PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(194ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Vamos elencar uma legislação básica em matéria de património cultural que alicerçou todo o trabalho feito até agora, consistente em assentar princípios firmes não sujeitos à veleidade normativa. Nesta etapa histórica que nos tocou viver abunda a interpretação laxista do próprio conceito desse património cultural, sendo que as principais ameaças em redor dos nossos monumentos e sítios históricos resumem-se em:
● Supostos neo-liberais introduzidos nas legislações nos primeiros vinte anos do século XXI.
● Globalização e massificação do fenómeno turístico.
● Desrespeito pela componente arqueológica
Assim, a 'Carta de Veneza' (1964) sai fortalecida depois de mais de cinquenta anos em que manobras tendentes a reduzir o papel do Estado se manifestam. Note-se, aliás, que o 'ICOMOS' ou a 'UNESCO' atravessam um momento de incerteza ('ICOMOS-España' tem mudado para pior; vejam, enfim, o dossier da 'Alhambra de Granada'). Resumidamente, enunciamos o seguinte quadro normativo:
● Carta de Atenas (1931)
● Convenção da Haia (1954)
● Carta de Veneza (1964)
● Convenção do Património Mundial, Cultural e Natural (1972)
● Confrontação de Bolonha (1974)
● Resolução de Sto. Domingo (1974)
● Resolução de Brujas- Brugge sobre pequenas cidades históricas (1975)
● Recomendacão de Nairobi (1976)
● Carta de Turismo Cultural do ICOMOS (1976)
● Colóquio de Quito (1977)
● Carta de Firenze. ICOMOS (1981)
● Carta de Burra (1988)
● Documento de Nara sobre Autenticidade. UNESCO (1994)
● Convênio Europeu da Paisagem (2000)
● Carta de Cracóvia (2000)
● Declaração de Xi' an (2005)
● Memorando de Viena sobre património mundial e arquitetura contemporânea (2005)
● Convenção sobre a Proteção do Património Cultural Subaquático (2001)
● Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (2003)
● Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (2005)
● Carta de Ename. ICOMOS (2005)
'Declaração de Veneza', de janeiro de 2007, quer ou pretende referendar, por ativa ou por passiva, o discurso neo-liberal e o 'laisser faire' subsequente. Não abrimos mão dos nossos princípios, baseados na integridade e fortaleza da 'Carta de Veneza', num momento de catraca fixa e roda livre, numas circunstâncias nada casuais em que vão tijoleiros e políticos de escantilhão, precipitadamente.
(Continuará)
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