21 de out. de 2017

A GUARDA

PATRIMONIO

Santa Cruz, radiografia de um atentado patrimonial  

Já lá vão quatro messes dessa desfeita, desse acometimento e dessa agressão, imprópria de pessoas que preservem de verdade as contraguardias, lunetos e  revelím da obra externa de Santa Cruz. 

ENCONTROS  POLIORCÉTICOS / A Guarda


 Vamos fazer uma comparativa de acções em Lovelhe e Santa  Cruz, relativamente a tocões e raízes. No Forte de Lovelhe os tocões não são extraídos e mantem-se no lugar à altura do pé do fuste, sendo portanto uma boa praxe patrimonial. No glacis ou campanha predomina essa prática correta, embora se conservem algumas árvores isoladas. Em Santa Cruz, os eucaliptos foram em tempos cortados e, volvidos uns anos, são surpreendentemente arrincados, deixando um rasto de destruição e desordem. Já lá vão quatro messes dessa desfeita, desse acometimento e dessa agressão, imprópria de pessoas que preservem de verdade as contraguardias, lunetos e  revelím da obra externa de Santa Cruz. 















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No Forte de Lovelhe os tocões não são extraídos e mantem-se no lugar à altura do pé do fuste


 Temos feito medições aos tocões, reparando num pormenor: ao detalhe advertem-se diâmetros muito díspares, revelando-se a pura arbitrariedade à hora de extraí-los. As profundezas dessas extracções são igualmente diversificadas (0’90 m /1’10 m /1,35 m /1,65 m /1,80 m, e ainda mais). Da mesma maneira, aparecem a nossa frente pedras desagregadas decorrentes  de uma acção extrativa inconsciente e pouco calculada; assim, as peças tem sido esventradas e desintegradas. 

Se continuarem as chuvas aquele espaço convertir-se-á num entorno lamarento 


 O terreno instável generaliza-se numa área destinada a fogos parapetais e fileira militar. Abriu-se a porta à dessolidarização da obra seiscentista e à aparição de consistências diferentes neste enformado castrense. Se continuarem as chuvas aquele espaço convertir-se-á num entorno lamarento onde a água fará das suas. Dá-se aliás uma situação contraditória donde as castinheiras jovens nada fazem, estragando linearidades, angulações e desenho militar. Essas arvorezinhas não devem contraindicar à geometria. 

Quem determinou o arranque de tocões e raízes se isso contravém qualquer lógica patrimonial?

 Não há nada que possa justificar tal selvajaria, mesmo que possa vir da Conselharia de Cultura (pouco provável…). Tememos que todo isto foi decidido no Concelho da Guarda. Chegou a hora de esclarecer responsabilidades. Alguém tem que se demitir. Qué parque automóvel se utilizou? Quem determinou o arranque de tocões e raízes se isso contravém qualquer lógica patrimonial? Houve análise de possíveis estragos da obra militar em torrão? Houve autorização da Xunta galega? Quem vai responder pelo contínuo pisoteio da legislação que vigora? Alguém tem que se demitir; a culpa não pode morrer solteira. Faz-se premente um Pleno extraordinário que trate este assunto. Primeiro foi a desfeita paisagista e agora tocaram a obra externa em torrão. Os guardenses têm uma oportunidade especial para fazer valer a sua voz e pedir imediatas responsabilidades.

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