17 de dec. de 2016

A GUARDA

PATRIMONIO

Centro Interpretativo de Sta. Cruz, as suas linhas vermelhas

Vista parcial do interior do Centro de Interpretativo de Santa Cruz
Foto: Infogauda


 ENCONTROS  POLIORCÉTICOS / A Guarda

 Decorrente da quadra natalícia, o Centro Interpretativo de Sta. Cruz terá conhecido um vácuo temporário de 6 meses de inactividade. A proximidade de palestras cujo conteúdo suporá tam só um recheio destes lapsos sazonais, validará de feito a falta dum plano de gestom na Fortaleza de Sta. Cruz. Confirma-se ademais que un espaço para a interpretaçom das Fortificaçons passa a ser parte dumha Rede de Museus guardense e que tal despropósito parece ser aceite sem haver umha contestaçom dos estudosos e profissionais. Talvez me engane. 

 Os “timings” conferidos na conceiçom deste centro respondem a umha seriaçom de actividades pausada, sem previsons de futuro, onde nom se contempla nem a manutençom, nem o pessoal, fazendo-se questom de “assentar” un âmbito erradamente museístico onde 14 painéis e 30 cadeiras fagam o seu papel. A carência dumha cultura de Gestom consolidará um espaço frio e vazio, meramente funcional e impessoal, onde de tempos em tempos abordar-se-á  umha qualquer temática sobre “património natural e histórico” (vejam senom as duas barrabasadas de Cividans...(sic)). 

 Recuando no tempo, estes Centros quigerom ser museus sem, com efeito, sê-lo. Quigerom aproveitar umha moda construtiva da qual somente tirarom proveito empresas irresponsáveis e amigos do lucro rápido. Daquela, houbo um vazio legislativo evidente que excitou os ánimos crematísticos e onde nom havia sequer planos alguns dumha mínima gestom. Os políticos cortavam a fita inaugural e depois desinteressavam-se do resto. Alguns deles pensam que foi um logro pessoal deles (é a peneirenta, que nom me abandona…) ou do seu partido. 




 O único certo, a esta  altura do campionato, é que a Poliorcética, a ciência castellológica, fica a perder. A museografia aqui aplicada baseia-se unicamente em painéis que apenas lêem-se. De feito, os visitantes só aguentam um promédio de entre 25 e 30 linhas, talvez mais os curiosos e entendidos. O trabalho de Rebeca Blanco Rotea, imenso e meritório, pode acabar subalternizado senom se implementam medidas concretas de instauraçom de um autêntico centro INTERPRETATIVO e onde a chamada “animaçomsocio-cultural” seja simplesmente complementar. 

 Os “Encontros Poliorcéticos” alertam sobre os perigos de determinadas inércias, já detectadas em Sta. Cruz. Laxismo, facilitismo, versons sesgadas do que deve ser a temática das fortificaçons. Confere-se um diacronismo gritante nambas margens do Minho, umha estagnaçom evidente que fala de acessos condizentes no próprio Castelo. As  pessoas idosas perdem a vontade de entrar lá. A tal ponto isto é verdade que a própria envolvente de Sta. Cruz é um obstáculo físico. Os “Encontros Poliorcéticos” assumem-se como um desafio e um risco, na tentativa de dar a volta a isto todo, sabendo que esta empresa pode findar em “águas de bacalhau”, ou seja, dar em nada. Mas o convite á cidadania está feito e já queimarom-se as naus… 

 Um projecto poliorcético nada tem a ver com visons museísticas, com dirigismos do tipo da Rede de Museus. Umha gestom castellológica necessita por força umha Unidade Administrativa e pessoas prontas e preparadas para um trabalho internacional de Excelência. Trabalho que poderá eventualmente trazer novas valências à vila da Guarda, sem  dúvida. Isso, unido a um zigue-zague de eventos nas duas margens do Minho, afastará o perigo de estancamento e disfuncionalidade atuais. 

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