10 de ago. de 2016

PATRIMONIO

PORTUGAL, A UNESCO E O FORTRANS 
   
Fortaleza de Valença do Minho
Foto: C.M.V.

JOSE  BUIZA  BADAS (*)

 Meses atrás, umha apresentaçom valenciana ao Património da UNESCO trouxo ao de cima questons que tinham sido proteladas, quer polas inércias, quer polos imponderáveis que nom convinha plubicitar no momento presente (falta de artelhamento regional ou internacional, diacronias no tempo gestor,...). Portugal, no entanto, da um primeiro passo no sentido de unificar critérios para âmbitos regionais longínquos (Alentejo, Beira ou Minho), ultrapassando dumha só fisgada segmentos geográficos cada dia melhor definidos, estudados e assumidos na pesquisa poliorcética (baste citar a própria FORTRANS). 

 Assim sendo, e por essa causa, despoleta um certo desapontamento entre expertos no sentido de vindicar umha maior coadunaçom, umha maior coordenaçom às açons destinadas a dar um tratamento único à Raia Luso-espanhola. Critica-se talvez a saida particular que adotou Portugal de molde a atingir algún reconhecimento internacional na temática das fortificaçons. Para uns é um tanto generalista a antes citada “soluçom à portuguesa”, existindo como já existe umha FORTRANS cheia de pormenores, de dicas, de indicios de que isto pode ser exportável a outros segmentos da Raia. Para outros, já nom era sem tempo, estava escrito, Portugal merece e vamos para frente. Sem embargo, surpreendentemente, essa candidatura a Património da UNESO pode ser constitutiva dum novo fôlego elevado à dupla potencia, causar um efeito inesperado e positivo em todo o Minho (no sentido de alertar de determinadas inércias em  ambas as margens; porque havé-las há-as, com efeito) e ser passível de conformar candidaturas bem mais agilizadas no tempo e também menos burocratizadas). 

 À pregunta de… Quem geriu melhor o Dossiê? eu torço de algumha maneira por Portugal, visto que soubo fazé-lo com esperteza, mais rápidamente, dando inesperados conteúdos a um suspeito generalismo. Lamentavelmente, puderom ter sido protelados trabalhos de investigaçom meritíssimos, passando a um segundo plano ou sendo adiados na margem galega. Na realidade, estamos a falar de escalas diferentes. A primeira dessas escalas, menos adensada, de locais de vulto pontuais, tem de feito hipótesis certas de alcançar o trofeo desejado. Marvao, Elvas, Almeida ou Valença do Minho, som icones indiscutíveis que até deixam atrás enclaves europeus de relevância, ainda que Valença pertença ao FORTRANS minhoto. A segunda escala remete-se ao último troço minhoto a compreender sistemas sobejamente analisados (Melgaço, Salvaterra-Monçao, Tui-Valença, Goiám-Cerveira e A  Guarda-Ínsua-Caminha, para além dos fortes em torróm, das atalaias, dos passos militares de barcas ou dos excêntricos Pereira-Mourisca e Bragandelo. Sabemos, ademais, de postos secundários no rio Lima continuadores de Lindoso, do forte do rio San Martiño bem perto de Tui,… 

 Complementarmente, salientar a importância simbólica e histórica da chamada Porta do Reino, ou seja Elvas. Lá ficou definida a barreira talvez intrasponível de Portugal. Em contraposiçom, o Forte da Conceiçom de Osuna exprime a fartura de Castela, um dizer “Já chega! e a instituiçom da definitiva Fronteira da Castela, por forma a conter ou dissuadir a um inimigo imprevisível. Todavia, perante as magníficas realidades militares edificadas do lado português, cabe apoiar a candidatura sem réstia de dúvidas, criando um organigrama minhoto inter-margens, descentralizador, multifacetado, coordinador e administrativo. Aliar-se-iam dessa maneira forças simbólicas e de conhecimento provado que somente proporcionariam vitórias redobradas. A visita da Associaçom Vaubam ao Minho e a sua passagem por Almeida ou Elvas, poderám eventualmente ser um plebiscito a cousas por todos desejadas.  


* Membro  da  Association  Vauban

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