PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(156ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Vamos analisar diferentes casuísticas em bens culturais que põem em evidência inércias, falhas e incumprimentos dos quais somos todos responsáveis. O exemplo do Mosteiro de Samos poderá ser exponencial, visto haver sérias dúvidas relativas aos limites monacais e urbanos. Repete-se o vila-aquém e vila-além de Sobrado; uns levam isto à risca, mas o comum dos mortais nem repara nisso. O poder do comodismo/ conformismo visual é grande, como grandes são os interesses em jogo. Em Samos, a panda norleste do recinto é desrespeitada pela estrada LU-633 e por uma bomba de gasolina entranhada nas fábricas de alvenaria xistosa e silharia granítica desta. É impossível que a atual comunidade beneditina não esteja a par e passo do assunto. Terá a ver com isso o modo e maneira como os monges se autogerem na atualidade? Além disso, duas unidades de hotelaria, 'Tras do convento' e 'Costa Victoria' sediam-se a 15 metros e 25 metros dessa aludida panda, vulnerando espaços de proteção e amortecimento mínimos (todas as leis de património, autonómicas e estatais, mencionam esse pormenor).
Assim sendo, "postal do mosteiro" é apresentada do lado meridional, com boa focalização e distâncias de respeito (pombal, alusão à apoteca monacal, aqueduto e zonas de passeio junto do rio Sarria). Fica à vista um exterior tetónico e nu, harmonizado quanto a xistos e numerosos vãos em silharia (com a presença visível de arcos de descarga) que difere dos claustros e templo no interior, mais nobilitados quiça. Afigura-se como um invés do interior sem forro, como nudez que evidencia uma pugna entre granito e xisto. Área estrita do corpo erguido abacial faz un perímetro de 430,53 metros e 11. 094 m2 quadrados, para além de terrenos anexos. Claustro Maior tem uma superfície de 1.737 m2 quadrados e um grandioso perímetro de 166 metros arredondados; Claustro das Nereidas perfaz 550 m2 quadrados e um perímetro já menor de quase 94 metros. Particular das Nereidas será, ao exterior, fazer uma inclinação esviesada de 20° graus relativamente ao plano perpendicular que costuma ter a fachada, neste caso do lado da epístola. Numa ambiência de estreiteza espacial deviam ter sido pedidos uns cuidados especiais e previdentes no relativo a limites monacais (aquilo que se fez é cousa bem diferente, primou a tacanhice dos que tiraram partido disso, quer dizer dos que olhavam para o crematístico antes do que para o ceu.
Ao que tudo indica, preçario das visitas é de 5 € e, de facto, mantém-se; ultrapassa em 3 € ao mosteiro de Oseira (em Ferreira de Pantón, visita é simplesmente gratuita). Caminho de Santiago tem em todo o lado 'podres' manifestos, lojas de recordações muito caras e fantasminhas políticos que defendem a mediuca propaganda dos mais medíocres; todavia, de salientar neste 'Jacobeu 21-22', alguns programas de restauro fora e dentro da Galiza, os debates e seminários ou aquilo que supõe experiência pessoal compartilhada.
Políticos, no entanto, sempre fazem batotice no assunto: ao tempo que "duas estrelas" do bipartidismo pelejam pela propriedade das ilhas atlânticas, 'Caminho Português das Torres' vigoriza o tradicional roteiro luso e desdiz artificiosos caminhos urbanoides pela costa que já atingiram em cheio a antes citada rota (Zona Franca de Vigo constitui um alargamento insultuoso da olívica que têm que suportar os peregrinos de gema).
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