7 de out. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia   

(168ª parte)    




ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 Vamos  adiar  um  bocadinho,  para  próximos  capítulos,  o  'Caminho  Minhoto  Ribeiro'  e  centrar  os  nossos  comentários  nos  últimos  alardes  vazios  protagonizados  por  personagens  da  vida  pública  de  fora  e  dentro  de  Oia.  Assim,  Dna.  Cristina  Correa  Pombal,  representante  do  Feijoismo  e  dos  Tijoleiros  no  concelho,  fez  mais  uma  asneira  aquando  falava  de  acrescentar  mais  espaços  de  propriedade  camarâria  para  ESTACIONAMENTOS,  visando  assim  dar  um  pisco  de  olhos  aos  verdadeiros  donos  da  bola  em  Oia  e  dando  assim  asas  à  turistificação  mais  pura,  simples  e  descarnada.  Entretanto,  os  socieiros  cobrem  de  sinalética  para-eleitoral,  QUANDO  NÃO  TOCA,  projeções  visuais  que  são  pertença  de  todos,  contrariando  aliás  normativas  relativas  a  isto.  O  foguete  final  vai  ser  protagonizado pelo  'Padre  Feijóo'  e  o  Vicepresidente  primeiro  (Alfonso  Rueda)  na  sua  deslocação  a  Portugal,  sugerindo  que  a  'TAP'  siga  à  risca  o  plano  turistificador  do  governo  neo-liberal   e  desenvolvista  do  P.P.  Bem  parece  que  o  tratamento  dado  à  'TAP'  pareça  um  esquecimento  da  soberania  nacional  portuguesa,  não  sim?.  'Marca  Galicia'  desrespeitou  a  europeidade  dos  caminhos  todos  e  quis  impor  um  modelo  infantilizado  de  BATER  TODOS  OS  RECORDES.  Deve  ser  que  andem,  talvez,  um  bocado  pedrados,  siderados,  com  tanto  Jacobeu  Duplo,  não  é?  A  verdade  seja  dita:  Este  Jacobeu  evidencia  as  suas  fissuras,  que  não  são poucas,  estando  ligadas  à  turistificação  mais  desregrada  en  quase  todos  os  roteiros.  Jacobeu  21-22  provém  de  outros,  onde  o  primado  da  lei  brilha  pela  ausência,  às  vezes  propositada.  Pode-se   referir  um  Jacobeu  esvaziado,  frívolo,  de  reserva  hoteleira  e  mais  nada  (podem  comprovar  isto  na  crudeza,  na  artificialidade  que  se  confere  em  Portomarín,  por  exemplo,  no  roteiro  miolo  do  'Caminho  Francês':  Mercantilização,  banalização  e  por  aí  fora.  Igreja- fortaleza  de  São   Nicolás  está  de  verdade  'feita  ao  bife',  acosada  morfológicamente  por  anexos,  caixas-automáticas,  sinalética  agressiva  e  hotelaria).  Também,  em  Santiago  há  sinais  preocupantes  de  vandalismo  sobre  expressões  artísticas  várias;  de  facto,  Santiago  é  um  circo  e  uma  oda  à  turistificação  insensata.



   

 Há  um  contrasenso  evidente  em  redor  de  tudo  o  que  faz  e  pratica  'RMO'  relativamente  a  Oia.  Homenagem  a  D.  Grato  Ernesto  Amor  Moreno  e  D.  Carlos  del  Rio  prova  de  novo  que  'RMO'  está  fechada  em  sí  própria,  não  dando  ouvidos  a  outros  pareceres.  Quatro  décadas  de  trabalho  e  pesquisa  em  apoio  de  uma  variante  do  verdadeiro  Caminho  Português  será  opção  livre,    mas  isso  ao  pé  de  rotas  jacobeias  e  medievais  lusas  é  piada  de  mau  gosto,  senhores  da  'RMO'.  40  anos  no  advir  de  um  cobiçado  roteiro  são  uns  poucos  lustros  que  o  vento  leva  sem  darmos  conta  (condizendo,  aliás,  com  a  idade  que  colmata  D.  Xoan  Martínez  Reboredo).  Unidirecionalidade  e  cegueira  vão  de  mãos  dadas  nesta  calculada  calendarização  de  eventos.  Problema  está  nisso,  na  ausência  propositada  de  um  debate  (não  havendo  esse  debate,  está  'meio  caminho  andado'...).  Em  Oia  faltam  atores  anônimos  que  arquiteturem  soluções  diferentes,  garantidamente;  faltam  vozes  independentes  que  acautelem  aos  oienses  sobre  aquilo  que  se  pretende  concretizar  na  vila.  Em  junho  deste  ano,  'Encontros  Poliorcéticos'  apresentou  queixa  ou  denúncia  previdente  perante  a  'Direção  Geral  do  Património  Cultural'  galega,  no  sentido  de  dar  corpo  a  'timings'  e  históricos  necessários  para  poder  estabelecer  em  termos  lógicos  essa  desejada  HISTÓRIA  de  pros  e  contras  que,  vejam  só,  'anda  à  monte'.  Discurso  paisagista  é  burlado  ou  substituido  abase  de  sucedâneos;  consistência  provada  dos  velhos  caminhos  portugueses  é  preterida;  um  caminho  adjacente,  uma  variante,  é  sagrada  de  'monacal'  como  se  o  resto  não  o  fosse  (sic),  provocando  um  rasgar  de  vestes  localista,  endógeno.    

 Associação  de  'Amigos  dos  Pazos'  faz  um    trabalho  de  divulgação  do  património  cultural  galego,  isso  é  ponto  assente,  mas  fica  ainda  longe  do  criado  pela  iniciativa  'CASA  NOBRE'  em  Arcos  de  Valdevez,  que  já  anuncia  para  novembro  do  ano  de  2022  o  seu  '6°  Congresso  Internacional'  (o  'Instituto  de  Estudos  Galegos  Padre  Sarmiento'   já  participou  em  tempos  no  evento).  'Amigos  dos  Pazos'  deve  se  amoldar  às  novas  linguagens  decorrentes  da  gramática  da  pedra,  dos  muros  e  valados  (veja-se  Gabriella  Casella),  deve  se  introduzir  na  chamada  'Hipervalorização  das  pré-existências'  por  forma  a  criar  um  tratamento  igual  entre  arquitetura  vernacular  e  arquitetura  erudita.  Para  além  disso,  o  pazo  galego  refere  elementos  formais  próprios  do  torreado  ou  ameado  em  erguidos  civís  bem  interessante.  Repare-se  numa  coisa:  os  caminhos  todos  para  Santiago  são  um  somatório  dessas  manifestações  e  não  cabem  diferendos  nenhuns. Grato  Amor  é  um  desenhador  em  plumilha  e  muitas  coisas  mais.  Mas,  pondo  de  parte  estas  considerações,  o  que  é  que  terá  a  ver  isto  com  uma  urbanização  crivada  de  interrogantes  de  natureza  paisagista  e  com  acréscimos  nos  fechos  perimetrais  do  mosteiro?  'RMO'  põe  empecilhos  à  livre  visita  e  ninguém  diz  nada?  'RMO'  gaba-se  de  um  inexistente  projeto  paisagista  e  não  tem  nenhuma  réplica  ou  resposta?  E  se  de  jeito  coletivo  fosse  contestado  o  proceder  desta  'RMO',  qual  seria  o  agir  destes  falsos  patrimonialistas?  FALTA  DECIDIDAMENTE  UM  CONTRADITÓRIO  DEMOCRÁTICO  QUE  HOJE  NÃO  EXISTE.  Fraca  estreia  outonal  foi  a  que  organizou  'RMO'  e  mais  fracos  ainda  os  conluios  dos  'mass  media'  envolvidos  nesta  intrusão  olívica.  É  mais  simples  do  que  parece,  o  problema  vem  todo  dos  interesses  sediados  em  Vigo  ligados  à  turistificação  abusiva.  

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