19 de maio de 2019

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 
(27ª parte)   



ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia   

 As componentes basilares do corpo morfológico monacal de Oia não podem ser alteradas. Este corpo tem um binómio espacial baseado no CHEIO (estrutura erguida) e a sua ENVOLVENTE (espaço vazío complementar). Só assim é que consegue-se interpretar um mosteiro do Císter. Isto é ponto assente. Evidentemente,  têm-se implementado “reformas” nas coberturas de templo e asas que, em simultâneo, têm ocultado outras realidades lamentáveis. A isso chegamos com a badalada Lista Verde… Eis o sentido procedimental da proprietária: arranjar para ocultar, bem como manter a tudo custo o projeto harmonizador” e especulativo do empreendimento oiense. “Hispania Nostra” engoliu a jogada (com orçamento incluido), não procedendo à análise paisagista, não reparando nas futuras lesões urbanísticas decorrentes de dois palimpsestos detestáveis: um, o próprio talasos; outro, os 20 prédios ao norte. Esses vinte prédios adensam até mais não os arredores e carregam de emplastros essa zona, acrescentando um feismo prévio que  ainda tinha uma safa. Adendas, truques, vão implicar com tudo no lado norte do mosteiro, prostituindo a vernacularidade do Arrabalde e, aliás, determinando o colapso estético geral. “Hispania Nostra” analisa somente os estragos presentes, mas deixa “ao Deus dará” os futuros. No entanto, díga-se de vez, está no seu papel.

 Aducem-se, com  interesse mesquinho, que no caso do talassos JÁ OS MONGES TINHAM PREVISTO FECHAR O PÁTIO DOS LARANJOS”. É o cúmulo! Da mesma maneira, vejam só, pretendem destruir os velhos relvados cenobiais abase de jardins suplementares, puro artifício,  para podermos perscrutar as traseiras do mosteiro (dado o talasos estabelecer um obstáculo visual bem visível). Todas estas ordinarices dos perpetradores, pelos vistos, não têm resposta da parte de pessoas independentes, isentas. Estes planos foleiros e pirosos têm o sustento de todo o novorriquismo existente, que pede gentrificação e borrifa-se para o património.     

 A  interrupção que vai provocar a todos os níveis “Real  Mosteiro de Oia” ainda não foi mensurável. Um ponto “cultural” no meio de nada, sem correspondência com o Arrabalde vernacular, com uma data de monstros erguidos do lado norte (vejam alteamentos, ubicidades, proporção, hipervisibilidade, paisagem violentada). Na realidade, aparecem a nossa frente TRÊS AGRESSÕES NUMA SÓ: patrimonial, urbanística e paisagista. Por muito que queiram disfarçar e embelecer, únicamente acabam por aformosear aberrantemente uma vontade especulativa. O pouco respeito pela preexistência fala sempre mais alto. Nesta merda toda, desculpem a expressão, andam a mistura os mesmos de sempre: “empreendedores” e “agentes sociais” na interesseira história de levar os seus correspondentes ganhos. Chamamos a isto velhas tramoias, velhas negociatas. É não seria muito melhor escolha recuperar Mosteiro de Oia talqual, sem interferências, com olhar saudável? É excusado enumerar toda a legislação contrária aos perpetradores. Estes gajos estão simplesmente fora da normativa. 

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