2 de xul. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(220ª parte)  


Análise da proprietária está profundamente errada quanto à poliorcética


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia  

 Discurso  da  mercantil  'RMO'  relativamente  à  POLIORCÉTICA  está  profundamente  desviado,  errando  grandemente  em  quase  todos  os  supostos  que  dão  garantia  à  finalidade  específica  de  um  MOSTEIRO-BALUARTE.  Não  será  o  mesmo  referir  um  mosteiro  cisterciense  a  secas  que  fazer  menção  de  um  mosteiro- fortaleza  (la  intencionalidad  es  un  recurso  típicamente  turístico  y  un  error  craso  desde  el  punto  de  vista  de  la  castellología).  Limitar  o  cometido  militar  deste  mosteiro  é  negar  de  raíz  a  função  permanente  para  o  qual  foi  erguido  esse  incomensurável  basamento;  sendo  obvio  que  no  caso  que  nos  ocupa  reduzem-se  datas  ou  eventos  quase  sem  dar  por  isso.  Primeiro  deslize  da  mercantil.  Acrescenta-se,  aliás,  o  facto  desta  empresa  multinacional  fazer  um  somatório  regular,  constante,  de  'lagunas'  teóricas  e  empíricas  relativas  à  história  dos  complexos  religioso-militares  na  Península  Ibérica.  (Quedan  definidos  por  sus  declaraciones  fuera  de  lugar  y  por  su  gratuidad).  



    

 Mas  vinhamos  neste  artigo  servimo-nos  de  um  artigo  demolidor  do  arqueólogo  Xurxo  Ayán  acerca  de  passados  modelos  turísticos  implementados  na  costa  galega  desde  os  tempos  do  Sr.  Fraga  Iribarne.  Frases   contundentes,  realidade  exponencial  e  efeitos  atuais  inevitáveis.  Eis  o  exposto  por  Xurxo  Ayán:  

Depredação  sistemática  do  litoral. 

Desmoche  patrimonial  de  vilas  e  povoações  (racionalização  urbanística). 

Concentração  na  reabilitação  de  edifícios  religiosos,  mosteiros,  conventos  e  catedrais. 

Apoio  institucional  à  recuperação  social  do  culto  Jacobeu. 

Naturalização  de  um  modelo  de  desenvolvimento  baseado  em  projetos  de  corte  totalitário.     

 'Nos  anos  60  do  século  passado  implementaram-se  os  modelos  dos  'Miradores',  as  festas  de  'Interesse  Turístico'  (exaltação  gastronómica),  as  'reservas  de  Caza',  os  'cotos  de  Pesca'  ou  os  'Paradores'  de  Fraga.  Nos  anos  80,  Folklore,  Desenvolvimento  e  Religião  eram  uma  mesma  coisa.  A  mitomania  da  'Galicia  Verde',  'Galicia  Celta',  'Galicia  Máxica'  ou  'Galicia  Terra  Meiga'  foram  uma  constante'.  Sempre  segundo   o  citado  Xurxo  Ayán,  o  Fraguismo  (1990- 2007)  estabelecia  o  seguinte:  

Planos  de  desenvolvimento  comarcal  e  aplicação  dos  fundos  de  coesão.  Consolida-se  todo  o  discurso  tecnocrático  de  desenvolvimento  sustentável,   a  reconversão  rural  e  o  turismo  cultural,  âmbitos  NAS  MÃOS  DE  TÉCNICOS  E  BURÓCRATAS.  

As  comunidades  locais  ficam  marginalizadas  dos  âmbitos  de  decisão. 

Projetos  arqueológicos  focados  em  consolidar  interesses  profissionais,  corporativos  e  burocráticos,  longe  dos  públicos.

Consolidação  de  um  modelo  de  controlo  político  no  meio  rural  onde  o  poder  local  redistribui  as  ajudas  europeias. 

Políticos  que  querem  aceder  aos  fundos  FEDER,  LEADER,  LEADER   PLUS,  etc..pelo  interesse. 

Mercantilização  do  Património  Cultural,  denunciado  nos  âmbitos  académicos. 

O  Património  é  um  nicho  de  mercado,  os    cidadãos  são  clientes,  as  viagens  organizadas  são  'trips',  o  público  potencial  classifica-se   segundo  'targets'.  Conversão  da  coisa  pública  numa  'tour  operadora'  sem  escrúpulos,  que  EMPACOTA,  'IMSERSIZA'  E  COUSIFICA  à  cidadania.       

 Xurxo  Ayán,  falando  do  Monte  de  Santa  Tegra,  diz:     'Gerido  desde  a  década  de  1910  pela  Sociedade  Pro  Monte  Santa  Tegra  e  promovido  turisticamente  desde  o  primeiro  terço  do  século  XX' ,  e  a  seguir  continua  com  um  relato  corajoso  e  incómodo,  mas  real:  'Os  responsáveis  do  'trip'  concedem  dez  minutos  de  lazer  ao  total  por  forma  a:  

Tomar  uma  consumição  no  bar. 

Comprar  souvenirs  - entre  'kitsch'  e  'gore'-. 

Visitar  à  Santa  na  capela. 

Tirar  fotografias  no  miradouro. 

Observar  o  Atlântico  pelos  telescópios  sessentistas. 

Mijar. 

Visitar  o  museu  local. 

Descer  e  ver  o  espaço  doméstico  do  Castro.         

 'Santa  Tegra  é  o  único  castro  que  inscreve-se  nos  circuitos  turísticos  desenhados  pelos  'tour operadores'  que  trabalham  na  Galiza',  para  além  disso,  Xurxo  Ayán  especifica:  'Os  Geodestinos  são  expressão  do  modelo  falhado  das  duas  últimas  décadas;  um  artificioso  mapa  de  comarcalização  baseado  na  comarca  e  não  na  paróquia'.

 Artigo precedente.      

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