PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(138ª parte)
Santa María en Oseira
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Segunda Memória de Sustentabilidade da "RMO" é decorrente do concelho de Oia apoiar um futuro projeto urbanístico em outubro de 2019; muito embora seja em realidade um ponto de atrito entre população receitora e população vinda de fora. Era bom estabelecer esse chamado 'Coeficiente de Atrito' que medisse as futuras desavenças entre estes dois grupos (antropização cria negativismos de todo o tipo, enxames humanos não desejados) consequentemente com um estado de coisas que poderiamos definir assim:
● Mosteiro de Oia como BIC genérico do ano 1931 (sem incoação garantista, sem proteção pública). A posse nos privados durante décadas gerou os atuais problemas.
● Manobra turistificadora metropolitana.
● Engolimento de uma paisagem primigénia.
● Supresão do direito à paisagem e ao seu histórico.
● Transgressão de normativas internacionais.
Daí, minimizarmos uma posição retórica, um exagero, que basicamente reduz Oia a uma colónia. Este triunfalismo do "maior investimento", da "geração de emprego"; esse maximalismo, esses superlativos infantís baseados na fraseologia ensaboadora de "recuperar um património" constitui um 'dejá vu' clássico nos conformadores e moldeadores da opinião pública (que está confinada). RMO CRIA SENDEIROS VERDES EM PAISAGENS SEQUESTRADAS, fez-se perita na meia verdade ou nas afirmações bombásticas (dir-se-á: "menos, senhores..."). Com total descaramento fala de "atualizar o marco urbanístico duma area central do município" (isto é puro paroxismo, confundem vila e município. Fale-se então de uma antropização absolutamente centralizada).
Estando à espera do que decidam 7 departamentos de diferentes administrações públicas (poluidas de poder político discricionário, de ideologia concreta de natureza desenvolvista e tijoleira), analisam as suas principais intervenções no ano de 2020:
● Início dos "trabalhos" para a adequação do marco urbanístico e o projeto de reabilitação. Antes, RMO pressionava tudo e todos daquela "maneira", lembram isso?
● Renovação de portas dos principais acessos e estâncias.
● Manutenção previdente e intervenções na coberta.
● Reabilitação e posta em funcionamento do Centro de Acolhimento de Visitas.
● Finalização do novo levantamento topográfico (tecnologia fotogramétrica e laserscan)
● Reforço provisório das seções das cobertas.
Pingo a pingo vão construindo esta verdadeira encrenca pseudo-patrimonialista, este "affaire" laboratorial dos 'bate-palmas' do Círculo de Empresários de Vigo. O feito em 2020 não é grande coisa, tendo em conta que RMO optou por erguer-se em principal 'collabo' de um regime feijoista que abona plenamente uma situação mais do que discutível no relativo à dita pandemia. Aliás, brincar com estas visitas "de sucesso" é borrifar-se no livre proceder das pessoas, é utilizá-las. A 'corona-loucura' cria esta confusão toda e os limites estão mais do que marcados. RMO simplesmente faz de criadinho da coisa (é claro, interesseiramente). Aliás, como interesseiramente faz e diz tudo. Isto tem muito a ver com a falta de informação contrastada, com a ausência de outros discursos e, antes de mais nada, com um relato evidentemente unidirecional. Informativos locais ou gerais lançam somente UMA VERSÃO e cá não se passa nada (…). "Memórias de Sustentabilidade" são truque clássico dos privados, designadamente no âmbito do património cultural. Memórias com fartura de dados e percentagens, encomendadas a gente "leal", que pretendem sair-se bem desse mau bocado oficial. Contudo, não deixa de ser uma mera contracenação entre privados e administrações. Pura obra de ficção.
Assim sendo, aborda-se a empregabilidade de jeito perfeitamente dual (ou aceitam este projeto, ou ficarão sem emprego). Exibindo supostos alvos atingidos, como se de altivos 'arbeitsgeber' se tratasse: Emprego local direto e indireto (66% e 24%, respetivamente); Faturação em intervenções para obras (3% local e 97% provincial); Geração de gasto no local de visitantes a eventos (como se almoços, jantares ou pernoctas, limitados no tempo e por causa do Covid-19, supusessem algo tangível)
(Continuará)
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