27 de set. de 2023

CAMINHA

III Congresso Internacional de Enogastronomia Amar o Minho fecha com balanço extremamente positivo

 Caminha foi palco ativo de dois dias de debate e partilha de experiências e conhecimento




Infogauda / Caminha

 O III Congresso Internacional de Enogastronomia Amar o Minho encerrou no final da tarde de ontem com a presença do Secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, e um sentimento transversal aos diversos participantes: este foi um fórum de extraordinária importância, que trouxe ao concelho de Caminha experiências diversas e permitiu partilhar o que de melhor se está a fazer ao nível das políticas públicas, nas escolas, nas empresas, no setor social, na investigação e no conhecimento, em diversos países. Enogastronomia e Turismo foram, por outro lado, realidades que se tocaram constantemente nas diversas intervenções e temáticas, seja pelo que já está a ser feito, seja pelas potencialidades do território do Minho, num futuro que se exige sustentável e verdadeiramente coeso.

 Durante dois dias, Caminha acolheu congressistas de diversos países e convidados que puderam expor o seu trabalho e a sua experiência e dialogar com a plateia, porque todos os painéis incluíram debate. Na verdade, o congresso estendeu-se muito para além da sala do Museu Municipal de Caminha, sendo transmitido online em simultâneo com os trabalhos.

 E este foi o segundo dia, porque no primeiro, os participantes estiveram a trabalhar em Argela, na Incubadora Verde, tendo tido igualmente oportunidade de conhecer este novo equipamento, que transformou a velha escola primária da freguesia, abandonada, num local onde o conhecimento e a ciência são bem-vindos e têm agora o papel principal.

 No final da tarde, a comitiva pode ainda visitar e desfrutar do novo Mercado Municipal de Caminha, recém-inaugurado, e que demonstra ser de facto um equipamento polivalente e de excelência.

 Regressando ao final dos trabalhos, recorde-se que o tema do Congresso foi “O Futuro Sustentável do Território”, não sendo de estranhar que a temática fosse o foco das diversas intervenções. Gonçalo Rodrigues, que fechou o Congresso, mostrou-se interessado em receber “notas” e/ou conclusões deste Congresso Internacional de Enogastronomia, que possam auxiliar no desenho das políticas, uma vez que não põde acompanhar os trabalhos. Lembrou que o que é nacional é mesmo bom, defendeu práticas sustentáveis, a par da inovação e do Turismo. O governante reforçou a necessidade de fixar as gentes nos territórios, valorizando-os, o que tem de ser conseguido também com a própria valorização das atividades. Gonçalo Rodrigues falou ainda do envolvimento das crianças, as novas gerações, da influência que a família e a escola podem exercer, dando como exemplo a sua própria família e o peso que preferências dos mais novos têm nas decisões.

 A escola e a academia em geral estiveram aliás presentes em diversas intervenções, quer se falasse das refeições escolares, dos produtos que sustentam a gastronomia local, da investigação e dos projetos que estão a ser desenvolvidos nas universidades ou até de um novo curso superior, a licenciatura em Gastronomia e Artes Culinárias, que arrancou este ano letivo no IPVC, com todas as vagas preenchidas.

 Na sessão de encerramento voltou a intervir o Presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, que agradeceu as diversas participações e disse desde logo que Amar o Minho não é difícil, quando estamos em presença de um território onde gentes, património e sabores de excelência (do rio, mar e terra) são fatores essenciais para um Turismo que se quer seletivo ou de proximidade, onde a questão da sustentabilidade tem de ser entendida em sentido amplo. Numa palavra um Turismo que é responsável, sendo também e em simultâneo sustentado e sustentável.

 Rui Lages rejeitou um conceito de Turismo que tem por objeto explorar por explorar, defendendo um Turismo que se promove, que promove os seus produtos e os seus espaços, mas que, ao mesmo tempo, se cuida e cuida das pessoas. Um turismo, acrescentou o Presidente da Câmara de Caminha, que é inclusivo e que envolve agentes públicos, tecido empresarial, escolas e academia e as gentes, sempre as pessoas, sempre em coesão.

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