PATRIMONIO

Caminha e A Guarda organizam uma caminhada

A Fortaleza de São Lourenço de Goião foi erguida entre 1671 e 1673

ENCONTROS  POLIORCÉTICOS 

   

 Já não era sem tempo, vão fazé-lo de vez. Esta iniciativa só merece palmas redobradas e esperamos que tenha incidência noutros espaços minhotos. No entanto, faz-se preciso estabelecer algumas correcções no texto oficialista do Concelho da Guarda: Antes de mais nada, a Fortaleza de São Lourenço de Goião foi erguida entre 1671 e 1673, sendo portanto posterior à Paz de Lisboa de 1668. Para além disso, não parece muito correto meter no mesmo saco “cultural” estas quatro fortificações como se fossem parte consubstancial, realmente limitadíssima, da Candidatura do Estuário do Rio Minho a Paisagem Cultural. Não confundam isto com a paisagem arquiteturada ou a paisagem fortificada, por causa duma agenda perfeitamente hierarquizada; aliás, já está em andamento uma outra candidatura de cariz militar: Elvas, Marvão, Almeida e Valença do Minho. 

 Temos correio com Florianópolis (Brasil), no marco do Projeto Multimidia das Fortificações. D. Carlos Luis M. C. da Cruz fez uma actualização relativamente a São Lourenço no dia 18 de Janeiro de 2017, onde ao nosso pedido, fizesse o favor de apontar a morfologia rectangular do recinto interno. Foi-lhe fornecido igualmente informação sobre as angulações dos bastiões. Também, mencionava-se a real existência dos escudos de Girón e de Castillo, não sabendo se tratar-se-á de réplicas. Da mesma maneira, elucidar-se-ía a dissemelhança em planta com o Forte da Ínsua, bem como as novas patologias registadas. 

 Obviamente, estes  apontamentos focalizam  uma óptica diferente dos edís guardenses à  hora de interpretar essas fortificações. O sesgo político marca toda a actuação do actual vereador de Património,  Sr. Javier Crespo e do seu colega socialista português, baseada não na poliorcética, mas sim na retórica simplória  de “serviço aos guardeses e guardesas”, como  costuma referir o primeiro. Nada feito, se não introduzirmos componentes interpretativas ligadas à história neutral, à castellologia, à poliorcética, à polemologia, à arquitectura, à  estética.