24 de maio de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(210ª parte)   

Mosteiro da Santa Espina (Valladolid), um exemplo bem mais sucecido que Oia
  

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia 
 Andam  no  mesmo  pacote  realidades  encontradas,  aparentemente  inexplicáveis.  Portas  giratórias  (no  caso  de  Ildefonso  de  la  Campa  Montenegro  e  o  Jacobeu  21- 22);  a  incombustível  Sra.  Nava  Castro;  auge  exponencial  das  eólicas  para  Pontevedra  ('LASO  Transportes  Especiais');  avanço  do  desbravamento  do  eucalipto;  modelo  turístico  claramente  especulativo  no  Baixo  Minho  galego,  enfim,  sintomas  evidentes  de  uma  volta,  de  um  regresso  àquilo  que  era  rotina  antes  da  crise  da  borbulha  mobiliária.  Não  há  casualidades,  desde  a  redação  neo-liberal  da  LPCG  de  2016  (que  dá  prevalência  expressa  ao  tijolo, às  promoções  urbanas  costeiras  encobertas  e  ao  fenómeno  eólico  indiscriminado),  até  a  invenção  de  rotas  jacobeias  que  só  andam  na  cabecinha  dos  seus  promotores.  Curiosamente,  anda  presente  também  um  espirito  colaborativo  de  determinadas  esquerdas  baseado  nas  palmas,  no  aplauso  pouco  compreensível  de  projetos  expansivos  urbanos.  IEM  (Instituto  de  Estudos  Miñorans)  torceu  de  alguma  maneira  pelos  propósitos  da  'RMO'  quando  acolhia  Xoán  Martínez  Reboredo  numa  palestra  em  tempos  passados.  Aunava-se  numa  só  voz  uma  posição  política  concreta  com  uma  necessidade  mercantil;  esta  esquerda  quere  conjugar  de  modo  bem  exponencial  a  aliança  entre  história/ património  e  pós modernidade  arquitetónica  com  as  seguintes  'rapidinhas'  ao  acaso:  

Deitar  mão  à  'Declaração  de  Veneza',  antitética  da  'Carta  de  Veneza'.  A  Declaração,  aliás,  é  tida  em  conta  só  parcial  e  demoradamente  pela  'RMO'.  Ninguém  contempla  em  lado  nenhum  uma  'RENOVAÇÃO  URBANA  EXPANSIVA'  onde  tinha  cabimento  uma  cabal  reabilitação  em  termos. 

Utilizar  um  "prêmio"  feito  'aos  bastidores'  (entre  bambalinas)  como  um  logro  de  caráter  mercantil  propositado.  'Architectural  Heritage  Intervention'  abana-se  como  tábua  de  salvação  dado  estes  prêmios  estarem  na  moda. 

Servir-se  de  um  CORINGA  (ou  joker,  ou  comodim)  por  forma  a  satisfazer  todos  os  gostos  e  cores  políticas  no  assunto  do  mosteiro.  Resulta  políticamente  correto  ensaboar  à  esquerda  de  sempre,  muito  embora  nada  meça  relativamente  a  enterramentos  no  local  abacial. 

Indícios  de  grave  protelação  da  hidraúlica  cisterciense  (superior  e  inferior).  Uma  resposta  oportuna  da  'RMO'  era  mais  do  que  suficiente.  Importam  os  alicerces,  os  fundamentos  físicos,  a  arqueologia  isenta,  em  definitivo  o  embasamento.     
 




 Relato  esquerdista  terá  a  sua  razão  de  ser,  mas  poupem  por  favor  este  mosteiro,  porque  os  privados  aproveitam  qualquer  'franja',  qualquer  'border'  para  tirar  proveito  sem  pejo,  sem  pudor  e  com  muita  lata.  Tal  é  a  história  dos  negócios  tijoleiros,  velha  demais.  Estes  grupos  privados  fazem-se  de  sonsos,  de  lisonjeiros  e  de  convidados  ao  evento,  quando  não  de  promotores  de  tal.    E  ainda  um  comentário  que  diz  muito  da  nossa  desconfiança  neste  projeto:  É  o  'vale  tudo'  que  está  a  dar  !,  andam  com  prosas  de  fazer  chorar  as  pedrinhas  do  mosteiro  quando  o  que  pedem,  por  amor  do  bezerro  de  ouro,  é  outra  coisa  bem  diferente.  Falsas  emoções  à  solta  combinam  com  artificiosas  bravatas  que  somente  produzem  esse  RIR  E  CHORAR  POR  MAIS.  É  SIMPLESMENTE  PATETA.  O  espirito  do  mosteiro  não  radica  no  'campo  de  prisioneiros'  se  o  que  quisermos  consistisse  em  colocar  este  mosteiro  cisterciense  em  patamares  europeus.  Era  suposto  desenvolver  um  roteiro  internacional  de  caminhos  para  Santiago,  não  um  roteiro  "cultural"  fechado  em  si  próprio,  autista  e  com  alta  dose  de  falsete  histórico  (onde  é  que  deixaram  a  'Congregação  Cisterciense  da  Castela',  na  gaveta?)      

 Diferença  entre  o  'Dark tourism'  e  'Guerra  Civilismo'  (desculpe  aquele  que  se  sinta  aludido)  mostra-se  com  evidência,  decorridas  oito  décadas  daquele  conflito.  As  posições  estáticas  ainda  bloqueiam  a  passagem  razoável  para  mais  um  campo  de  prisioneiros  (das  centenas  que  ponteiam  na  Europa  toda).  No  assunto  que  nos  ocupa,  se  tem  afirmado  com  segurança  que  há  enterramentos  na  envolvente  do  mosteiro  (o  quê  é  que  faz  relativamente  a  isto  essa  esquerda  republicana?  Népias).  Tudo  gira  em  redor  do  alegato  mercantil,  da  análise  de  resultados,  do  limiar  de  rendibilidade.  Este  percurso  ou  variante  de  livre  escolha  devia  era  chamar-se  'CAMIÑO  OLÍVICO  DA  COSTA'  e  pronto.  Admitindo,  porém,  a  dificuldade  de  enfrentar  postulados  que  são  tidos  por  absolutos;  admitindo  a  forçada  prevalência  das  grandes  verdades  por  todo  o  lado  espalhadas  e  aceitando,  mal  que  bem,  o  primado  da  "verdade"  goebbeliana,  será  justo  dizer  que  MUITO  A  CUSTO  CONSEGUIRÍAMOS  INTRODUZIR  UMA  QUESTÃO  QUE  FOSSE  CONHECENDO  O  TALANTE  FECHADO  E  UNIDIRECIONAL  DA  'RMO'  EM  MATÉRIA  DE  ESCAVAÇÕES.  NO  SEU  DESCARREGO,  ALIÁS,  ANDA  O  DEVER  DE  INFORMAR  À  OPINIÃO  PÚBLICA.  PELO  SIM,  PELO  NÃO,  FIZEMOS  INCURSÃO  NO  DIREITO  DE  RÉPLICA  FACE  ASSUNTOS  DO  FORO  ARQUEOLÓGICO,  DESIGNADAMENTE  À  COMPONENTE HIDRAÚLICA DO  MOSTEIRO  DE  OIA.  RESPOSTA  FOI  ZERO. 

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