30 de mar. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  
(193ª parte) 

Mosteiro de Fiães, no 'Caminho Minhoto Ribeiro'

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia   

 'Fundação  Real  Mosteiro  de  Oia'  (simil  de  granito,  madeira  e  eólicas)  intervirá  com  uma  comunicação  no  'IV  Encontro  Internacional  de  Abadias  Cistercienses',  a  celebrar  em  Alcobaça  nos  dias  8  e  9  de  abril  deste  ano.  Dentro  da  consideração   de  grupo  privado  específico  convinha  salientar  o  verdadeiro  interesse  que  mantém  em  concretizar  UMA  RENOVAÇÃO  URBANA  ABRANGENTE  MISTURADA  COM  UMA  REABILITAÇÃO  PROMETIDA  DO  MOSTEIRO  OIENSE  (de  molde  a  conseguirem  um  nicho  nesse  mercado  global).  A  cavalo  entre  um  oportunismo  evidente,  a  'Declaração  de  Veneza-  INTBAU'  e  os  ganhos  que  lhe  reporta  um  dito  prémio  'AHI-  Architectural  Heritage  Intervention'  tenta  fazer-se  um  oco  no  mercado  globalizante-turistificado  (para  isso estão  os  prémios…).  No  recente  passado,  as  resistências  oferecidas  em  apoio  da  'Carta  de  Veneza'  de  1965  ganhavam  fôlego  e  gozavam  de  inegável  autoridade.  Esta  história  evita-se,  é  preterida,  importa  no  início  do  século  XXI  dar  cabimento  às  arquiteturas  ditas  desimpedidas,  globais  e  frívolas.      
 

 
 A  consistência  dos  argumentos  expostos  pela  'Carta  de  Veneza'  obtinha  novos  réditos  com  o  próprio  passar  do  tempo  e  uma  acumulada  experiência  probatória  (vejam  a  aportação  de  autores  mexicanos,  por  exemplo).  Para  revisar  os  seus  conteúdos  era  precisa  uma  subversão  em  todas  as  ordens  que  indiciava  puro  experimentalismo.  Dá-se  um  antes  e  um  depois  perante  o  ano  de  2007:  Arquitetura  aderente  não  é  arquitetura  complementar.  Asim  sendo,  o  grupo  privado  apresenta-se  no  mosteiro  de  Alcobaça  com  uma  comunicação  na  mala,  em  língua  inglesa…,  titulada  'The  Monastery  of  Oia,  the  challenge  of  sustainability  applied  to  heritage",  ou  'O  desafio  da  sustentabilidade  aplicado  ao  património'.  É  obvio  que  ninguém  vai-lhes  condicionar  na  sua  exposição,  sendo  uma  oportunidade   como  outra  qualquer;  também  é  um  risco  acrescido  por  quanto  pretende-se  ESCOAR  UM  PRODUTO  URBANO  PRESCINDINDO,  AO  QUE  PARECE,  DA  COMPONENTE  ARQUEOLÓGICA,  DESIGNADAMENTE  DO  SISTEMA  HIDRAÚLICO.  Visa-se  obter  um  'Ok'  apresentando-se  em  Alcobaça  como  uma  Fundação  que  tenciona  ministrar  lições  de  urbanismo  globalizador.  As  nossas  reservas  sempre  estarão  prontas  para  serem  abanadas  !  Esta  solene  e  pretensa  manobra  de  alto  gabarito  (menos…)  resume-se  numa  RENOVAÇÃO  URBANA  CONVENCIONAL  E  COMENSALISTA,  COM  ACRÉSCIMOS  INDEVIDOS  E  DETURPADORES  DE  3.200  M/  Quadrados,  UM  PARQUE  URBANOIDE  RE-CENTRALIZADO  (QUE  PROTELA  O  ARRABALDE)  E  A  SAGRAÇÃO  EM  NEGATIVO  DA  ARQUEOLOGIA  NÃO  INDEPENDENTE.  

(Continuará)

Ningún comentario:

Publicar un comentario