PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(227ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
(La hidráulica monacal ha sido puesta de parte. Desvelemos los contenidos que la informan y que hacen de ésta un campo abonado para el resurgimiento de la pesquisa arqueológica sobre el terreno, sin cortapisas. Igualmente, reclamar el término TRASVENAR referido al desgaste ocasionado por el agua desde el 'sistema hidráulico superior' y puesto en circulación en los años veinte del siglo pasado por 'Andrés Calzada Echevarría' en su 'Diccionario clásico de arquitectura y bellas artes'. Asimismo, reproducir el 'Proyecto Spiritual Landscapes' - http://www.ub.edu/proyectopaisajes/index.php/es/ ).
'Na escala macroespacial, a hidráulica de um mosteiro estava representada por todas as possessões que incluiam a água como recurso, cuja documentação exaustiva era essencial para a definição do domínio territorial e o seu âmbito de influência, dado o controlo deste recurso ser primordial para as atividades económicas diretas, a percepção de rendas e o exercício do poder num território político como a Castela'. (En esa línea, el monasterio de Oia tenía claras ventajas territoriales y por tanto un poder creciente en todos los órdenes, quedando justificado un apuramiento preventivo de su sistema hídrico, base de todo lo demás).
CIRCUITO HIDRÁULICO:
Circuito Interno: As canalizações que abastecem e distribuem a água potável pelo interior do mosteiro.
● Captação: Estruturas destinadas a captar a água e canalizá-la (uma arqueta, presa ou poço). As captações internas generalmente recolhem a água de algum manancial em cota superior ao mosteiro de molde a transportá-la em gravidade, ou de um aquífero, existindo captações auxiliares como poços ou algibes.
● Condução: Canalizações que transportam a água desde a captação até o ponto de distribuição no interior do mosteiro. São de regime fechado subterrâneo, mas também de tipo aqueduto ou um canal escavado na rocha, sendo formadas a base de silhares talhados ou todavia compostas de conduta cerâmica ou em chumbo convenientemente ensambladas e admitindo vários métodos, nos quais as juntas ou uniões eram barradas com betume isolante e dotadas de alguma proteção pétrea, como um forro de telhas ou cantos, variando os seus materiais conforme transportasse a água sob gravidade ou pressão. As arquetas, dispostas ao longo desse traçado, são pequenas estruturas que permitem a elevação da água através da construção de sifões, regulando a velocidade e a pressão da entrada da água e, pelo facto de ser retida, serem eliminadas as impurezas pela decantação. A sua construção permitia identificar as roturas e obstruções facilmente.
● Distribuição: Constitui o local adequado desde o qual partilha-se pelas diferentes estâncias; normalmente na fonte do claustro, apartir dele poderiam selecionar -se as impurezas, se bem temos exemplos que podem se achar em fontes ou pontos auxiliares ou nós não visíveis sob o subsolo.
● Armazenagem: Algibes, ou poços alternativos se ficasse avariada a trazida de águas. Estas estruturas devem estar providas de um sistema de isolamento bom, normalmente com uma cobertura de mortero hidráulico, ou bem de silhares cujas uniões protegiam-se para evitar perdas de água ou filtrações, bem como um fecho adequado que impedisse a entrada de resíduos animais, pólen e luz solar, impedindo a contaminação e o crescimento de algas.
● Sistema hidráulico superior: Esta rede considerada subsistema ocupava-se do escoamento pluvial das coberturas (problema con el que se deparan todos los grupos privados que hoy ocupan bienes culturales). Eliminava a água da chuva e da condensação das humidades do tecto através de canais que percorrem o telhado de forma perimetral, finalizando em gárgulas que vertem o sobrante para o exterior, generalmente hortas ou claustro. Estas evacuações menores devem complementar-se com uma rede subterrânea, ou no pavimento, por forma a evitar que a água chegue à cimentação ou cause um crescimento da vegetação, cujas raízes podem danar a estrutura do edifício. A avaria deste sistema, muito reformado históricamente, produz humidades que mesmo agora geram graves problemas de conservação a nível de tectos e cimentações. Vem a calhar o termo TRASVENAR e o seguinte texto: 'Tiene necesidad de repaso y muy forzoso en los terrados del claustro principal del convento, que por tener canales sobre las cornisas, donde se recoge toda el agua y salta afuera por unas canales o gárgolas, se trasvenan las mas de los canales e echan a perder las bóvedas de dicho claustro'.
● Evacuação: Este circuito recolhe o sobrante de todas as canalizações do mosteiro, atingindo generalmente as latrinas com a finalidade de eliminar os resíduos. A água pode verter-se no rio mas também, num modelo de gestão sustentável, adotando uma irrigação e adubo das hortas ou acionando os mecanismos de moinhos e ferrarias.
(Continuará)
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