PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(210ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Andam no mesmo pacote realidades encontradas, aparentemente inexplicáveis. Portas giratórias (no caso de Ildefonso de la Campa Montenegro e o Jacobeu 21- 22); a incombustível Sra. Nava Castro; auge exponencial das eólicas para Pontevedra ('LASO Transportes Especiais'); avanço do desbravamento do eucalipto; modelo turístico claramente especulativo no Baixo Minho galego, enfim, sintomas evidentes de uma volta, de um regresso àquilo que era rotina antes da crise da borbulha mobiliária. Não há casualidades, desde a redação neo-liberal da LPCG de 2016 (que dá prevalência expressa ao tijolo, às promoções urbanas costeiras encobertas e ao fenómeno eólico indiscriminado), até a invenção de rotas jacobeias que só andam na cabecinha dos seus promotores. Curiosamente, anda presente também um espirito colaborativo de determinadas esquerdas baseado nas palmas, no aplauso pouco compreensível de projetos expansivos urbanos. IEM (Instituto de Estudos Miñorans) torceu de alguma maneira pelos propósitos da 'RMO' quando acolhia Xoán Martínez Reboredo numa palestra em tempos passados. Aunava-se numa só voz uma posição política concreta com uma necessidade mercantil; esta esquerda quere conjugar de modo bem exponencial a aliança entre história/ património e pós modernidade arquitetónica com as seguintes 'rapidinhas' ao acaso:
● Deitar mão à 'Declaração de Veneza', antitética da 'Carta de Veneza'. A Declaração, aliás, é tida em conta só parcial e demoradamente pela 'RMO'. Ninguém contempla em lado nenhum uma 'RENOVAÇÃO URBANA EXPANSIVA' onde tinha cabimento uma cabal reabilitação em termos.
● Utilizar um "prêmio" feito 'aos bastidores' (entre bambalinas) como um logro de caráter mercantil propositado. 'Architectural Heritage Intervention' abana-se como tábua de salvação dado estes prêmios estarem na moda.
● Servir-se de um CORINGA (ou joker, ou comodim) por forma a satisfazer todos os gostos e cores políticas no assunto do mosteiro. Resulta políticamente correto ensaboar à esquerda de sempre, muito embora nada meça relativamente a enterramentos no local abacial.
● Indícios de grave protelação da hidraúlica cisterciense (superior e inferior). Uma resposta oportuna da 'RMO' era mais do que suficiente. Importam os alicerces, os fundamentos físicos, a arqueologia isenta, em definitivo o embasamento.
Relato esquerdista terá a sua razão de ser, mas poupem por favor este mosteiro, porque os privados aproveitam qualquer 'franja', qualquer 'border' para tirar proveito sem pejo, sem pudor e com muita lata. Tal é a história dos negócios tijoleiros, velha demais. Estes grupos privados fazem-se de sonsos, de lisonjeiros e de convidados ao evento, quando não de promotores de tal. E ainda um comentário que diz muito da nossa desconfiança neste projeto: É o 'vale tudo' que está a dar !, andam com prosas de fazer chorar as pedrinhas do mosteiro quando o que pedem, por amor do bezerro de ouro, é outra coisa bem diferente. Falsas emoções à solta combinam com artificiosas bravatas que somente produzem esse RIR E CHORAR POR MAIS. É SIMPLESMENTE PATETA. O espirito do mosteiro não radica no 'campo de prisioneiros' se o que quisermos consistisse em colocar este mosteiro cisterciense em patamares europeus. Era suposto desenvolver um roteiro internacional de caminhos para Santiago, não um roteiro "cultural" fechado em si próprio, autista e com alta dose de falsete histórico (onde é que deixaram a 'Congregação Cisterciense da Castela', na gaveta?)
Diferença entre o 'Dark tourism' e 'Guerra Civilismo' (desculpe aquele que se sinta aludido) mostra-se com evidência, decorridas oito décadas daquele conflito. As posições estáticas ainda bloqueiam a passagem razoável para mais um campo de prisioneiros (das centenas que ponteiam na Europa toda). No assunto que nos ocupa, se tem afirmado com segurança que há enterramentos na envolvente do mosteiro (o quê é que faz relativamente a isto essa esquerda republicana? Népias). Tudo gira em redor do alegato mercantil, da análise de resultados, do limiar de rendibilidade. Este percurso ou variante de livre escolha devia era chamar-se 'CAMIÑO OLÍVICO DA COSTA' e pronto. Admitindo, porém, a dificuldade de enfrentar postulados que são tidos por absolutos; admitindo a forçada prevalência das grandes verdades por todo o lado espalhadas e aceitando, mal que bem, o primado da "verdade" goebbeliana, será justo dizer que MUITO A CUSTO CONSEGUIRÍAMOS INTRODUZIR UMA QUESTÃO QUE FOSSE CONHECENDO O TALANTE FECHADO E UNIDIRECIONAL DA 'RMO' EM MATÉRIA DE ESCAVAÇÕES. NO SEU DESCARREGO, ALIÁS, ANDA O DEVER DE INFORMAR À OPINIÃO PÚBLICA. PELO SIM, PELO NÃO, FIZEMOS INCURSÃO NO DIREITO DE RÉPLICA FACE ASSUNTOS DO FORO ARQUEOLÓGICO, DESIGNADAMENTE À COMPONENTE HIDRAÚLICA DO MOSTEIRO DE OIA. RESPOSTA FOI ZERO.
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