Razões bastantes para rejeitar o projeto privado de Oia
Considerações paisagistas em Oia / Oia
Sendo a motivação de natureza privada, mosteiro e envolvente deste, estamos perante uma simples negociata que anda à procura de ganhos. Da igreja paroquial passar-se-á, naturalmente, às redondezas do próprio mosteiro, fundamentando o plano urbano pretendido. Nunca se mudou tal esquema. Se a isso somarmos o encoberto menosprezo de outras questões de certeza que faremos uma linda carambola. A igreja hoje guarda uma ficção baseada num antigo cenóbio cisterciense que não se fez valer, visto estar abandonado ou carecer de reconhecimento oficial como comunidade monástica. Daí ao esquecimento da O.C.S.O. e das suas regras vai um pulo, ponhamos esse caso na tabela. Qual será então a adscrição do mosteiro de Oia? Certamente nenhuma visto pertencer à nada ou à uns poucos privados. Essa é a alma do negócio: tal será o proceder dos proprietários.
Qual foi a rama específica do mosteiro de Oia? Sabe-se a sua condição, se estava ligado à uma qualquer Regular Observância ou à de Estrita Observância. Bem sabemos que na altura isto era um impossível; teríamos de esperar ao ano de 1664 para esclarecer esta questão.
Resumidamente a problemática de Oia tem traços simples:
● Oia no seu todo não representa mais do que um centro monástico bipolar -Castela e Portugal- que de alguma maneira viu-se obrigado a escolher, por forma a definir posses relativamente à âmbitos geográficos. Ficou dentro da 'Congregação Cisterciense de Castela'.
● Falta absoluta de consideração e atitude suplantadora quando se defende um roteiro jacobeu que não é tal. Facilitismo, matreirice e outros ismos criaram um 'Camiño Olívico da Costa' no Baixo Minho, interrompido aliás em Baiona ou Vigo. Prima a razão citadina.
● Desrespeito pela 'Carta de Veneza' de 1964 à hora de reinterpretar as novas arquiteturas pela via da 'Declaração de Veneza' de 2007. Abençoa-se essa arquitetura falsamente integrada numa 'unidade de estilo' que consegue enterrar o enformado original, que magnifica a sobreposição, que gera outra nova volumetria comensalista e que destrói o mosteiro tal qual era no início. Um álibi oportuno para processos turistificados à grande e pequena escala.
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