1 de ago. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(227ª parte)  


Hidráulica cisterciense desrespeitada em quase todas as abadias. Oseira.


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia 

 (La  hidráulica  monacal  ha  sido  puesta  de  parte.  Desvelemos  los  contenidos  que  la  informan  y  que  hacen  de  ésta  un  campo  abonado  para  el  resurgimiento  de  la  pesquisa  arqueológica  sobre  el  terreno,  sin  cortapisas.  Igualmente,  reclamar  el  término  TRASVENAR  referido  al  desgaste  ocasionado  por  el  agua  desde  el  'sistema  hidráulico  superior'  y  puesto  en  circulación  en  los  años  veinte  del  siglo  pasado  por  'Andrés  Calzada  Echevarría'  en  su  'Diccionario  clásico  de  arquitectura  y  bellas  artes'.  Asimismo,  reproducir  el  'Proyecto  Spiritual  Landscapes'  -  http://www.ub.edu/proyectopaisajes/index.php/es/ ).    


 



 'Na  escala  macroespacial,  a  hidráulica  de  um  mosteiro  estava  representada  por  todas  as  possessões  que  incluiam  a  água  como  recurso,  cuja  documentação  exaustiva  era  essencial  para  a  definição  do  domínio  territorial  e  o  seu  âmbito  de  influência,  dado  o  controlo  deste  recurso  ser  primordial  para  as  atividades  económicas  diretas,  a  percepção  de  rendas  e  o  exercício  do  poder  num  território  político  como  a  Castela'.  (En  esa  línea,  el  monasterio  de  Oia  tenía  claras  ventajas  territoriales  y  por  tanto  un  poder  creciente  en  todos  los  órdenes,  quedando  justificado  un  apuramiento  preventivo  de  su  sistema  hídrico,  base  de  todo  lo  demás).  




CIRCUITO  HIDRÁULICO:    

 Circuito  Interno:  As  canalizações  que  abastecem  e  distribuem  a  água  potável  pelo  interior  do  mosteiro.  

Captação:  Estruturas  destinadas  a  captar  a  água  e  canalizá-la  (uma  arqueta,  presa  ou  poço).  As  captações  internas  generalmente  recolhem  a  água  de  algum  manancial  em  cota  superior  ao  mosteiro  de  molde  a  transportá-la  em  gravidade,  ou  de  um  aquífero,  existindo  captações  auxiliares  como  poços  ou  algibes. 

Condução:  Canalizações  que  transportam  a   água  desde  a  captação  até  o  ponto  de  distribuição  no  interior  do  mosteiro.  São  de  regime  fechado  subterrâneo,  mas  também  de  tipo  aqueduto  ou  um  canal  escavado  na  rocha,  sendo  formadas  a  base  de  silhares  talhados  ou  todavia  compostas  de  conduta  cerâmica  ou  em  chumbo  convenientemente  ensambladas  e  admitindo  vários  métodos,  nos  quais  as  juntas  ou  uniões  eram  barradas  com  betume  isolante  e  dotadas  de  alguma  proteção  pétrea,  como  um  forro  de  telhas  ou  cantos,  variando  os  seus  materiais  conforme  transportasse  a  água  sob  gravidade  ou  pressão.  As  arquetas,  dispostas  ao  longo  desse  traçado,  são  pequenas  estruturas  que  permitem  a  elevação  da  água  através  da  construção  de  sifões,  regulando  a  velocidade  e  a  pressão  da  entrada  da  água  e,  pelo  facto  de  ser  retida,  serem  eliminadas  as  impurezas  pela  decantação.  A  sua  construção  permitia  identificar  as  roturas  e  obstruções  facilmente.    

Distribuição:  Constitui  o  local  adequado  desde  o  qual  partilha-se  pelas  diferentes   estâncias;  normalmente  na  fonte  do  claustro,  apartir  dele  poderiam  selecionar -se  as  impurezas,  se  bem  temos  exemplos  que  podem  se  achar  em  fontes  ou  pontos  auxiliares  ou  nós  não  visíveis  sob  o  subsolo. 

Armazenagem:  Algibes,  ou  poços  alternativos  se  ficasse  avariada  a  trazida  de  águas.  Estas  estruturas  devem  estar  providas  de  um  sistema  de  isolamento  bom,  normalmente  com  uma  cobertura  de  mortero  hidráulico,  ou  bem  de  silhares  cujas  uniões  protegiam-se  para  evitar  perdas  de  água  ou  filtrações,  bem  como  um  fecho  adequado  que  impedisse  a  entrada  de  resíduos  animais,  pólen  e  luz  solar,  impedindo  a  contaminação  e  o  crescimento  de  algas. 

Sistema  hidráulico  superior:  Esta  rede  considerada  subsistema  ocupava-se  do  escoamento  pluvial  das  coberturas  (problema  con  el  que  se  deparan  todos  los  grupos  privados  que  hoy  ocupan  bienes  culturales).  Eliminava  a  água  da  chuva  e  da  condensação  das  humidades  do  tecto  através  de  canais  que  percorrem  o  telhado  de  forma  perimetral,  finalizando  em  gárgulas  que  vertem  o  sobrante  para  o  exterior,  generalmente  hortas  ou  claustro.  Estas  evacuações  menores  devem  complementar-se  com  uma  rede  subterrânea,  ou  no  pavimento,  por  forma  a  evitar  que  a  água  chegue  à  cimentação  ou  cause  um  crescimento  da  vegetação,  cujas  raízes  podem  danar  a  estrutura  do  edifício.  A  avaria  deste   sistema,  muito  reformado  históricamente,  produz  humidades  que  mesmo  agora  geram  graves  problemas  de  conservação  a  nível  de  tectos  e  cimentações.  Vem  a  calhar  o  termo  TRASVENAR  e  o  seguinte  texto:  'Tiene  necesidad  de  repaso  y  muy  forzoso  en  los  terrados  del  claustro  principal  del  convento,  que  por  tener  canales  sobre  las  cornisas,  donde  se  recoge  toda  el  agua  y  salta  afuera  por  unas  canales  o  gárgolas,  se  trasvenan  las  mas  de  los  canales  e  echan  a  perder  las  bóvedas  de  dicho  claustro'.  

Evacuação:  Este  circuito  recolhe  o  sobrante  de  todas  as  canalizações  do  mosteiro,  atingindo  generalmente  as  latrinas  com  a  finalidade  de  eliminar  os  resíduos.  A  água  pode  verter-se  no   rio  mas  também,  num  modelo  de  gestão  sustentável,  adotando  uma  irrigação  e  adubo  das  hortas  ou  acionando  os  mecanismos  de  moinhos  e  ferrarias.        

 (Continuará)  

 Artigo precedente.

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