8 de xan. de 2020

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 
(77ª parte)


ENCONTROS POLIORCÉTICOS /Oia  

 Mosteiro de Retuerta (Valladolid) tem ligações com a NOVARTIS (industria farmacéutica e biotecnologia) e tem apostado por um conceito abertamente gentrificador do turismo no corredor económico do Douro. Para tal concretização contou com o "Ok" da Junta de Castela e Leão; daí que vinho, indústria e instituições ficaram "amigos para sempre". No entanto, será justo dizer que estes projetos durienses estão a anos luz do que se pretende realizar em Oia. Cá, nada importa impacte sobre a paisagem (na planície castelhana porém, ficam amortecidas muitas coisas que, à partida, não são legais), visando, ainda por cima, assentar num relevo acidentado um projeto urbano a sessenta e poucos metros do cenóbio. Uma obra externalizante, de fora, quere ser implementada com cargo a um mosteiro.     



 No caso de Valbuena (Valladolid), podemos referir que apartir de 1950 o que fora propriedade particular passou a ser atributo do Instituto Nacional de Colonização (INC), quem  transformou aquilo num povoado de 1.191 hectares, incluindo nele o edificado cirterciense de Santa María, que será paróquia do novo San Bernardo. Este e mosteiro fundiram-se, ao ponto da Praça Maior fazer parte do exterior de Santa  María. Truque, travessura de "Castilla Termal" veio depois, com a junção de 7.620 m2 aos aproximadamente 9.660 m2 da velha planta monacal. Empreendimento que não foi legal à luz do artigo 38.1.c da LPCC-L e tendo en conta que foram invadidas superfícies ditas mistas pertencentes ao mosteiro. Para além disto, na sinalética local aparece a parte nova, o acréscimo recém erguido, como parte da velha planta (!?). Conformismo visual é reação à tal travessura morfológica, mas ilegalidade permanece. Tudo isto aquando "Las Edades del Hombre" sediam-se precisamente em Valbuena. Boa regueifa que fizeram!    



 Futura Lei de Património Cultural de Castela e Leão (LPCC-L) já tem anteprojeto: Sete títulos, com 86 artigos, 22 disposições adicionais, transitórias, derogatórias e finais. Aportações dos cidadãos e interessados finalizaram a 21 de novembro de 2019; agora toca esperar as reações dos de em frente, ou seja, PSOECyL. José Ignacio Martín Benito, procurador socialista nas Cortes autonómicas, disse algumas coisas interessantes a respeito disto: "Castela e Leão quanto a BIC somente representa um 4% destes, ou seja, uma 8ª classificação em Espanha. 25 conjuntos históricos acham-se em demorado trânsito para a sua resolução. Castela e Leão ostenta a liderança na Lista Vermelha da associação "Hispania Nostra", com 236 monumentos em perigo". Resta por saber se os socialistas fariam melhor as coisas, nomeadamente em Oia e outros pontos pretos do património comúm de todos. Quem disse que património não está vencelhado à política?  

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