Romaria de São João d’Arga é pré-finalista nas “7 Maravilhas da Cultura Popular”
Infogauda / Caminha
A Romaria de São João d’Arga é pré-finalista no programa da RTP1 que este ano elege as “7 Maravilhas da Cultura Popular” portuguesa. A candidatura, apresentada oportunamente pelo Município de Caminha, ultrapassou mais uma fase, ontem, durante o programa de repescagem, com o voto por telefone a colocá-la na meia-final, que se disputa já no próximo domingo, dia 23 de agosto.
O programa, que decorreu a partir das 11h30 deu início à votação e, durante toda a manhã, a Romaria de São João d’Arga manteve-se nos três primeiros lugares. Na retoma do programa, à tarde, a nossa Romaria passou a liderar a tabela e conservou a posição até o final do dia. Ao receber o certificado que garante o apuramento como pré-finalista, o presidente da Câmara de Caminha agradeceu a todos os que votaram, do concelho e de fora do concelho, assim como a todos os que se empenharam e contribuíram para o sucesso da candidatura nesta fase.
Miguel Alves, numa analogia com um dos aspetos que também caraterizam a Romaria de São João D’Arga, as rusgas, disse “siga a rusga”. Isto porque há um novo desafio, a vencer já no próximo domingo.
A participação neste programa, emitido em direto na RTP1 e na RTP Internacional, assim como nas redes associadas, é uma forma poderosa de divulgar a Romaria de São João d’Arga enquanto joia da cultura popular, mas também de promover o próprio concelho junto de milhões de telespetadores por todo o mundo.
Conforme se explica na candidatura, a Romaria de São João d’Arga realiza-se anualmente, desde há vários séculos, no Santuário de São João d’Arga, local onde se encontra a capela com o mesmo nome. Este ano, excecionalmente e por causa da pandemia, não irá realizar-se.
A Romaria é conhecida, principalmente, pelas suas danças e cantares e pela beleza típica dos trajes coloridos das suas romeiras, caraterísticos do Alto Minho. Nela encontramos a riqueza das danças como o Vira, a Rosinha, o Malhão, a Góta da Serra d’Arga, a Cana-verde, a Tirana, etc., num encontro espontâneo de grupos de tocadores de concertinas, cantadores e dançarinos aos quais se juntam os romeiros no adro da capela.
O Mosteiro de São João D’Arga, no coração da Serra D’Arga é o ponto de encontro e o destino dos grupos – rusgas – que se juntam e partem rumo à festa. “Assistimos à chegada de grupos - as rusgas - oriundos do concelho de Caminha, dos concelhos vizinhos assim como de diversos pontos do país e da Galiza e que outrora percorriam caminhos da serra descalços. Juntam-se romeiros e peregrinos ao som de concertinas, cantando e dançando, onde não dispensam o merendeiro para prestar homenagem ao patrono de Arga de São João e dando início à caminhada na tarde de 28 de agosto.
No trajeto há uma paragem obrigatória junto do penedo dos namorados, onde os solteiros atiram uma pedra ao penedo e se ela lá ficar é sinal de que casará no ano seguinte.
Chegados ao recinto da romaria, após um longo caminho, é ritual imprescindível dar três voltas à capela, a pé ou de joelhos, conforme a promessa feita, seguida pela entrada na capela para beijar o Santo e deixar duas esmolas, uma ao santo (São João Baptista) e outra ao diabo, uma tradição que muitos romeiros ainda mantém.
A ladear a capela encontram-se os quartéis construídos para abrigo dos romeiros ou peregrinos que acorriam à festa cansados do bailarico que continua pela noite dentro.
Na parte inferior dos quartéis encontram-se instaladas as tascas que oferecem as iguarias confecionadas pelas mãos dos seus habitantes. Falamos do saboroso prato de sarapatel (confecionado com miúdos, tripas e bucho de cabrito), o cabrito à moda da Serra d’Arga, servido já por tradição no dia 27 de agosto e o arroz doce. No final rega-se tudo com ‘chiripiti’ (bebida de bagaço com mel extraído da serra).
A romaria tem início no dia 28 de manhã com as celebrações religiosas. Às 10 horas entra a banda de música no recinto, seguindo-se a eucaristia e sermão”.
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