OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia

(54ª parte)

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia    

 Largura do mosteiro, de norte a sul, vem assinalada com 85 metros de comprimento. Regra paisagista, mesmo adoçada e suave, impõe um mínimo espacial razoável de 170 metros livres para a envolvente, ou seja, dupla e positiva distância. Tal seria teoricamente a Zona de Salvamento, muito embora saibamos que em redor do nosso cenobio nem se toca esta importantíssima referência legal (Zonas de Proteção e Amortecimento; Artigos 12 e 13 da Lei do Património Cultural de Galiza). No artigo 13.2, aliás, sublinha-se uma razão por forma a ser implementada uma área de amortecimento expressa: "(...) terão-se em conta as condições de visibilidade e perspectiva do bem (...)". Olhem, que estamos a falar da superfície mais externa do campo monacal. Por campo monacal entendemos os espaços terrenos e visuais dignos de projeção e de perspectiva (res-do-chão, alturas médias e aéreas ).   

 TAIS VISIBILIDADE E PERSPECTIVA, DE FACTO, SÃO POSTAS EM CAUSA NOS PLANOS DA "RMO" E "KALEIDO". Argumentação tão simples não é tida em conta por estes senhores; mesmo que tivessem de apresentar outros planos ou projetos, jamais renunciariam ao quinhão de ganância que lhes supõe todo o relativo ao aquaturismo. Estranhos caminhos esses dos "amantes do mosteiro". Aquilo que se pretende, propositadamente, é INVADIR ÁREAS PREVIAMENTE ADQUIRIDAS DE MOLDE A "MATAR O BICHO" PAISAGISTA, NÃO FOSSE  ALGUÉM "ABRISSE O OLHO" DANDO  CONTA DA DESFEITA. Daí as pressas. Servem-se das edificações colindantes PARA FAZER UMA ÓSMOSE de conveniência, irrealizável, supondo tal uma nova agressão volumétrica. Para além disso, alguns blocos prediais, blocos de con-domínio, sediam-se a 65 metros das asas monacais!! Ouviram alguma vez falar nestes últimos 14 anos de preservação paisagista, de perspectivas desimpedidas, de espaços de proteção e mesmo de amortecimento  entre os responsáveis da "RMO"? É chegada a hora dos drones falarem, é chegada a hora da tridimensionalidade exibir o calibre daquilo que se pretende. Parem de empaliar, parem de fazer o número! Vocês não respeitaram nunca o fator paisagem, nunca. Não venham agora com falinhas mansas e  mensagens trucadas.   

 Era bom submeter em plenário guardense aquela iniciativa que fizeram os cargos eleitos municipais de Baiona sobre o mosteiro de Oia. Cada um fala por si, mas Oia é assunto de todos. Querem filtrar um projeto construtivo à maneira deles, tipo "SIM OU SOPAS", fazendo pressão à vontade, servindo-se da altíssima política vinda de Vigo ou da Deputação, aliciando conseguidores e "arbeitsgeber" socialistas, recrutando pessoas e eventos como isco. Não vamos nessa cantiga. 

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