25 de ago. de 2016

PATRIMONIO

Forte externo de S. Cristóbal, em Badajoz. A raia no seu melhor

Forte de S. Cristóbal

JOSÉ BUIZA BADAS

 Badajoz outrora tinha um aceitável dispositivo de defesa, complementado com as suas obras exteriores. De entre estas destaca o Forte de S. Cristóbal, na margem direita do rio Guadiana e assente no alto de Orinaza, que tem sido recentemente alvo dumha operaçom reabilitadora para ali instalar o Centro Interpretativo da Raia. Na origem, século XVII, representa um conceito ousado de planimetria por causa do seu caminho coberto e do seu revelim. Este revelim fai 118 m. de comprimento e tem 638 m2 de superfície e enforma o que vai ser um quase triângulo rectângulo, visto que nom tem todas as angulaçons inferiores a 90º graus, sendo que ao mesmo tempo tampouco conseguirá a definiçom de acutângulo. Tal é o dado surpreendente.

Forte de S. Cristóbal

 A  área total deste Forte de S. Cristóbal, incluído o caminho coberto, é de 14.337 m2. O seu perímetro real atinge os 378 metros e a superfície utilizável do recinto recolhe uns 3.375 m2. O polígono externo desta obra oferece um pentágono irregular entre ângulos flanqueados ou bastions. Oponhem-se 2 semibaluartes a outros 2 baluartes: Semibaluartes Norte e  Leste e Baluartes Sul e Suroeste. Os meios baluartes tenhem um prolongamento murário com cortinas de 64 m. de comprimento no caso do semibaluarte Norte e de 46 metros no caso do semibaluarte Leste.

 No registo das angulaçons recolhemos 67º graus  para o bastióm Leste; 48º graus para o do Norte; 72º graus para o bastióm Suroeste e 68º graus para o do Sul. Diga-se de passagem que, no revelim, esses 59-60º graus representam umha mediçom prática ajeitada e condizente para os flanqueios; quanto mais agudo for o ângulo pior defesa se apresenta para o sitiado. Da sua vez, as golas dos baluartes Sul e Suroeste som de 6,70 m. e de 10,40 m., respectivamente.

 Os fossos dám mediçons de 6,80 m., 8,80 m, 9,00 m., até os 14,00 m. de largura e o antes citado caminho coberto responde a um saber criterioso sobre obra exterior isolada. Este forte, enfim, está assentado a 500 metros da cidade de Badajoz e com orientaçom defensiva virada para o Noroeste. A Raia fica a 5 quilómetros deste posto.


 Importa sublinhar aqui um resultado duvidoso quanto aos efeitos da açom restauradora do seu interior. Nom tem faltado críticas acesas à forma como foi desfeita parte de edificaçons isentas, de volumes virados teitos uniformes, pranchas de cobriçom, fruto dum pretenso sincretismo com a côr da imediata envolvente e revelando um “modernismo” facilitista que nom foi aqui chamado. Ademais, se comparado  com a vizinha Elvas, daremos conta desse contraste entre verdadeira musealizaçom e uniformismos lineares e horizontalismos “à carta” que pouco tenhem a ver com o Barroco militar.

 Já agora, de salientar, o  imediato X Seminário Internacional de Arquitetura Militar, nos dias 25, 26 e 27 de Agosto, em Almeida, onde dar-se-á notícia das VI JORNADAS DE VALORIZAÇOM DAS FORTIFICAÇONS DA RAIA, a celebrar na mesma vila o próximo ano de 2017. Nesse contexto, vai se dar prevalência à Candidatura UNESCO das praças de Marvão, Elvas, Almeida e Valença do Minho da mán do Dr. João Campos. Eis a Raia no seu melhor, gerando iniciativas, pros e contras, de molde a criar de vez âmbitos mistos. Também, a Association Vauban estará presente.

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