PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(169ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Uma nota introdutória sobre um contencioso que não se quer admitir já se faz premente: Declaração de Veneza de 2007 entra em rota de colisão com a Carta de Veneza de 1964, embora as novas arquiteturas queiram dar por morto o assunto. Por outras palavras, Carta de Veneza é ainda referência basilar e, no entanto, Declaração de 2007 constitui um dissimulado revisionismo da anterior. Relativamente a esta questão há pareceres encontrados, alegando-se uma rígida interpretação dessa Carta da parte de uns (reticências: como se não fosse óbvio que a Carta redigiu-se 19 anos depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, com tudo o que isso acarretava).
Vamos tentar fazer um resumo do exposto nesta 'Declaração de Veneza de 2007, para a conservação de monumentos e lugares no século XXI'. 'Carta de Atenas de 1931' fez um importante contributo ao desenvolvimento de um movimento internacional extenso para a salvaguarda da nossa comúm herança para futuras gerações. Posteriormente, a 'Carta de Veneza de 1964' dando conta de problemas que continuamente fizeram-se mais complexos e variados, revisa a Carta de Atenas e amplia o seu alcance num novo documento. Aquilo que se segue num mínimo de quarenta anos é uma miríada de novos problemas e complexidades, decorrentes de ambientes urbanos incoerentes ou insustentáveis onde os monumentos históricos são elementos sem costura (tal seria a versão dos defensores da 'Carta de 1964' face à 'Declaração de Veneza de 2007', ensopada com novos supostos baseados no europeu-centrifugismo e com toques de evidente neo-liberalismo que pretendem fazer tábula rasa dos erros cometidos POR UMA NOVA ARQUITETURA DESIMPEDIDA no momento presente). A questão do Mosteiro de Oia deve ser tratada com sossego, aos poucos e poucos, envolvendo atores que já fazem parte de um histórico, queiram ou não. 'Declaração de Veneza de 2007' terá a nossa crítica pontual, faseada, visto formar parte de uma contemporaneidade errática que se baseia na real sobreposição de acréscimos na obra original, na concretização do que não passa de Promoções Urbanas Costeiras, no desrespeito pelas altimetrias e no adensamento de espaços que atingiram o seu pico construtivo há tempo. Análise da 'Declaração de Veneza de 2007' virá acompanhada, lá chegaremos, de 'pros e contras' que hoje se negam de um jeito unidirecional, quer da parte de 'Rodríguez + Pintos', quer da parte da 'RMO'. Documento paradoxalmente redigido pela 'INTBAU' não fala com clareza do rol que deveria exercer o Arrabalde oiense, por exemplo. Outros interrogantes nem sequer são colocados, sendo postos de parte. Vamos desgranar numa próxima colaboração os pontos chave dessa 'Declaração de Veneza de 2007'.
(Continuará)
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