulares de alcázares (Córdoba, Calatrava ou o Al-Hizam de Toledo) ou cidades palatinas (Madinat Azahara, Alhambra). Palácios urbanos fortificados: Palácio dos Dávila (Ávila), Polentinos, Palácio dos Bicos (Segovia), Alcázar dos Bejarano (Trujillo), Palácio Chaves (Orellana). Arquitetura civil rural privada com defesas: La Olmeda (Palencia), Palácio-almunia do Rei Lobo de Monteagudo (Murcia), Torre- Hierro (Talavera de la Reina).
Vejam exemplos singulares ou plurais: Fortificação de Gormaz (Soria); Santuário ibero-romano de Torreparedones (Jaen), de Azaila (Teruel) ou Tarraco (defendido pelas muralhas), colmatando várias épocas históricas. Vejam na época visigótica, com a fundação de Recópolis (Zorita de los Canes - Guadalajara), conjunto palatino religioso defendido topográfica e arquitetonicamente; mosteiro de Melque (Toledo), necessitado de defesa. Mais exemplos a conviverem ou enfrentarem-se: Em Al- Andalus, a Mesquita Maior de Córdoba, de 74 por 37 metros, com pátio, sala de orações, onze naves perpendiculares à qibla ou muro e 4 portas de acesso, alminar e 2 contrafortes quadrangulares na porta. Também temos deste período: Alcazaba de Mérida, Alcazaba de Vascos, Puerta de Bab Al- qantara (Toledo), Porta do Hisn o Marco (Alcazaba de Trujillo). Em Isbiliya (Sevilla) o conjunto dos Reais Alcázares de Pedro I, antiga mesquita e complexo defensivo com catedral gótica e alminar.
Já na Idade Medieva a herança goda de Asturias, Navarra, Aragão e Condados Catalães, junto de Leão e Castela manifestava-se em múltiplos exemplos (Monzón, Ujué, Sant Pere de Rodes, Castelo de Loarre, San Julián de Prados, Santa María de Bendones, Tentudía, Zafra, igrejas fortificadas de Navalquejigo e Alpedrete em Madrid). De salientar, aliás, o Burgo de Osma, e os conjuntos acastelados de Hinojosa del Campo, La Rica, Noviercas, Masegoso ou Aldealpozo. Menção especial têm as Ordens Militares (Calatrava, em 1157; Santiago, em 1171; Montesa, em 1317; Évora- Avis, em 1187- 1211; Alcántara, Temple, Hospitalários…com expressões castelejas de entre os séculos XIII e XIV como Castrotorafe, Cogolludo, Zorita, Ocaña, Uclés, Mora, Alcántara, Consuegra, Montanchez, Malagón, Calatrava la Vieja, Calatrava la Nueva, Montiel, Yeste, Moratalle, Caravaca, Segura, Martos, Hornachos ou Alance. Menção também especial para a continuidade das Torres de Menagem (representando o poder do senhor) nos séculos XV e XVI da parte da 'Escola de Valladolid': Castelo de Torrelobatón, Mota. Igualmente as Torres de Belalcázar (Córdoba) ou Barciente (Toledo). Os mosteiros ameiam-se, munem-se de torres de flanqueio nas cercas: Santa Maria de Huerta, mosteiro de Sigena, Abadia de Benevivere (Palencia), mosteiro de Piedra, mosteiro de Poblet, mosteiro de Guadalupe, catedral fortificada de Ávila, catedral de Tui, catedral de Ourense, igreja- fortaleza de Portomarín, igrejas acasteladas de Pamplona. Mostras singulares merecem ser destacadas: catedral de Segovia, como baluarte dos comuneiros contra os realistas. A catedral- fortaleza de Almería (1520), campanários de costa utilizados como torres de vigilância (Santa Eulália del Rio, Sant Antoni de Portmany, em Ibiza). O caso de capelas sediadas em barracões, cidadelas ou fortes abaluartados (Jaca, em Huesca; Santa Catalina, em Cádiz; Fuerte de la Concepción de Osuna, junto de Portugal; igreja de San Ferrán de Figueres, em Girona). Em Portugal não esqueçamos as Sé de Coimbra e de Lisboa, representativas desta dupla atitude. São Martinho de Mouros ou Santa Maria de Cárquere são também apresentadas como templos castelejos.
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