5 de xul. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(221ª parte)       


Constantes manifestações poliorcéticas junto de muralhas. Caminha.


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia 

 'RMO'  quer  concretizar  a  tudo  custo  LIMIAR  DE  RENDIBILIDADE  (Umbral  de  Rentabilidad),  nem  que  seja  com  apoios  políticos  expressos  de  um  P.P.  que  anda  à  coca  do  assunto  e  mal  dissimulando  o  seu  apoio  entusiástico  aos  planos  que  visam  encontrar  um  PONTO  DE  EQUILÍBRIO  satisfatório  para  o  grupo  mercantil  e  os  tijoleiros.  Mas  este  grupo  privado  já  deu  escorregadelas  que  cheguem  para  continuar  a  dar-lhe  qualquer  voto  de  confiança  no  futuro.  Tratamento  insuficiente  do  subsolo  e  do  basamento  no  mosteiro  evidenciam  ou  falhas  propositadas  na  abordagem  em  questão  ou  instruções  em  determinado  sentido  das  equipas  arqueológicas.  Tem-se  descurado  a  poliorcética.  


Torre do Relógio (Caminha)

 Na  Península  Ibérica,  religião  e  defesa  andavam  de  mãos  dadas.  Muitos  são  os  exemplos  a  citar  desta  realidade;  a  proteção  militar  nos  Oppida,  Pallatium,  Residências  de  Governadores,  Qasabat,  Alcazabas,  Alcázares,  Castillos,  Fortalezas  modernas  ou  Muralhas  são  numericamente  incontáveis  e  extensíveis  a  culturas  muçulmanas  ou  cristãs.  Ao  longo  dos  tempos  conferimos  essa  simbiose  nos  exemplos  peninsulares  de  alcázares  (Córdoba,  Calatrava  ou  o  Al-Hizam  de  Toledo)  ou  cidades  palatinas (Madinat  Azahara,  Alhambra).  Palácios  urbanos  fortificados:  Palácio  dos  Dávila  (Ávila),  Polentinos,  Palácio  dos  Bicos  (Segovia),  Alcázar  dos  Bejarano  (Trujillo),  Palácio  Chaves  (Orellana).  Arquitetura  civil  rural  privada  com  defesas:  La  Olmeda  (Palencia),  Palácio-almunia  do  Rei  Lobo  de  Monteagudo  (Murcia),  Torre- Hierro  (Talavera  de  la  Reina).   


Torre da Igreja Matriz de Caminha 
     

 

 Vejam  exemplos  singulares  ou  plurais:  Fortificação  de  Gormaz  (Soria);  Santuário  ibero-romano  de  Torreparedones  (Jaen),  de  Azaila  (Teruel)  ou  Tarraco  (defendido  pelas  muralhas),  colmatando  várias  épocas  históricas.  Vejam  na  época  visigótica,  com  a  fundação  de  Recópolis  (Zorita  de  los  Canes - Guadalajara),  conjunto palatino  religioso  defendido  topográfica  e  arquitetonicamente;  mosteiro  de  Melque  (Toledo),  necessitado  de  defesa.  Mais  exemplos  a  conviverem  ou  enfrentarem-se:  Em  Al- Andalus,  a  Mesquita  Maior  de  Córdoba,   de  74  por  37  metros,  com  pátio,  sala  de  orações,  onze  naves  perpendiculares  à  qibla  ou  muro  e  4  portas  de  acesso,  alminar  e  2  contrafortes  quadrangulares  na  porta.  Também  temos  deste  período:  Alcazaba  de  Mérida,  Alcazaba  de  Vascos,  Puerta  de  Bab  Al- qantara  (Toledo),  Porta  do  Hisn  o  Marco  (Alcazaba  de  Trujillo).  Em  Isbiliya  (Sevilla)  o  conjunto  dos  Reais  Alcázares  de  Pedro  I,  antiga  mesquita  e  complexo  defensivo  com  catedral  gótica  e  alminar.       




 Já  na  Idade  Medieva  a  herança  goda  de  Asturias,  Navarra,  Aragão  e  Condados  Catalães,  junto  de  Leão  e  Castela  manifestava-se  em  múltiplos  exemplos  (Monzón,  Ujué,  Sant  Pere  de  Rodes,  Castelo  de  Loarre,  San  Julián  de  Prados,  Santa  María  de  Bendones,  Tentudía,  Zafra,  igrejas  fortificadas  de  Navalquejigo  e  Alpedrete  em  Madrid).  De  salientar,  aliás,  o  Burgo  de  Osma,  e  os  conjuntos  acastelados  de  Hinojosa  del  Campo,  La  Rica,  Noviercas,  Masegoso  ou  Aldealpozo.  Menção  especial  têm  as  Ordens  Militares  (Calatrava,  em  1157;  Santiago,  em  1171;  Montesa,  em  1317;  Évora- Avis,  em  1187- 1211;  Alcántara,  Temple,  Hospitalários…com  expressões  castelejas  de  entre  os  séculos  XIII  e  XIV  como  Castrotorafe,  Cogolludo,  Zorita,  Ocaña,  Uclés,  Mora,  Alcántara,  Consuegra,  Montanchez,  Malagón,  Calatrava  la  Vieja,  Calatrava  la  Nueva,  Montiel,  Yeste,  Moratalle,  Caravaca,  Segura,  Martos,  Hornachos  ou  Alance. Menção  também  especial  para  a  continuidade  das  Torres  de  Menagem  (representando  o  poder  do  senhor)  nos  séculos  XV  e  XVI  da  parte  da  'Escola  de  Valladolid':  Castelo  de  Torrelobatón,  Mota.  Igualmente  as  Torres  de  Belalcázar  (Córdoba)  ou  Barciente  (Toledo).  Os  mosteiros  ameiam-se,  munem-se  de  torres  de  flanqueio  nas  cercas:  Santa  Maria  de  Huerta,  mosteiro  de  Sigena,  Abadia  de  Benevivere  (Palencia),  mosteiro  de  Piedra,  mosteiro  de  Poblet,  mosteiro  de  Guadalupe,  catedral  fortificada  de  Ávila,  catedral  de  Tui,  catedral  de  Ourense,  igreja- fortaleza  de  Portomarín,  igrejas  acasteladas  de  Pamplona.  Mostras  singulares  merecem  ser  destacadas:  catedral  de  Segovia,  como  baluarte  dos  comuneiros  contra  os  realistas.  A  catedral- fortaleza  de  Almería  (1520),  campanários  de  costa  utilizados  como  torres  de  vigilância  (Santa  Eulália  del  Rio,  Sant  Antoni  de  Portmany,  em  Ibiza).  O  caso  de  capelas  sediadas  em  barracões,  cidadelas  ou  fortes  abaluartados  (Jaca,  em  Huesca;  Santa  Catalina,  em  Cádiz;  Fuerte  de  la  Concepción  de  Osuna,  junto  de  Portugal;  igreja  de  San  Ferrán  de  Figueres,  em  Girona). Em  Portugal  não  esqueçamos  as  Sé  de  Coimbra  e  de  Lisboa,  representativas  desta  dupla  atitude.  São  Martinho  de  Mouros  ou  Santa  Maria  de  Cárquere  são  também  apresentadas  como  templos  castelejos.  

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