PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(167ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Valença e um centro de primeira ordem em muitos aspetos e centro de todas as acorrências ligadas ao 'Caminho Central Português'. Valença é ponto de encontro dos mais variados atores que lá se manifestam. Por exemplo, o 'Projeto de Requalificação Urbana do centro histórico' iniciado no ano de 2012, com atuações na Cadeia Velha, na Coroada, na Assembleia Valenciana, no antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos, etc.. (com relatórios que somados colmatam vintedois deles em 2021). Também, a sua candidatura em série (junto com Almeida, Marvão e Elvas) como Património Mundial da UNESCO, publicitada na sequência de uma digressão feita pela 'Association Vauban' a 26 de setembro de 2016 e rubricada pelo Presidente da República portuguesa, professor doutor Marcelo Rebelo de Sousa, no día 18 de fevereiro de 2017 (nesse intre, homenageava-se ao considerado primeiro santo português, São Teotónio, inaugurava-se o Centro de Inovação e Logística valenciano e, no día anterior, o presidente celebrava o 43° aniversário da Universidade do Minho em Braga). Outras efemérides de importância falam do 'Forum Fortalezas Abaluartadas', jornada única do 29 de junho de 2015, onde souberam-se coadunar as diferentes sensibilidades sobre a praça militar da mão de vultos como o senhor Pereira de Castro, Luis Fernando de Oliveira Fontes, Rebeca Blanco Rotea ou o nosso vaubaniano Jacques Taranger. Também sublinhar de passagem aquelas jornadas sobre 'Património e Fronteira', nos días 8 e 9 de novembro de 2018, no 'Conselho da Cultura Galega' de Compostela, designadamente a intervenção abrangente do doutor Luis Fontes. E agora, em 31 de agosto de 2021, o Presidente da República Portuguesa aparece mascarado como mais um mortal a fazer uma caminhada simbólica Valença- Tui com percurso faseado de 20 quilómetros, referendando assim o único caminho português verdadeiro, quer dizer a confluência do 'Costeiro' e do 'Central' na praça militar valenciana. Esta validação presidencial tem um alto valor simbólico e estratégico entre as pessoas normais e correntes, que observaram cómo um cargo público de tão alto estandarte lograva, talvez involuntariamente, rubricar o 'Caminho Português' histórico sem melindrar ninguém. Este gesto tem de ser valorizado, ressaltado, dado incomodar muitos falsários instalados no programa partidário de captação de votos e no localismo. Nesse sentido, Baixo Minho galego regista uma azarada recoleção de assuntos e 'dossiê' próprios da inevitável subserviência política de sempre.
De Valença cabe falar de muita coisa, e de outras que envolvem inevitáveis 'podres' ligados a construção civil ('patos bravos' e urbanismo desordeiro) e ao caráter fronteiriço (com todos os seus pros e contras). Muitas pessoas, em privado, referem uma ideia comumente extendida e entendida dum PDM (Plano Diretor Municipal) ambivalente, que converte um espaço militar numa real ILHA PATRIMONIAL, num ENTALAMENTO ESPACIAL decorrente de muitos desencontros "aparentes". O quê é que há atrás do glacis "paisagista" da nossa praça?: Falsa 'zona de proteção' que cria cidades desentendidas, opostas e duais numa mesma vila. Criaram um monstro e agora não dá mesmo para interpretá-lo, somente tentar assumí-lo ou integrá-lo inutilmente. Cómo é que pode absorver-se numa entidade única um disparate urbano de tal calibre? Por enquanto, temos fortes terreiros na periferia, do século XVII, seriamente ameaçados pela pressão desenvolvista recorrente (câmara está a ser continuamente requisitada e informada disso). Vejam então os casos de Tuído, Belem, Valagota e outros já citados. Agora toca falar do 'Caminho Minhoto Ribeiro', plenamente monacal, vernacular e poliorcético no seu percurso.
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