PATRIMONIO
Umha comparativa de guaritas nas fortificaçons
Guarita na Fortaleza de Santa Cruz (A Guarda)
Fotos: Infogauda
José Buiza Badás
As guaritas num forte ou fortaleza reflectem muitas das vezes o empenho dos construtores num resultado estético final que responda a critérios de beleza e bom assento. No caso do Castelo de Santa Cruz, estas guaritas tem servido, paradoxalmente, de reclame publicitário à Residencial Santa Cruz de molde a destruir a envolvente paisagista deste BIC despromovido, protelado. As tais guaritas, oferecendo um invisível zócalo e pouca altura, forom alvo de desagregaçom nalgumhas das suas unidades, suportando depois umha reaparelhagem baseada na cimentaçom ou num tosco reboque, quer nos cupulins, quer nos corpos; ainda que a silharia de mínima esquadria estivesse presente na sua composiçom.
"(...) No baluarte de Sta. Tecla “jacem” peças que lá nada fazem senom testemunhar um desleixo patrimonial (...)"
Bases incipientes ou inexistentes, Corpos e Coroas faltam em Santa Cruz; mesmo que as peças regulares facilitassem a sua recolocaçom. No baluarte de Sta. Tecla “jacem” peças que lá nada fazem senom testemunhar um desleixo patrimonial ou um comodismo imperdoável. E noutros pontos bem concretos também…
Dito isto, definamos as partes dumha guarita: Bases, Corpos e Coroas, ou, Zócalos, Corpos e Cupulins.
Os Corpos podem ser cilíndricos ou facetados (quatro, cinco, seis lados, etc..), sem linha magistral ou com 1 ou até 2 cordons a separá-los da base ou da coroa. Podem ser feitos em alvenaria ordinária, aparelho de silharia ou em tijolo. De forma estilizada ou rebaixados, com vans regularizados, capialçados ou frestas ao acaso. De posiçom avançada e de pendor, ou assentes na linha perimetral; flanqueados por troneiras e muretes ou isentos. Com acréscimos decorativo-estruturais a base de pilastras, recercos e molduras e em cornijas, vans ou bases, ou com aspecto despojado e severo.
As Bases dessas guaritas podem ser elementos de apoio parapetal ou de sustentaçom avançada e cargas compartilhadas. É a chamada lâmpada, a quatro peças regra geral. Isto quer dizer que, caso terem umhas bases bem compostas e artelhadas fazem-no junto das peças do talude, murárias, angulares, em recta secante. Em Santa Cruz esse apoio é singelo e nom está em pendor, nem sobressainte; antes bem, poussam directamente o corpo cilíndrico no topo angular, evidenciando interrupçons visíveis nos muros e rompendo continuidades e ferfís nesses cantos. Neste caso, falamos de guardas sem lâmpada.
Estas bases tenhem formas cónicas inversas lisas, de moldes curvos concêntricos ou poligonais decrescentes, às vezes somente aparecem mísulas, sendo circunscritas superiormente por cordons de separaçom. As realizaçons mais estéticas chamam a atençom de curiosos e especialistas aquando se constituem em verdadeiros sofitos a desafiarem a gravidade.
Guarita na Fortaleza de Santa Cruz (A Guarda)
As Coroas ou cupulins perfazem o perfil definitivo da guarita. Podem ter umha forma afunilada inversa, de gomos ou bolbosa, simplesmente circulares, de quatro águas curvas convergentes, piramidais, o mais raramente aparecerem com tectos chatos, planos. Em Santa Cruz, na Guarda, algumhas delas estám deformadas por umha empilhagem tosca em que o cimento até desalinha as juntas das peças.
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