19 de mar. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(138ª parte)  

 

                                                 Santa María en Oseira

 

ENCONTROS  POLIORCÉTICOS / Oia   

 Segunda  Memória  de  Sustentabilidade  da  "RMO"  é  decorrente  do  concelho  de  Oia  apoiar  um  futuro  projeto  urbanístico  em  outubro  de  2019;  muito  embora  seja  em  realidade  um  ponto  de  atrito  entre  população  receitora  e  população  vinda  de  fora.  Era  bom  estabelecer  esse  chamado  'Coeficiente  de  Atrito'  que  medisse  as  futuras  desavenças  entre  estes  dois  grupos  (antropização  cria  negativismos  de  todo  o  tipo,  enxames  humanos  não  desejados)  consequentemente  com  um  estado  de  coisas  que  poderiamos  definir  assim:   

●    Mosteiro  de  Oia  como  BIC  genérico  do  ano  1931  (sem  incoação garantista,  sem  proteção  pública).  A  posse  nos  privados  durante  décadas  gerou  os  atuais  problemas.  

●    Manobra  turistificadora   metropolitana. 

●    Engolimento  de  uma  paisagem  primigénia. 

●    Supresão  do  direito  à  paisagem  e  ao  seu  histórico. 

●    Transgressão  de  normativas  internacionais.   

 Daí,  minimizarmos  uma  posição  retórica,  um  exagero,  que  basicamente  reduz  Oia  a  uma  colónia.  Este  triunfalismo  do  "maior  investimento",  da  "geração  de  emprego";  esse  maximalismo,  esses  superlativos  infantís  baseados  na  fraseologia  ensaboadora  de  "recuperar  um  património"   constitui  um  'dejá  vu'  clássico  nos  conformadores  e  moldeadores  da  opinião  pública  (que  está  confinada).  RMO  CRIA  SENDEIROS  VERDES  EM  PAISAGENS  SEQUESTRADAS,  fez-se  perita  na  meia  verdade  ou  nas  afirmações  bombásticas  (dir-se-á:  "menos,  senhores...").  Com  total  descaramento  fala  de  "atualizar  o   marco  urbanístico  duma  area  central  do  município"  (isto  é  puro  paroxismo,  confundem  vila  e  município.  Fale-se  então  de  uma  antropização  absolutamente  centralizada).  

 


 

 Estando  à  espera  do  que  decidam  7  departamentos  de  diferentes  administrações  públicas  (poluidas  de  poder  político  discricionário,  de  ideologia  concreta  de  natureza  desenvolvista  e  tijoleira),  analisam  as  suas  principais  intervenções  no  ano  de  2020:   

●  Início  dos  "trabalhos"  para  a  adequação  do  marco  urbanístico  e  o  projeto  de  reabilitação.  Antes,  RMO  pressionava  tudo  e  todos  daquela  "maneira",  lembram  isso? 

●  Renovação  de  portas  dos  principais  acessos  e  estâncias. 

●  Manutenção  previdente  e  intervenções  na  coberta. 

●  Reabilitação  e  posta  em  funcionamento  do  Centro  de  Acolhimento  de  Visitas. 

● Finalização  do  novo  levantamento  topográfico  (tecnologia  fotogramétrica  e  laserscan) 

●  Reforço  provisório  das  seções  das  cobertas.      

 Pingo  a  pingo  vão  construindo  esta  verdadeira  encrenca  pseudo-patrimonialista,  este  "affaire"  laboratorial  dos  'bate-palmas'  do  Círculo  de  Empresários  de  Vigo.  O  feito  em  2020  não  é  grande  coisa,  tendo  em  conta  que  RMO  optou  por  erguer-se  em  principal  'collabo'  de  um  regime  feijoista  que  abona  plenamente  uma  situação  mais  do  que  discutível  no  relativo  à  dita  pandemia.  Aliás,  brincar  com  estas  visitas  "de  sucesso"  é  borrifar-se  no  livre  proceder  das  pessoas,  é  utilizá-las.  A  'corona-loucura'  cria  esta  confusão  toda  e  os  limites  estão  mais  do  que  marcados.  RMO  simplesmente  faz  de  criadinho  da  coisa   (é  claro,  interesseiramente).  Aliás,  como  interesseiramente  faz  e  diz  tudo.  Isto  tem  muito  a  ver  com  a  falta  de  informação  contrastada,  com  a  ausência  de  outros  discursos  e,  antes  de  mais  nada,  com  um  relato  evidentemente  unidirecional.  Informativos    locais  ou  gerais  lançam  somente  UMA  VERSÃO  e  cá  não  se  passa  nada  (…).  "Memórias  de  Sustentabilidade"  são  truque  clássico  dos  privados,  designadamente  no  âmbito  do  património  cultural.  Memórias  com  fartura  de  dados  e  percentagens,  encomendadas  a  gente  "leal",  que  pretendem  sair-se  bem  desse  mau  bocado  oficial.  Contudo,  não  deixa  de  ser  uma  mera  contracenação  entre  privados  e  administrações.  Pura  obra  de  ficção.    

 Assim  sendo,  aborda-se  a  empregabilidade  de  jeito  perfeitamente  dual  (ou  aceitam  este  projeto,  ou  ficarão  sem  emprego).  Exibindo  supostos  alvos  atingidos,  como  se  de  altivos  'arbeitsgeber'  se  tratasse:  Emprego  local  direto  e  indireto  (66%  e  24%,  respetivamente);  Faturação  em  intervenções  para  obras  (3%  local  e  97%  provincial);  Geração  de  gasto  no  local  de  visitantes  a  eventos  (como  se  almoços,  jantares  ou  pernoctas,  limitados  no  tempo  e  por  causa  do  Covid-19,  supusessem  algo  tangível)  

 (Continuará) 

 Artigo precedente.    

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