20 de set. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(167ª parte)   

 



ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 Valença  e  um  centro  de  primeira  ordem  em  muitos  aspetos  e  centro  de  todas  as  acorrências  ligadas  ao  'Caminho  Central  Português'.  Valença  é  ponto  de  encontro  dos  mais  variados  atores  que  lá  se  manifestam.  Por  exemplo,  o  'Projeto  de  Requalificação  Urbana  do  centro  histórico'  iniciado  no  ano  de  2012,  com  atuações  na  Cadeia  Velha,  na  Coroada,  na  Assembleia  Valenciana,  no  antigo  edifício  da  Caixa  Geral  de  Depósitos,  etc..  (com  relatórios  que  somados  colmatam  vintedois  deles  em  2021). Também, a  sua  candidatura  em  série  (junto  com  Almeida,  Marvão  e  Elvas)  como  Património  Mundial  da  UNESCO,  publicitada  na  sequência  de  uma  digressão  feita  pela  'Association  Vauban'  a  26  de  setembro  de  2016  e  rubricada  pelo  Presidente  da  República  portuguesa,  professor  doutor  Marcelo  Rebelo  de  Sousa,  no  día  18  de  fevereiro  de  2017  (nesse  intre,  homenageava-se  ao  considerado  primeiro  santo  português,  São  Teotónio,  inaugurava-se  o  Centro  de  Inovação  e  Logística  valenciano  e,  no  día  anterior,  o  presidente  celebrava  o  43°  aniversário  da  Universidade  do  Minho  em  Braga).  Outras  efemérides  de  importância  falam  do  'Forum  Fortalezas  Abaluartadas',  jornada  única  do  29  de  junho  de  2015,  onde  souberam-se  coadunar  as  diferentes  sensibilidades  sobre  a  praça  militar  da  mão  de  vultos  como  o  senhor  Pereira  de  Castro,  Luis  Fernando  de  Oliveira  Fontes,  Rebeca  Blanco  Rotea  ou  o  nosso  vaubaniano  Jacques  Taranger.  Também  sublinhar  de  passagem  aquelas  jornadas  sobre  'Património  e  Fronteira',  nos  días  8  e  9  de  novembro  de  2018,  no  'Conselho  da  Cultura  Galega'  de  Compostela,  designadamente  a  intervenção  abrangente  do  doutor  Luis  Fontes.  E  agora,  em  31  de  agosto  de  2021,  o  Presidente  da  República  Portuguesa  aparece  mascarado  como  mais  um  mortal  a  fazer  uma  caminhada  simbólica  Valença- Tui  com  percurso  faseado  de  20  quilómetros,  referendando  assim  o  único  caminho  português  verdadeiro,  quer  dizer  a  confluência  do  'Costeiro'  e  do  'Central'  na  praça  militar  valenciana.  Esta  validação  presidencial  tem  um  alto  valor  simbólico  e  estratégico  entre  as  pessoas  normais  e  correntes,  que  observaram  cómo  um  cargo  público  de  tão  alto  estandarte  lograva,  talvez  involuntariamente,  rubricar  o  'Caminho  Português'  histórico  sem  melindrar  ninguém.  Este  gesto  tem  de  ser  valorizado,  ressaltado,  dado  incomodar  muitos  falsários  instalados  no  programa  partidário  de  captação  de  votos  e  no  localismo.  Nesse  sentido,  Baixo  Minho  galego  regista  uma  azarada  recoleção  de  assuntos  e  'dossiê'  próprios  da  inevitável  subserviência  política  de  sempre.    




 De  Valença  cabe  falar  de  muita  coisa,  e  de  outras  que  envolvem  inevitáveis  'podres'  ligados  a  construção  civil  ('patos  bravos'  e  urbanismo  desordeiro)  e  ao  caráter  fronteiriço  (com  todos  os  seus  pros  e  contras).  Muitas  pessoas,  em  privado,  referem  uma  ideia  comumente  extendida  e  entendida  dum  PDM  (Plano  Diretor  Municipal)  ambivalente,  que  converte  um  espaço  militar  numa  real  ILHA  PATRIMONIAL,  num  ENTALAMENTO  ESPACIAL  decorrente  de  muitos  desencontros  "aparentes".  O  quê  é  que  há  atrás  do  glacis  "paisagista"  da  nossa  praça?:  Falsa  'zona  de  proteção'  que  cria  cidades  desentendidas,  opostas  e  duais  numa  mesma  vila.   Criaram  um  monstro  e  agora  não  dá  mesmo  para  interpretá-lo,  somente  tentar  assumí-lo  ou  integrá-lo  inutilmente.  Cómo  é  que  pode  absorver-se  numa  entidade  única  um  disparate  urbano  de  tal  calibre?  Por  enquanto,  temos  fortes  terreiros  na  periferia,  do  século  XVII,  seriamente  ameaçados  pela  pressão  desenvolvista  recorrente  (câmara  está  a  ser  continuamente  requisitada  e  informada  disso).  Vejam  então  os  casos  de  Tuído,  Belem,  Valagota  e  outros  já  citados.  Agora  toca  falar  do  'Caminho  Minhoto  Ribeiro',  plenamente  monacal, vernacular  e  poliorcético  no  seu  percurso.  

 Artigo precedente.

Ningún comentario:

Publicar un comentario